segunda-feira, 29 de abril de 2019

Sulfitos


O que são sulfitos, e por que são colocados nos vinhos?
Os fatos são os seguintes:  o vinho sempre conteve sulfitos. Esses compostos ocorrem como subproduto natural da fermentação. Historicamente, os produtores sempre acrescentaram aos vinhos pequenas quantidades controladas de sulfitos para evitar que o vinho oxidasse e estragasse.
A grande preocupação com o sulfito ocorreu pela primeira vez no final da década de 1970 e no início da década de 1980, com o florescimento dos bufês de saladas. Verduras e frutas frescas eram rotineiramente borrifadas com grande quantidade de sulfitos (até 2.000 partes por milhão - ppm), para impedir que murchassem e escurecessem. A FDA (Food and Drug Administration) recebeu denuncias de casos de reações adversas, em centenas de pessoas. Em resposta, elaborou-se uma regulamentação rigorosa para proteger o percentual de pessoas consideradas em perigo (estimado entre 0,4% a 0,8% da população, na maioria asmáticos graves).
Contudo, historicamente as normas de sulfitos no vinho têm sido mais rigorosas do que as aplicadas nos bufês de saladas. No vinho o limite máximo é de 350 ppm. Na prática a maioria dos vinhos hoje contém 150 ppm, ou menos.. Nas vinícolas onde as uvas são saudáveis e sem ferimentos, e onde se usa  equipamentos esterilizados, a quantidade de sulfito no vinho pode ser bem menos.
Quando se usa enxofre na produção do vinho, em doses pequenas e cautelosas, ele é imperceptível ao olfato e ao paladar. E também, segundo os alergistas, não é responsável por dores de cabeça.
As pesquisas atuais sugerem que as dores de cabeça relacionadas ao vinho estão mais provavelmente relacionadas às dificuldades metabólicas individuais. 
Além do vinho, os sulfitos são encontrados em cervejas, misturas para coquetéis, biscoitos, bolachas, crostas de pizzas, tortillas, picles, condimentos, molhos de saladas, azeites, vinagres, açúcares, camarões, vieiras, frutas secas e sumos de frutas, entre outras comidas e bebidas.  



Fonte: Karen MacNeil

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Harmonização - Confit de bacalhau e Vinho De Loach - Chardonnay


Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando  Confit de Bacalhau acompanhado de batatas rústicas, fechando nossa sequência de posts sobre bacalhau!
O confit original é uma forma de cocção lenta, em que a carne é cozida na própria gordura, em fogo baixo (menos de 100 graus).
Hoje, é muito comum  confitar os alimentos usando qualquer tipo de gordura, banha, azeite, manteiga , para conferir maciez e textura a carnes, peixes e legumes.
O confit mais famoso e difundido é o de pato, que na França, é chamado de Confit de Canard.
Como estamos em Quaresma, hoje o Confit será de Bacalhau!
O Marcelo desalgou o bacalhau e temperou com tomilho, pimenta, alho e cebolas, depois colocou  pra cozinhar lentamente imerso no azeite, em fogo bem baixo por 60 minutos.
Lembre-se a posta de bacalhau tem que ficar totalmente coberta por azeite.
As batatas foram lavadas e cortadas com as cascas em 6 partes, dispostas em uma assadeira , reguadas com azeite e temperadas com sal grosso, alecrim e pimenta, assadas por 40 minutos ou até ficarem douradas.
Depois de pronto dava para sentir as ervas mas predominava o sabor do bacalhau, somado a isso a  textura que permitia tirar lascas que desmanchavam na boca.
Prato fácil e muito saboroso.
De Loach - Chardonnay - Califórnia  foi o vinho que escolhi para harmonizar, um típico Chardonnay do Novo Mundo.
Um Chardonnay com passagem em carvalho pois como o bacalhau ficou com um sabor bem intenso, se escolhesse um branco mais leve e fresco provavelmente ele seria dominado pela intensidade do prato e sumiria.
Como esse Chardonnay foi metade fermentado em tanques de inox e metade em barris de carvalho, harmonizou bem pois se apresentou potente, aromático com frutas tropicais como abacaxi, com toques de baunilha e um amadeirado que casa muito bem com o aroma do bacalhau, sem contar coma sua acidez bem presente que compensou a untuosidade do prato.





segunda-feira, 15 de abril de 2019

Harmonização - Bolinho de bacalhau Covela Arinto



Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Bolinho de Bacalhau.
Receita recente mas que não poderia ser deixada de fora, já pensou servir bolinho de bacalhau de entrada no seu almoço de Pascoa? Sucesso garantido.
Feito com bacalhau e batatas, o quitute surgiu em Portugal mas não se sabe ao certo de qual região do país ele veio. Autores como Maria de Lourdes Modesto e Alfredo Saramago, atribuem sua origem ao Minho.
A forma como conhecemos o bolinho de bacalhau com adição de batatas, só pôde acontecer depois que a mesma chegou à Europa. Em 1760 a batata chega a Portugal, mas somente em 1798 houve o primeiro incentivo da Rainha Dona Maria I para plantá-la nos Açores.
A primeira receita registrada oficialmente que mais se assemelha ao bolinho de bacalhau que conhecemos hoje, é datada de 1904 e está na obra de Carlos Bandeira Mello (Oficial do exército português).
Em seu livro "Tratado de Cozinha e Copa" a receita que tem como título Bacalhau em Bolos Enfolados, não mensura os ingredientes, porém, sua descrição do modo de preparo serviu de base para o surgimento de inúmeras receitas semelhantes.
Dependendo da região o formato do bolinho muda e, seu nome também. No Centro e Sul de Portugal é conhecido como Pastel de Bacalhau e, no Norte Bolinho de Bacalhau, assim como o chamamos aqui no Brasil.
Quem acompanha o BCA já me viu harmonizar frituras em geral com um belo Espumante, pois é sabido que a crocância que a fritura possibilita ao prato, combina por similaridade com as "bolhas" de um Espumante.
Porém hoje, farei uma harmonização diferente, vou emparelhar meus bolinhos de bacalhau com Vinho Verde Branco, que é jovem, leve e refrescante, possuindo acidez suficiente para deixar a gordura da fritura mais leve.


Covela Arinto Edição Nacional - Sub-região de Baião - Portugal
100% Arinto, aroma intenso de citrino (limão) com notas mineiras, em boca é seco, fresco,cheio de acidez.
Que tal preparar esta iguaria para seu fim de semana?
Eu como sempre, contribuo com a receita
Antes algumas dicas preciosas:
Para que seu bolinho não desmanche na frigideira, drene toda a água do bacalhau e da batata e use batatas mais sequinhas do tipo asterix.
Use óleo quente para fritar e frite poucos bolinhos de cada vez. Em Portugal eles costumam ser fritos no azeite, mas indico que a fritura seja feita com óleo (usei girassol) pois só o óleo atinge a temperatura ideal (alta) para criar a casquinha dourada e crocante como a que você vê na foto.
Ingredientes:
500 gramas de batatas
350 gramas de bacalhau
6 ovos
1 ramo generoso de salsa bem picada
2 dentes de alho amassados
Sal o q.b
Pimenta q.b
Preparo
Em uma panela cozinhe as batatas até que fiquem macias
Numa outra panela cozinhe o bacalhau até ficar macio
Quando ambos estiverem bem cozidos, retire a casca das batatas, bem como a pele e todas as espinhas do bacalhau
Passe ambos por um passe vite (utensílio para esmagar legumes)
Quando ambos estiverem bem esmagados, misture-os
Junte a salsa picada, o alho amassado, as gemas de ovos, acerte o sal e a pimenta
bata as claras em neve (firme) e misture lentamente
Envolva todos os ingredientes muito bem para obter uma mistura homogênea.
Dê forma aos bolinhos
Aqueça bem o óleo no ponto de fritura e ponha os bolinhos a fritar até dourarem
Retire e coloque para escorrer.

Você sabia...
O Vinho Verde é exclusivamente produzido na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, que se estende por todo noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho.
É elaborado a partir de várias castas autóctones selecionadas e também pode ser elaborado a partir de uma única casta.
A influência dos ventos marítimos, os solos na sua maioria de origem granítica, o clima ameno e a elevada precipitação, traduzem-se no frescor, leveza e elegância dos Vinhos Verdes .
Porém, variações na tipologia de solos e microclimas repartem a região em 9 sub-regiões, com diferentes castas recomendadas à produção de vinhos brancos, tintos, rosés e espumantes.
Sub-região de Amarante
Localizada no interior da região, suas condições climáticas favorecem o desenvolvimento de algumas castas de maturação mais tardia: Azal e Avesso (branca), Amaral e Espadeiro (tintas). Os vinhos brancos apresentam aromas frutados e álcool superior à média da região. Mas são os tintos que fazem a fama de Amarante.
Sub-região do Ave
A vinha está um pouco por toda a bacia hidrográfica do rio Ave, as condições climáticas faz com que está sub-região seja sobretudo uma zona de produção de vinhos brancos, com uma frescura viva e notas florais e de frutas citrina.
Por toda sub-região encontra-se as castas Arinto e Loureiro, e a Trajadura, completando na perfeição um lote de vinho.
Sub-região de Baião
Encontra-se na Região dos Vinhos Verdes, no seu limite com a Região Demarcada do Douro. Localiza-se no interior da região. Suas condições climáticas permitem o amadurecimento correto das castas de maturação mais tardia por exemplo a Azal e a Avesso (brancas) e a Amaral (tinta). Está sub-região tem-se afirmado na produção de vinhos brancos de grande notoriedade a partir da casta Avesso, juntando aroma intenso frutado a uma acidez viva.
Sub-região de Basto
É a mais interior da Região, suas condições climáticas favorecem castas de maturação tardia como Azal (branca) a Espadeiro e a Rabo-de-Anho (tintas).
É nesta zona que a casta Azal atinge o seu máximo potencial e permite obter vinhos muito particulares, com aroma a limão e maça verde, muito frescos.
existe ainda uma considerável produção de Vinhos Verdes tintos que apresentam muita vinosidade e boca cheia e fresca.
Sub-região do Cávado
 A vinha está localizada um pouco por toda a bacia hidrográfica do rio Cávado, suas condições climáticas são adequadas à produção de vinhos brancos, sobretudo das castas Arinto, Loureiro e Trajadura. São vinhos com uma acidez moderada e notas de frutos citrinos e pomoídeas (maças maduras e pêras). Os tintos são na sua maioria lotes de Vinhão e Borraçal.
Sub-região do Lima
A altitude a que a vinha se encontra plantada é variável e aumenta do litoral para o interior, onde o relevo também é irregular, originando alguns microclimas no interior do Vale do Lima, existindo por vezes referências a baixo Lima e alto Lima.
Os vinhos brancos afamados desta sub-região são produzidos a partir da casta Loureiro possuem aromas finos e elegantes e vão desde o citrino (limão) até o floral (rosas). As castas Arinto e Trajadura encontram-se também bem disseminadas neste local, pois adaptam-se bem a climas amenos. Os vinhos tintos são produzidos principalmente de Vinhão e Borraçal.
Sub-região de Monção e Melgaço
Com um microclima muito particular, sendo exclusiva na casta Alvarinho (branca) e Pedral (tinta) e divide com a sub-região de Baião a recomendação para a Alvarelhão (tinta), 3 castas de maturação precoce.
A sub-região desenvolveu-se à volta da margem sul o rio Minho numa zona de meia encosta.
Sub-região de Paiva
Suas condições climáticas fazem com que as castas tintas Amaral e, sobretudo, Vinhão, atinjam estados ótimos de maturação, produzem alguns dos Vinhos Verdes tintos mais prestigiados de toda a Região.
Os brancos são obtidos a partir das castas Arinto, Loureiro e Trajadura, com uma aliada a Avesso, casta mais característica das sub-regiões interiofes.
Sub-região do Souza
Uma zona interior mas sem invernos fortes ou verões muito quentes. As castas principais são as típicas dos locais amenos, Arinto, Loureiro e Trajadura, às quais se juntam a Azal e a Avesso.
Relativamente os Vinhos Verdes tintos são de Vinhão e Borraçal, disseminadas por toda a Região e ainda Amaral e Espadeiro. Está ultima utilizada para produção de vinhos rosados.

Fonte: Comissão de Viticultura Região Dos Vinhos Verdes




















quinta-feira, 11 de abril de 2019

Harmonização - Bacalhau grelhado e Alvarinho



Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Bacalhau grelhado em cama de batata ao murro e tomate grelhado.
Vai receber na Semana Santa e não quer fazer algo muito elaborado que requer muito tempo de preparo?
O bacalhau grelhado além, de fácil de fazer é muito saboroso e agrada qualquer paladar.
O bacalhau é temperado apenas com sal e pimenta e colocado na grelha, como o Marcelo não usou azeite e nem outro tipo de gordura na cocção, o bacalhau ficou com seu gosto bem fiel, leve e suculento.
Para harmonizar escolhi um Vinho verde Branco - Quinta de Carapeços - Vinho Regional do Minho - 100% Alvarinho, um vinho de coloração palha, com uma leve efervescência, aromas de frutas brancas bem presentes e boa acidez.
Um vinho simples, mas bem feito, assim como a nossa receita.






Batatas ao murro
Ingredientes:
1 kg de sal grosso
1 kg de batatas
2 dentes de alho
1/4 xícara de azeite extra virgem

Modo de preparo:
Lave bem as batatas e mantenha-as com casca. Pré-aqueça o forno a 180 graus.
Em uma forma pequena, espalhe uma camada de sal grosso e disponha as batatas sobre o sal.
Cubra com o restante do sal grosso e leve em forno pré-aquecido por 40 minutos ou até que as batatas estejam macias.
Retire todo o sal que envolve as batatas e protegendo as mãos com um pano de prato limpo, amasse levemente as batatas com a palma da mão.
Aqueça uma frigideira e adicione o azeite e refogue rapidamente o alho fatiado em lâminas (sem dourar), retire-os e passe as batatas no azeite que restou na frigideira.

Tomate grelhado
Ingredientes:
Tomate
Sal
Pimenta

Modo de preparo
Corte o tomate em duas partes tire as sementes e grelhe

Bacalhau
Ingredientes:
Lombo de Bacalhau dessalgado
Sal
Pimenta

Modo de preparo
Tempere o bacalhau com sal e pimenta.
Coloque-os na grelha. Grelhe primeiro com a pele voltada para baixo, assim evitará que as postas se desfaçam.
Grelhe até dourar dos dois lados.


Você sabia...
O Vinho Verde Branco só pode ser elaborado com uvas brancas a não ser para a obtenção de vinhos de base para a produção de Vinho Verde Espumante.
Cada sub-região possui um conjunto de castas "recomendadas" e outro de castas "autorizadas" que é complementar, totalizando 25, quase todas autóctones. No entanto os melhores, se originam de quatro castas: Alvarinho, Trajadura, Loureiro e Pedernâ.
A ligeira gaseificação do vinho provém de uma dose de dióxido de carbono acrescentado imediatamente antes do engarrafamento.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Havarti


Havarti é um queijo produzido na Dinamarca, a produção dinamarquesa de queijo Havarti começou em 1921, mas a partir dos anos 50 tornou-se gradualmente popular, até que em 1970 se tornou o queijo de exportação mais importante da Dinamarca.
É um queijo de leite de vaca semi-mole, de cor amarela pálida com pequenos orifícios, muito maleável, quase elástico.
É envelhecido por pelo menos três meses. Nesta fase, tem um sabor amanteigado suave. Como todo o queijo, á medida que envelhece o sabor fica mais acentuado e o queijo mais salgado.
O Havarti é diferente do Cream Havarti. O Cream Havarti, é preparado com a mesma receita original do queijo Havarti, mas é enriquecido com creme extra, amadurece muito pouco e tem uma textura suave.
O Cream Havarti também está disponível com diferentes sabores: como endro, cranberry, alho, manjericão, pimenta vermelha. Havarti e Cream Havarti ambos são queijos de mesa que podem ser cortados.
Havarti defumado é outra variedade de queijo Havarti. A casca defumada acrescenta uma nova dimensão ao Havarti tradicional.
Quando o assunto é vinho opte por Sauvignon Blanc, se preferir tintos Pinot Noir e Beaujolais também vão bem com queijo Havarti.
Para o Havarti defumado um Zinfandel .

Leia também: Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Gruyère

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Harmonização - Punheta de Bacalhau

Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Punheta de Bacalhau, um prato típico da cozinha do Sul de Portugal. Uma iguaria leve, surpreendentemente saborosa e que lá se come fria nos dias de calor.
É servida como entrada e nada mais é do que lascas cruas de bacalhau, temperado com muito azeite, cebolas e alho.
Um prato que é sucesso aqui no BCA que não podia faltar!
Receba seus familiares e amigos na Semana Santa com esta deliciosa iguaria, servida num pãozinho francês cortado em rodelas combinado com um bom  Espumante, vai surpreender!
Dizem que o nome  "Punheta" está relacionado ao fato de que o bacalhau cru é desfiado a mão (embaixo da água corrente para dessalgar) ou seja com os movimentos dos punhos.
Para harmonizar um Espumante Rosé.
Vinho Astoria Fashion Victim Rosé - Extra-Dry - Itália, elaborado com assemblage de Pinot Noir com variedades típicas da região de Treviso.
Um espumante fresco, delicado, com perlage fina e consistente, aromas de frutas vermelhas, flores brancas, elegante e complexo.
Um espumante versátil que ajudou a purificar o paladar atenuando a untuosidade do azeite proporcionando um refrescante contraste.



Que tal preparar essa delícia?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
400 gramas de bacalhau (1 posta)
100 ml de azeite extra-virgem
1 cebola média cortada em julienne
1 dente de alho picadinho
Desfie o bacalhau em lascas médias (já dessalgado),  junte a cebola,o alho, regue com azeite e tempere com pimenta-do-reino branca e sal (caso for necessário).



sábado, 6 de abril de 2019

Harmonização - Bacalhau Espiritual e Chanson Royale - Espumante Rosé Brut



Beber, Comer e Amar...
Como prometido, vamos rever no decorrer das semanas receitas e harmonizações com bacalhau.
Aproveite as dica de harmonização, pois sem dúvida alguma, vale a pena combinar seu bacalhau e o vinho, pois combinados com habilidade, até o prato mais simples e o vinho mais comum podem ter um sabor glorioso e criar uma surpreendente alquimia de sabores. O caso contrário, infelizmente, também é verdade. Escolha o vinho errado, um que não seja adequado ao prato, e os dois, a comida e o vinho, decepcionarão.
Espero que os posts o anime a experimentar as várias combinações de bacalhau e vinho.
Mantenha o espírito aberto, não tenha medo de experimentar e, sobretudo, confie em seu paladar!
São 5 receitas que irão te auxiliar na escolha do menu da Semana Santa.
A receita de hoje é típica de Portugal, e como todos os pratos tradicionais, têm sua história.
Dizem que foi criado pela Condessa Almeida Araujo em 1947, proprietária do restaurante de luxo "Cozinha Velha", instalado nas antigas cozinhas do Palácio Nacional de Queluz. Na época, á procura de novas receitas para compor seu cardápio, viajou para Paris, onde provou um prato chamado Brandade Claude de Morue, que além de delicioso, utilizava bacalhau, um produto português.
Ao voltar para Portugal, a Condesssa recriou e batizou a receita como Bacalhau Espiritual.
Quem acompanha o BCA sabe que bacalhau pode ser combinado tanto com vinho tinto, como branco ou rosé, tudo vai depender do modo de preparo do prato.
Como a preparação do bacalhau de hoje contém molho bechamel e, é levada ao forno polvilhada com queijo para gratinar, escolhi um Espumante Rosé francês para a harmonização.


Chanson Royale Brut Rosé - Les Vins Breban - Alpes de Haute Provence.
Borbulhas finas e aroma frutado, na boca frescor e suavidade persistentes.
Sua leveza encaixa perfeitamente com o sabor salgado do bacalhau e as borbulhas purificam o paladar, atenuando a untuosa textura do bechamel.
Que tal preparar o prato para a Páscoa? Eu como sempre, contribuo com a receita:
Bacalhau Espiritual
Ingredientes:
1/2 kg de bacalhau em lascas (dessalgado)
1/2 litro de bechamel
1 cenoura grande ralada
1 cebola grande cortada ao meio e fatiada
1 dente de alho picado
sal e pimenta a gosto
2 pães embebidos em 1 xícara de leite
100 gramas de queijo parmesão ralado na hora

Preparo:
1. Branqueie rapidamente o bacalhau (já dessalgado) em uma panela com água fervente.
2. Escorra o bacalhau e reserve a água.
3. Em uma tigela pique com as mãos grosseiramente os pães, acrescente 1 xícara de leite e amasse bem até formar uma pasta, reserve.
4.Em uma panela faça o bechamel acrescentando depois da farinha e antes do leite, uma concha da água do branqueamento do bacalhau que foi reservada.
5. Em uma frigideira coloque azeite (quantidade generosa) acrescente a cebola e o alho,  refogue até a cebola ficar transparente, acrescente a cenoura ralada, tempere com pimenta e sal (se necessário), acrescente o bacalhau e refogue por mais cinco minutos até o refogado ficar sequinho.
6, Acrescente o pão e metade do bechamel reservado, misture até ficar homogêneo, retire do fogo.
7. Disponha em um refratário.
8. Cubra com a outra metade do bechamel reservado.
9. Polvilhe com queijo parmesão ralado na hora.
10. Leve ao forno para gratinar.



Você sabia...
História do Bacalhau
Os Vikings são considerados os pioneiros no consumo de bacalhau, após descobrirem o peixe e sem recurso ao sal, eles secavam-o ao ar livre até endurecer, fazendo com que perdesse cerca de 1/5 de seu peso, ficando assim, conservado para poder consumi-lo aos pedaços em longas viagens marítimas.
A origem da comercialização do bacalhau deu-se pelo povo Basco, como já conheciam o sal, começaram a salgar o peixe para aumentar sua durabilidade, o bacalhau passou a ser comercializado curado e salgado por volta do ano 1000.
Portugal é o país que mais consome bacalhau (em sua maioria importado da Noruega). O peixe é apelidado de "fiel amigo", por estar sempre presente, nunca faltar e não deteriorar.
No Brasil o conhecimento do bacalhau se dá a época da colonização Portuguesa, data do descobrimento. Mas somente no início do século XIX, com a chegada da Corte Portuguesa e dos comerciantes lusos ao pais é que o consumo do peixe foi mais difundido entre a população. Foi no mesmo período que o Brasil começou a importar o produto da Noruega, e até hoje 95% do bacalhau consumido no Brasil tem sua origem na Noruega.
Bacalhau é o nome comum de várias espécies de peixes classificados em gêneros, em particular no gênero Gadus.
Existem três espécies de bacalhau:
Bacalhau do Atlântico (Gadus Morhua)
Bacalhau do Pacífico  (Gadus Macrocephalus)
Bacalhau da Groelândia (Gadus Ogac)
Sendo o Gadus Morhua a espécie mais consumida e apreciada em Portugal
O Gadus Morhua é o legítimo bacalhau, também conhecido no Brasil como "Porto" ou "Porto Morhua"
Porém, no mercado brasileiro existem cinco tipos diferentes de peixes salgados e secos são eles:
Gadus Morhua e Gadus Macrocephalu (conhecidos como bacalhau)
Saithe, Ling e Zarbo (conhecidos como tipo bacalhau salgado e seco)

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Gruyère


A região de Gruyère é conhecida por sua produção de queijo desde o século XII.
Um alto nível de emigração que atingiu Fribourg durante os séculos XVIII e XIX. Estendeu a zona de produção geográfica do queijo Gruyère aos Cantões de Vaud, Neuchâtel e Jura, bem como à vizinha França.
Historicamente, França e Suíça compartilharam o nome de Gruyère, mas em 1986, o queijo Gruyère de Comté francês foi oficialmente nomeado para Comté. Em 2001, Gruyère recebeu a designação AOC como queijo suíço e, em 2011, a Denominação de Origem Protegida pela união Européia, que identifica produtos que são produzidos, processados e preparados em uma área geográfica específica.
Uma importante e também a parte mais longa da produção do Gruyère Suíço é a maturação.
De acordo com a AOC suíça, as caves para amadurecer o Gruyère devem ter um clima próximo ao de uma caverna natural, que garante a temperatura e a umidade corretas para a criação de queijos de alta qualidade.
Durante o período de maturação as rodas de queijo são regularmente viradas e escovadas com água salgada, que além de influenciar o sabor funciona como conservante natural e ajuda a desenvolver a casa.
O período de maturação dura entre 6 e 18 meses.
Entre 6 e 9 meses - Clássico
A partir de 10 meses - Gruyère AOP Réserve
Alguns serão amadurecidos até 18 meses.
Gruyère é um excelente queijo de mesa. um termo que se refere a qualquer queijo que pode ser comido em fatias; também é um excelente queijo derretido, e é por isso que Gruyère é um dos 2 queijos principais (o outro é o Emmental) usado na preparação da tradicional receita de fondue.
Quando o assunto é vinho, o queijo Gruyère tem um sabor suave, cremoso, doce, mas ligeiramente salgado, que varia em função da maturação. Quando é jovem, o sabor é doce e ligeiramente salgado, com o amadurecimento adquire um sabor mais assertivo mas agradável, sabor a nozes, complexidade e notas de terra.
Com essa combinação de leve sabor de nozes e sabor doce frutado, opte por Espumantes Brut (Método Tradicional), ou um Riesling.
Já um Gruyère amadurecido com sabor de noz mais complexo acompanha bem um Porto Tawny.

Leia também: Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Grana Padano





segunda-feira, 1 de abril de 2019

Mentiras que te contaram sobre vinhos



"O dia da mentira surgiu na França, em 1564, quando o rei Carlos nono determinou que o Ano Novo fosse festejado em Primeiro de janeiro (até então, a passagem do Ano acontecia em Primeiro de abril, junto com o começo da primavera no hemisfério norte). Quem não soube da decisão ou não gostou da mudança continuou comemorando em abril. para ridicularizar esses conservadores, alguns engraçadinhos mandavam-lhes presentes esquisitos e convites para festas que não existiam.
A brincadeira chegou à Inglaterra 200 anos depois e, de lá, se espalhou para o mundo."
Para celebrar o dia da mentira o BCA separou três mentiras que certamente você já ouviu a respeito dos vinhos:
1. Se a garrafa é pesada o vinho é de boa qualidade.
Mentira: Vinhos de guarda usam garrafas com vidro mais espesso para reduzir a incidência de luz, que influencia o processo de envelhecimento e, também a garrafa é mais espessa para ser mais resistente , já que o vinho ficará guardado por um longo período. Para vinhos de consumo imediato a espessura da garrafa não faz diferença.
2. Quanto mais velho o vinho, melhor.
Mentira: Uma parcela bem pequena de vinhos é feita para envelhecer (como vimos em Vinhos de guarda) a maior parte dos vinhos são feitos para serem bebidos jovens.
3. Vinho branco com peixe e vinho tinto com carne.
Mentira: Quem acompanha o BCA sabe que a harmonização depende de muitos outros fatores além da cor do alimento e do vinho. É preciso considerar o peso, os aromas, o método de cocção, os molhos, guarnições para ai sim optar pela cor do vinho.