sábado, 1 de agosto de 2020

Cogumelo Porcini - Harmonização


Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando funghi porcini alla trasteverina acompanhado de fettuccine.
O funghi alla trasteverina é um prato tradicional da capital da Itália e, como tudo na gastronomia romana, é simples de preparar e extremamente saboroso. Leva o nome de um dos bairros mais famosos de Roma, Trastavere.
A estrela do prato é o porcini (Boletus Edulis) um cogumelo que não pode ser cultivado é coletado diretamente no meio ambiente.
O habitat do cogumelo porcini comum são as raízes das árvores hospedeiras, estas árvores incluem pinheiros, carvalhos e faias.


Possui chapéu de forma circular que pode atingir um diâmetro de 30 cm, sua cor varia de castanha a castanha com nuances, dependendo do local de origem.
Sua carne é firme e branca, o aroma e o sabor do porcini são inconfundíveis.
O período de colheita varia de meados da primavera até meados do outono, quando o clima oferece temperaturas quentes sem atingir níveis excessivos.
O porcini pode ser encontrado sozinho ou em grupos, no Hemisfério Norte na Europa, Asia e América do Norte, não ocorre naturalmente no Hemisfério Sul, embora tenha sido introduzido no sul da África, na Austrália, Nova Zelândia e até mesmo aqui no Brasil onde está crescendo em grande escala desde 2015 em Santa Catarina na cidade de Otacilio Costa, no Rio Grane do Sul e até na Serra da Mantiqueira, perto de São Paulo, porém são diferentes dos europeus e ainda diferentes entre si. Os nossos têm sabor e aroma menos acentuados.
O porcini uma vez coletado perece facilmente se não for consumido rapidamente. O método de conservação mais praticado é a secagem, que permite manter inalteradas todas as características organolépticas do paladar, olfato e cor.
Bom, harmonizar cogumelos e vinho é uma tarefa delicada devido a grande variedade de cogumelos existentes, cada qual com suas características específicas. Partindo dessa premissa, cada cogumelo teria seu próprio vinho.
Em geral, a maioria não harmoniza com vinhos muito tânicos, pois esses têm um efeito negativo sobre os delicados sabores dos cogumelos.
No caso do porcini, precisamos levar em conta sua grande característica aromática, logo, a primeira regra é que o vinho não sobrecarregue esse aroma, cobrindo-o.
Escolhi o Chianti Colli Senesi DOCG Fontaleoni
No nariz floral e frutas vermelhas, em boca bastante versátil  e fresco harmonizando o prato em sua totalidade, pois também casou muito bem com o molho de tomates.


Que tal preparar essa delícia  para o fim de semana?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
Funghi alla trasteverina (Serve 4 porções)
Ingredientes:
400 gramas de cogumelos porcini (usei desidratado)
Azeite extra virgem o quanto baste
1 cebola picada
1 dente de alho picado
50 ml de vinagre de vinho branco
400 gramas de tomate pelati (lata)
Aipo picado
Salsa picada
Tomilho picado
Sal e pimenta a gosto.
Preparo
Hidrate os cogumelos colocando-os em uma tigela com bastante agua morna, deixe por 30 minutos, retire da água e aperte-os até que estejam completamente drenados.
Frite-os em 5 colheres (sopa) de azeite extra virgem e reserve.
Em uma panela frite o alho e a cebola em 5 colheres (sopa) de azeite extra virgem. Uma vez frito adicione o vinagre e deixe evaporar.
Despeje o tomate pelati, o aipo, a salsa e o tomilho, em seguida tempere com  sal e pimenta.
Deixe o molho cozinhar por 20 minutos em fogo baixo, em seguida, adicione os cogumelos fritos, mexa e deixe por mais 5 minutos cozinhando em fogo baixo.
Sirva com fettuccine.

Você sabia...
Chianti Colli Senesi é uma das oito sub-regiões de Chianti.
A importância das sub-regiões é que elas ajudam a distinguir um vinho de qualidade, mais conduzido por terroir, de um genérico.
Geograficamente, o Chianti Colli Senesi é uma área muito particular, localizada dentro da área de produção do vinho Chianti, em território da província de Siena, a qual deve seu nome "Colli Senesi"
Seus vinhos tendem a ter elegância, caráter descontraído e frutífero, com pouco uso de carvalho e geralmente apresenta um teor alcoólico menor que o Chianti Classico.
Chianti Colli Senesi é obrigado a ter um mínimo de 75% Sangiovese, que pode ser misturado com Canaiolo, Colorino e Coliegiolo, variedades nativas comumente usadas para aumentar cor e perfume, suavizando os taninos às vezes evidentes demais na Sangiovese.
Além disso, com um mínimo de 10% da porcentagem geral, a lei permite o uso de variedades internacionais Cabernet Sauvignon e Merlot.
O teor alcooólico mínimo é de 11,5% para Chianti Colli Senesi da safra e 12,5% para Riserva.
Vale ressaltar que o Chianti Colli Senesi pode ser de dois tipos: Chianti Colli Senesi colocado no mercado a partir do dia 1 de março após a colheita; e Chianti Colli Senesi Riserva colocado no mercado após o envelhecimento em madeira durante pelo menos 8 meses e depois engarrafado durante pelo menos 4 meses.













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