Retirado do Livro: O fantástico Mundo dos Vinhos de Euclides Penedo Borges.
"A maior parte das populações indígenas do Peru, da Bolívia e da Colômbia fala a língua quíchua. Foi deste idioma nativo que se originou a palavra coca (do quíchua -"kuka"). Diz respeito a um mastigatório à base de folhas de um arbusto- a coca - que, como sabemos, dá lugar à cocaína, poderoso estimulante do sistema nervoso central.
Na verdade, as propriedades medicinais e estimulantes da coca são conhecidas há séculos. O hábito de mastigá-la para resistir á fadiga em altitudes elevadas é considerado nos países andinos desde tempos pré-colombianos.
Sabendo disso, o jornalista e empresário francês Ange Mariani (1838-1914), oriundo da Córsega, resolve elaborar um elixir medicinal à base de coca e vinho.
Fez macerar folhas de coca em vinho tinto de Bordeaux para extrair as substâncias amargas e desenvolver meticulosamente a bebida resultante, lançada no mercado em 1871.
Denominado Vinho Mariani, o elixir de coca teve enorme sucesso.
Para usar de suas propriedades curativas, beberam dele segundo consta Sarah Bernhardt, o papa Leão XIII e o presidente Grant.
Logo vieram as adequações ou imitações fora da França. O farmacêutico Jonh Stith Pemberton, por exemplo, desenvolveu na Jacob's Pharmacy, de Atlanta, EUA, um xarope a partir do Vinho Mariani, acrescentando-lhe o estimulante noz de cola, uma semente afrodisíaca.
Surgiu assim, em 1884, O Vinho de Cola ou Pemberton's French Wine Coca, um medicamento para o cérebro e para os nervos. Premido por dificuldades financeiras, Pemberton adaptou o produto para ser servido como refrigerante, suprindo o álcool e os estimulantes da forma, e diluindo-o em água gaseificada.
Seu sócio e contator Frank Robinson criou a marca e desenhou com sua caligrafia o logotipo vigente até hoje. Nascia a Coca-Cola.
Desde 1904, por imposição do governo americano, as folhas de coca passaram a ser descocaínizadas antes da industrialização.
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