segunda-feira, 15 de abril de 2019

Harmonização - Bolinho de bacalhau Covela Arinto



Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Bolinho de Bacalhau.
Receita recente mas que não poderia ser deixada de fora, já pensou servir bolinho de bacalhau de entrada no seu almoço de Pascoa? Sucesso garantido.
Feito com bacalhau e batatas, o quitute surgiu em Portugal mas não se sabe ao certo de qual região do país ele veio. Autores como Maria de Lourdes Modesto e Alfredo Saramago, atribuem sua origem ao Minho.
A forma como conhecemos o bolinho de bacalhau com adição de batatas, só pôde acontecer depois que a mesma chegou à Europa. Em 1760 a batata chega a Portugal, mas somente em 1798 houve o primeiro incentivo da Rainha Dona Maria I para plantá-la nos Açores.
A primeira receita registrada oficialmente que mais se assemelha ao bolinho de bacalhau que conhecemos hoje, é datada de 1904 e está na obra de Carlos Bandeira Mello (Oficial do exército português).
Em seu livro "Tratado de Cozinha e Copa" a receita que tem como título Bacalhau em Bolos Enfolados, não mensura os ingredientes, porém, sua descrição do modo de preparo serviu de base para o surgimento de inúmeras receitas semelhantes.
Dependendo da região o formato do bolinho muda e, seu nome também. No Centro e Sul de Portugal é conhecido como Pastel de Bacalhau e, no Norte Bolinho de Bacalhau, assim como o chamamos aqui no Brasil.
Quem acompanha o BCA já me viu harmonizar frituras em geral com um belo Espumante, pois é sabido que a crocância que a fritura possibilita ao prato, combina por similaridade com as "bolhas" de um Espumante.
Porém hoje, farei uma harmonização diferente, vou emparelhar meus bolinhos de bacalhau com Vinho Verde Branco, que é jovem, leve e refrescante, possuindo acidez suficiente para deixar a gordura da fritura mais leve.


Covela Arinto Edição Nacional - Sub-região de Baião - Portugal
100% Arinto, aroma intenso de citrino (limão) com notas mineiras, em boca é seco, fresco,cheio de acidez.
Que tal preparar esta iguaria para seu fim de semana?
Eu como sempre, contribuo com a receita
Antes algumas dicas preciosas:
Para que seu bolinho não desmanche na frigideira, drene toda a água do bacalhau e da batata e use batatas mais sequinhas do tipo asterix.
Use óleo quente para fritar e frite poucos bolinhos de cada vez. Em Portugal eles costumam ser fritos no azeite, mas indico que a fritura seja feita com óleo (usei girassol) pois só o óleo atinge a temperatura ideal (alta) para criar a casquinha dourada e crocante como a que você vê na foto.
Ingredientes:
500 gramas de batatas
350 gramas de bacalhau
6 ovos
1 ramo generoso de salsa bem picada
2 dentes de alho amassados
Sal o q.b
Pimenta q.b
Preparo
Em uma panela cozinhe as batatas até que fiquem macias
Numa outra panela cozinhe o bacalhau até ficar macio
Quando ambos estiverem bem cozidos, retire a casca das batatas, bem como a pele e todas as espinhas do bacalhau
Passe ambos por um passe vite (utensílio para esmagar legumes)
Quando ambos estiverem bem esmagados, misture-os
Junte a salsa picada, o alho amassado, as gemas de ovos, acerte o sal e a pimenta
bata as claras em neve (firme) e misture lentamente
Envolva todos os ingredientes muito bem para obter uma mistura homogênea.
Dê forma aos bolinhos
Aqueça bem o óleo no ponto de fritura e ponha os bolinhos a fritar até dourarem
Retire e coloque para escorrer.

Você sabia...
O Vinho Verde é exclusivamente produzido na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, que se estende por todo noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho.
É elaborado a partir de várias castas autóctones selecionadas e também pode ser elaborado a partir de uma única casta.
A influência dos ventos marítimos, os solos na sua maioria de origem granítica, o clima ameno e a elevada precipitação, traduzem-se no frescor, leveza e elegância dos Vinhos Verdes .
Porém, variações na tipologia de solos e microclimas repartem a região em 9 sub-regiões, com diferentes castas recomendadas à produção de vinhos brancos, tintos, rosés e espumantes.
Sub-região de Amarante
Localizada no interior da região, suas condições climáticas favorecem o desenvolvimento de algumas castas de maturação mais tardia: Azal e Avesso (branca), Amaral e Espadeiro (tintas). Os vinhos brancos apresentam aromas frutados e álcool superior à média da região. Mas são os tintos que fazem a fama de Amarante.
Sub-região do Ave
A vinha está um pouco por toda a bacia hidrográfica do rio Ave, as condições climáticas faz com que está sub-região seja sobretudo uma zona de produção de vinhos brancos, com uma frescura viva e notas florais e de frutas citrina.
Por toda sub-região encontra-se as castas Arinto e Loureiro, e a Trajadura, completando na perfeição um lote de vinho.
Sub-região de Baião
Encontra-se na Região dos Vinhos Verdes, no seu limite com a Região Demarcada do Douro. Localiza-se no interior da região. Suas condições climáticas permitem o amadurecimento correto das castas de maturação mais tardia por exemplo a Azal e a Avesso (brancas) e a Amaral (tinta). Está sub-região tem-se afirmado na produção de vinhos brancos de grande notoriedade a partir da casta Avesso, juntando aroma intenso frutado a uma acidez viva.
Sub-região de Basto
É a mais interior da Região, suas condições climáticas favorecem castas de maturação tardia como Azal (branca) a Espadeiro e a Rabo-de-Anho (tintas).
É nesta zona que a casta Azal atinge o seu máximo potencial e permite obter vinhos muito particulares, com aroma a limão e maça verde, muito frescos.
existe ainda uma considerável produção de Vinhos Verdes tintos que apresentam muita vinosidade e boca cheia e fresca.
Sub-região do Cávado
 A vinha está localizada um pouco por toda a bacia hidrográfica do rio Cávado, suas condições climáticas são adequadas à produção de vinhos brancos, sobretudo das castas Arinto, Loureiro e Trajadura. São vinhos com uma acidez moderada e notas de frutos citrinos e pomoídeas (maças maduras e pêras). Os tintos são na sua maioria lotes de Vinhão e Borraçal.
Sub-região do Lima
A altitude a que a vinha se encontra plantada é variável e aumenta do litoral para o interior, onde o relevo também é irregular, originando alguns microclimas no interior do Vale do Lima, existindo por vezes referências a baixo Lima e alto Lima.
Os vinhos brancos afamados desta sub-região são produzidos a partir da casta Loureiro possuem aromas finos e elegantes e vão desde o citrino (limão) até o floral (rosas). As castas Arinto e Trajadura encontram-se também bem disseminadas neste local, pois adaptam-se bem a climas amenos. Os vinhos tintos são produzidos principalmente de Vinhão e Borraçal.
Sub-região de Monção e Melgaço
Com um microclima muito particular, sendo exclusiva na casta Alvarinho (branca) e Pedral (tinta) e divide com a sub-região de Baião a recomendação para a Alvarelhão (tinta), 3 castas de maturação precoce.
A sub-região desenvolveu-se à volta da margem sul o rio Minho numa zona de meia encosta.
Sub-região de Paiva
Suas condições climáticas fazem com que as castas tintas Amaral e, sobretudo, Vinhão, atinjam estados ótimos de maturação, produzem alguns dos Vinhos Verdes tintos mais prestigiados de toda a Região.
Os brancos são obtidos a partir das castas Arinto, Loureiro e Trajadura, com uma aliada a Avesso, casta mais característica das sub-regiões interiofes.
Sub-região do Souza
Uma zona interior mas sem invernos fortes ou verões muito quentes. As castas principais são as típicas dos locais amenos, Arinto, Loureiro e Trajadura, às quais se juntam a Azal e a Avesso.
Relativamente os Vinhos Verdes tintos são de Vinhão e Borraçal, disseminadas por toda a Região e ainda Amaral e Espadeiro. Está ultima utilizada para produção de vinhos rosados.

Fonte: Comissão de Viticultura Região Dos Vinhos Verdes




















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