Beber, Comer e Amar...
Sem ideia para o menu da Semana Santa?
Sem ideia para o menu da Semana Santa?
Má na cozinha preparando Pasta con le Sarde (Macarrão com Sardinha).
Prato típico da cozinha siciliana, uma culinária rica, fusão de todas as suas diversas heranças culturais.
Diz a lenda que a Pasta con le Sarde surgiu em 1085 criada por um chefe árabe. Um prato único, feito com produtos simples, disponíveis na época na Sicília, como erva-doce selvagem e sardinha, abundante naqueles mares.
O açafrão é um indicador que o prato tem suas raízes na culinária siciliana e árabe.
Pasta con le Sarde portanto, é o primeiro Mare e Monti da história da culinária.
Você vai ficar encantado com o equilíbrio e o sabor de cada garfada.
Uma combinação perfeita do sabor encorpado da sardinha fresca e o aroma da erva-doce, ai vem o açafrão pra dar uma nota picante e envolvente, seguido de pinholes, passas e por fim farinha de pão torrado.
Tem que ser preparado com Bucattini, pois dá ao prato a espessura correta.
Agora vamos para o vinho, este prato tem uma complexidade indiscutível de sensações, é saboroso e perfumado, requer um vinho branco fresco com um rico buquê aromático, pois é a parte aromática do vinho que irá ajudar a sustentar o aroma do prato.
Então, escolhi para a harmonização um Grillo da Sicília.
Nicosia Grillo - Sicilia IGT
De cor amarelo palha, com aromas de ervas, cítricos e florais. Em boca é muito fresco, algo salino, limpou o paladar completamente entre uma garfada e outra.
Que tal preparar este delicioso prato para o fim de semana?
Eu com sempre, contribuo com a receita:
Ingredientes:
400 gramas de Bucattini (macarrão)
800 gramas de sardinhas frescas
500 gramas de erva-doce
1 envelope de açafrão em pistilo
1 cebola
2 colheres (sopa) de pinholes
3 colheres (sopa) de passas pretas
4 filés de anchovas salgadas
50 gramas de pão ralado e torrado (na frigideira com um pouco de azeite)
Azeite extra-virgem q.b
Vinho branco q.b
sal e pimenta a gosto.
Preparo:
Limpe as sardinhas, abra-as em um livreto e remova cabeça, rabo e osso central, lave-as cuidadosamente em água corrente e pique-as colocando-as de lado em um pano limpo.
Lave a erva-doce, retire os caules teimosos e ferva-a com muita água salgada (pois você vai precisar desta água para cozinhar a massa no final), retire a erva-doce da água e pique-a finamente, lembre-se de reservar a água do cozimento.
Em outra panela, frite a cebola, cortada em fatias finas com o azeite, junte as anchovas e deixe derreter formando um molho, junte os pinholes, as passas, a erva doce picada e a sardinha picada. Adicione um pouco de vinho branco e deixe evaporar, em seguida, duas conchas da água do cozimento da erva-doce, onde você já derreteu o açafrão previamente. Cozinhe por cerca de 40 minutos, adicionando mais água do cozimento, se necessário, em seguida acerte o sal e a pimenta.
No restante da água do cozimento da erva-doce, cozinhe a massa, escorra al dente e misture o molho.
Complete o prato polvilhando o pão ralado previamente torrado em uma frigideira com um pouco de azeite.
Você sabia...
Grillo - Vinho branco da Sicilia
Temperatura amena, terras montanhosas, brisa do mar leve e sol brilhante, fazem da Sicília a ilha do vinho.
São no total 150.000 hectares de vinhedos, dos quais 77% é plantado com castas brancas e 23% com castas tintas.
O cultivo de uvas brancas concentra-se principalmente nas províncias de Trapani, Agrigento e Palermo.
A Grillo, casta recomendada na harmonização de hoje, é uma uva autóctone que por décadas foi subestimada, era usada em cortes até o final dos anos 70.
Hoje, a Grillo está passando por uma momento de fermentação particular, mesmo fora de Trapani, que sempre foi sua área de produção.
Uma variedade finalmente recuperada pelos produtores sicilianos e um vinho cada vez mais solicitado pelos consumidores, não só na Sicília mas fora dela.
Segundo o texto da "Wine News", as notas organolépticas da Grillo vão depender da técnica de vinificação utilizada.
Os vinhos Grillo podem apresentar características muito diferentes.
Uma abordagem mais moderna seguida por grandes produtores, favorece a vinificação em redução: a ausência do oxigênio durante a fermentação e o uso de leveduras selecionadas acentuam as sensações cítricas e florais de vinhos fáceis de beber.
Uma abordagem mais tradicional que favorece maceração e a ingestão natural de oxigênio na produção do vinho, gera vinhos ricos e complexos, intensos, picantes e com frutas maduras.