sábado, 29 de maio de 2021

Culinária Toscana e Vinho Chianti




Beber, Comer e Amar...
Para espantar o frio que faz agora em Sampa.
Má na cozinha preparando Peposo.
Peposo é um prato da cozinha toscana, datado de 1300, típico de Impruneta, uma cidade nas colinas florentinas, conhecida pela "terra de Impruneta" (uma argila contendo areia, carbonato de cálcio e óxido de ferro), que dá à terracota sua característica cor avermelhada.
Foram precisamente os trabalhadores que cozinhavam os tijolos (os fornacini) que criaram essa receita. Num canto do forno, colocaram uma panela de terracota com todos os ingredientes e cobriram com vinho, e a carne ficava por horas cozinhando.
Dizem que, em 1416, durante a época de Brunelleschi (arquiteto e escultor renascentista) na construção da famosa cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, os fornacini, fizeram uso extensivo deste prato, que começou a ficar famoso em Florença.
Filippo Brunelleschi quando experimentou o prato gostou tanto, que toda vez que lhe traziam tijolos, pedia para que lhe trouxessem também o peposo.
O longo cozimento, a pimenta (pepo em italiano é picante) e o vinho Chianti empregado na receita, induzem a comer junto com o peposo o pão toscano, um pão sem sal que também é acompanhamento de tantos outros pratos por lá.
Induzem também na harmonização com vinho, escolhi hoje um Chianti  DOCG, a estrela da Toscana!
O exemplar de hoje Busi Chianti DOCG


Com seus aromas de cereja, violeta e seu frescor conseguiu equilibrar o sabor forte e rico da carne.
A respeito do vinho Chianti sua DOCG compreende vinhos de diferentes tipologias com características bem distintas um do outro. Por isso, preste atenção ao rótulo do vinho.
Vinhos rotulados somente com a palavra Chianti, como o exemplar de hoje, segundo a DOCG precisam conter 70% a 100% de uva Sangiovese, a junção de uvas brancas não pode superar 10% e as uvas Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon não podem, sozinhas ou em conjunto, passar de 15%.
Graduação alcoólica mínima 11,5% e 12% se for Riserva.
Outros tipos existentes de Chianti:
Chianti Superiore: Chianti com graduação alcoólica maior que a versão normal.
Chianti seguido de referência a uma das subzonas permitidas pela DOCG que são:  Chianti Colli Aretini, Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colli Senesi, Chiant Colline Pisane, Chianti Montalbano, Chianti Rufina, Chianti Montispertoli,
Chianti Classico: Que é vinificado apenas em uma área específica entre as províncias de Florença e Siena, com corte mínimo de 80% Sangiovese, até 10% de Canaiolo, até 15% de outras uvas tintas, inclusive, Cabernet Sauvignon e Merlot, e até 6% de uvas brancas Trebbiano ou Malvásia.
Chianti Riserva: Indicando que passou por um período mínimo de dois anos de envelhecimento
Harmonização regional perfeita, que tal preparar o prato? Eu como sempre, contribuo com a receita.

Receita de Peposo
(Essa versão tem algumas alterações em comparação a receita original, como por exemplo o emprego do caldo e carne)

Ingredientes:
1 kg de músculo
3 dentes de alho
4 cravos-da-índia
6 folhas de louro
1 litro de vinho tinto 
Sal a gosto
1 1/2 colher de sopa de pimenta em grãos
1 1/2 litro de caldo de carne
Preparo:
Em uma panela (preferencialmente de barro), misturar o músculo já em cubos, o vinho e os temperos.
Em fogo brando, cozinhar por uma hora com a panela tampada.
Adicionar um pouco de caldo de carne e continuar cozinhando por mais duas horas com a panela tampada, adicionando aos poucos o caldo de carne restante.
Grelhar duas fatias de pão toscano e dispor no centro do prato.
Colocar uma porão de carne com o molho por cima.


Receita de Pão Toscano
Ingredientes para a pré massa
170 gramas de farinha
120 ml de água
30 gramas de fermento fresco ou 1 pacotinho de fermento seco para pão.
Ingredientes para a massa
250 gramas de farinha
125 gramas de água morna
Preparo do pão:
Na manhã do dia anterior, prepare a pré massa em uma tigela, misture a farinha com o fermento.
Adicione a água gradualmente e comece a trabalhar bem durante pelo menos 10 minutos.Você terá que obter uma bola suave e sem caroços.
Enfarinhe uma tigela, coloque a bola de massa e corte por cima uma cruz. Cubra com um pano limpo e deixe-a crescer durante duas horas à temperatura ambiente, até dobrar de volume.
Coloque-a na geladeira (coberta com o pano) e deixe-a até a manhã seguinte.
Na manhã do dia seguinte, retome a pré massa e divida-a em 6 pequenos pedaços. Coloque-os em uma tigela e despeje a água morna sobre eles. Deixe tudo descansar por cinco minutos.
Em seguida adicione aos poucos 250 gramas de farinha e comece a amassar, sovando por mais 10 minutos. Forme uma bola de massa, corte-a por cima uma cruz e deixe-a dobrar de volume por mais ou menos uma hora, coberta com um pano.
Estique-a como uma massa de pão (veja formato na foto)
Coloque-o numa assadeira untada , salpique farinha por cima e corte com uma faca afiada . Cubra e deixe crescer por mais 45 a 60 minutos.
Enquanto isso, aqueça o forno a 200 graus, coloque uma bacia de alumínio ou cerâmica cheia e água no forno.
Após a massa levedada, leve o pão ao forno por 20 a 30 minutos ou até ficar dourado.



Você sabia...
O pão toscano como citei anteriormente é acompanhamento de tantos outros pratos, além do Peposo.
Dizem que é feito sem sal, porque por volta do século XVII, quando a rivalidade entre Pisa e Florença estava no seu auge, os Pisanos bloqueavam as cargas de sal que chegavam ao Porto de Pisa, para assim criar danos econômicos a Florença.
Dessa forma, o sal era raro de se encontrar na cidade, por conta do seu alto valor, optou-se por não utilizá-lo. Até que a necessidade cedeu ao costume.
Porém nos últimos tempos, com o tema gastronomia regional em alta, argumentaram que o pão sem sal seria funcional para não "chocar" com os já robustos sabores da cozinha toscana.



sexta-feira, 28 de maio de 2021

Dia do Hambúrguer



Hoje comemora-se o Dia Mundial do Hambúrguer.
Foram os tártaros, tribos nômades que habitavam as estepes russas, que fizeram os primeiros hambúrgueres. Conta a lenda que eles levavam a carne crua embaixo da sela, enquanto galopavam, para amaciá-la.
Hambúrguer combina com vinho?
É claro que sim!
Lembra que sempre falo aqui no blog que, para harmonizar comida e vinho tudo depende dos ingredientes do prato? Com o hambúrguer não é diferente.
No de hoje temos carne, queijo e maionese, então, precisamos de algum tanino, acidez e um pouco de corpo para a untuosidade do queijo e o peso da carne.
Escolhi para acompanhar aqui em casas um Malbec argentino de Mendoza.
De modo geral, como hoje em dia existem vários tipos de hambúrgueres, uma dica é ,quanto mais rica (em gordura) for a carne escolhida, mais estruturado deve ser o vinho.
Porém, tudo vai depender dos ingredientes que irão compor o seu lanche, hambúrguer de costela, hambúrguer com queijo azul, hambúrguer vegano, e por ai vai.
Que tal preparar um X-Maionese dos Deuses!?
Eu como sempre, contribuo com a receita.
Ingredientes para 4 unidades
600 gramas de patinho moído
Sal
Pimenta
1 colher de chá  de ketchup
Queijo prato q,b
Maionese caseira q.b
Pão para hambúrguer
Preparo:
Tempere a carne com sal e pimenta-do-reino a gosto, acrescente o ketchup e forme bolas com peso médio 150 gramas.
Modele em forma de hambúrguer.
Grelhe em chapa quente de ambos os lados (3 minutos de cada lado para servir a carne ao ponto)
Coloque por cima 3 fatias de queijo prato e deixe derreter.
Aqueça o pão para hambúrguer na chapa e em seguida monte-o com maionese, carne e queijo.
Para a maionese
Ingredientes:
1 ovo inteiro
1 colher chá de mostarda amarela
Sal e pimenta a gosto
Óleo de canola q.b
Preparo:
O Marcelo faz a maionese no mixer, colocando primeiro ovo, sal, pimenta e mostarda começa a bater, colocando o óleo em fio até dar o ponto.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Culinária da Hungria - Vinho



Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparado Paprikás Csirke.
Popular prato húngaro, universalmente chamado de Paprikash de frango. Paprikash vem da palavra paprika e descreve uma variedade de pratos cozidos com carne, cebolas, páprica e creme azedo.
Paprikás Csirke mostra a paprica talvez mais do que qualquer outro prato húngaro.
Por lá existem oito tipos de páprica, variando de doce a moderadamente picante e muito picante.
Para o prato de hoje, o Marcelo usou a Édes Paprika (suave).
Existem muitas variações deste prato, uns fazem com tomates, outros sem, alguns com água, outros com caldo de galinha, uns adicionam creme azedo, outros creme de leite.
O prato é tradicionalmente servido com nokedli (macarrão semelhante ao spätzle).
Como a páprica reina no prato, qual vinho seria melhor para harmonizar?
Dizem que os húngaros harmonizam seu Paprikás Csirke com um Egri Bikavér, um vinho feito basicamente com uvas Kékfrankos ( uva que faz vinhos moderadamente tânicos, que podem ser bastante picantes) produzido em Eger.
Eger é, depois de Tokay, a região mais famosa da Hungria. Se Tokay é o vinho branco mais célebre da Hungria, Egri Bikavér é certamente o seu mais famoso tinto.
O Egri Bikavér classifica-se em: Standard Bikavér que deve conter pelo menos três variedades no corte, incluindo a Kékfrankos; e o Egri Bikavér Superior que deve conter cinco variedades no corte, com a Kekfrakos mais uma vez como majoritária.
Harmonizar culinária étnica e especiarias não é tarefa fácil, havia pensado por ser um prato picante, em um vinho com baixo teor alcoólico, leve e com um toque de doçura, que ajudaria a diminuir o calor da páprica. Porém, resolvi arriscar na harmonização com a Cabernet, por achar que o prato não dá lugar pra sutilezas, optei por um Cabernet sul africano não tão jovem, com frutas negras ainda presentes porém mais sutis, taninos mais redondos e acidez preservada.


Esse exemplar de 2015 já mais macio, ainda que rico o suficiente para absorver a avalanche de sabores doces e picantes do prato, provando que harmonização é sempre, um eterno aprendizado.
Que tal assim como eu, e o Marcelo, experimentar um prato novo? Eu como sempre, contribuo com a receita:
Paprikás Csirke
Ingredientes:
Óleo, manteiga ou banha de porco - 2 colheres de sopa
Coxa e contra-coxa de frango - 1 kg
Cebolas, cortadas em fatias finas - 2
Páprica húngara - 1/4 xícara
Farinha - 2 colheres de sopa
Caldo de galinha ou água - 1 1/2 xícara
Sal e pimenta a gosto
Creme azedo - 1 xícara
Suco de limão - 1 colher de sopa
Preparo:
1. Aqueça o óleo em fogo médio-alto em uma panela grande ou frigideira de fundo grosso. Adicione os pedaços de frango um por vez e doure de ambos os lados. Reserve em um prato.
2. Remova o excesso de óleo deixando cerca de  2 colheres de sopa e adicione as cebolas. Salteie as cebolas até murchar e apenas começar a dourar. Acrescente a páprica e a farinha e cozinhe por 2 minutos.
3. Acrescente o caldo e mexa, rompendo todos os grumos. Adicione os pedaços de frango dourados, sal e pimenta. Deixe ferver, abaixe o fogo, tampe e deixe cozinhar por 25 a 30 minutos ou até que o frango esteja cozido e macio.
4. Remova o frango para um prato e retire o excesso de gordura do molho.
Acrescente o creme de leite e o suco de limão.
Ajuste o tempero e reaqueça em fogo baixo. Devolva o frango ao molho e sirva quente.


Você sabia...
Segundo George Lang, autor de George Lang'S Cusine of  Hungary, co-proprietário do famoso restaurante Gundel, em Budapeste, e  ex -proprietário do saudoso  Café des Artistes, na cidade de Nova York, a páprica, junto com outros ingredientes essenciais da culinária húngara, tomates, cerejas azedas e phyllo, tudo isso foi introduzido pelos turcos durante suas numerosas ocupações. Escreve:
"Há algo sobre a paprika em si que o torna sinônimo de "hungaro" "impressionante", "picante", "temperamental" - todos esses adjetivos sugerem paprika e o caráter nacional húngaro.
Paprika é para a culinária húngara o que é a conversa - não apenas um enfeite superficial, mas um elemento integral, um sabor muito especial e único, instantaneamente reconhecível."










sábado, 22 de maio de 2021

Prepare um nhoque diferente


 

Beber, Comer e Amar...
Atendendo a pedidos vamos rever um dos pratos mais visualizados no BCA.
Má na cozinha preparando Gnocchi Alla Romana.
Prato antigo da região de Lazio, que se tornou famoso em toda a Itália por causa de sua simplicidade e seu gosto.
A diferença do Gnocchi alla romana com todos os outros, é a presença da semolina que é combinada com leite, gema de ovo, manteiga e queijo Parmigiano Reggiano ralado. Em restaurantes tradicionais são oferecidos às quintas-feiras e, como nas melhores tradições, a receita é transmitida de geração em geração, apesar de algumas modificações.
Um prato rico e saboroso, que não ficou tão untuoso quanto parecia, por esse motivo escolhi para harmonizar um vinho branco fresco porém um pouquinho mais intenso, para aumentar a força do prato e proporcionar o equilíbrio certo.



Optei por um branco de Friuli- Venezia Giulia, em geral chamada simplesmente de Friuli. Essa região fica na ponta nordeste da Itália, e parece "psicologicamente" mais perto da Áustria e da Alemanha do que, de Roma.
Segundo especialistas os vinhos de Friuli têm precisão, foco e domínio e, entre todos os vinhos de Tre Venezie, eles podem ser os mais germânicos. Na maioria são cortes de variedades nativas como Ribolla Gialla, Tokai Friulano, com variedades internacionais como Pniot Grigio, Sauvignon Blanc, Pinot Blanc e Chardonnay.
O Exemplar de hoje da Fontanafredda o Gia Bianco IGT da região de Colli Orientali del Friuli é elaborado com Malvásia Istriana, Ribolla Gialla e Pinot Grigio, seus aromas bem presentes de frutas amarelas como abacaxi e cítrica da á boca um sabor pronunciado e sua acidez vivaz faz o fechamento perfeito.
Que tal se transportar para a Itália fazendo essa combinação? Eu como sempre, contribuo com a receita.


Ingredientes para o gnocchi
250 gramas de semolina
1 litro de leite
100 gramas Parmigiano Reggiano ralado na hora (na falta qualquer outro parmesão)
50 gramas de manteiga
2 gemas
Sal, noz-moscada e pimenta a gosto.
Ingredientes para gratinar
40 gramas de manteiga derretida
40 gramas de Parmigiano Reggiano ralado

Preparo do gnocchi
1. Coloque o leite em uma panela grande e aqueça com sal, pimenta e noz-moscada.
Quando atingir a primeira fervura, adicione a semolina (como chuva) e mexa continuamente para evitar a formação de grumos com um batedor durante alguns minutos até engrossar.
Retire do fogo, adicione a manteiga até obter uma mistura homogênea.
2. Adicione as gemas, o parmesão ralado e misture até ficar uniforme.
Transfira a massa para uma assadeira untada com um pouco de óleo e alise-a com um auxílio da parte de trás de uma colher úmida para obter uma superfície de 1cm de espessura. Deixe esfriar.
3. Com um cortador circular de 4 cm (ou mesmo um copo ) corte discos e gradualmente disponha-los  sobrepostos em um refratário untado com manteiga.
Pincele manteiga derretida em  cima de todos os discos e polvilhe com queijo parmesão.
Asse em forno preaquecido a 180 graus durante 15-20 minutos e depois aumente a temperatura do forno e asse por mais 5 minutos ou até dourar.

Você sabia...
Quando ouvimos a palavra nhoque, logo pensamos no nhoque feito de batatas. Na Itália, no entanto, os nhoques vêm em uma variedade de formas. O pão de sobra é usado para fazer o Conederli cúbico fervido do Trentino-Alto Ádige. Na Toscana e no Piemonte, os "bolinhos" respectivamente chamados Gnudi e Rabaton são feitos com vegetais cozidos e ricota. No sul de Nápoles, o nhoque de batata é frequentemente assado com molho de tomate, mussarela e manjericão.
E em Roma, os habitantes locais mantêm-se quentes nos meses mais frios, preparando o Nhoque Alla Romana.


sábado, 15 de maio de 2021

Risotto alla Milanese tradicional


Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Risotto alla Milanese, um clássico da culinária Italiana.
Segundo vários autores, o Risotto alla Milanese é descendente direto do "Riso col Zafran (arroz com açafrão)" uma receita medieval conhecida tanto pelos árabes quanto pelos judeus.
Há inúmeras lendas sobre o seu surgimento creditando o prato à cidade de Milão. Uma das mais aceitas, aparece num manuscrito que se encontra na Biblioteca Trivuziana, localizada dentro do Castello Sforzesco.
Conta a lenda que em 1574, Valério di Fiandra um fabricante de vidros belga, que trabalhava na confecção das janelas da  Catedral da cidade, durante o jantar de casamento de sua filha, viu surgir um prato de arroz colorido com açafrão, um material que lhe era muito conhecido, pois seu assistente costumava acrescentá-lo nas cores de suas tintas para criar efeitos cromáticos específicos. O arroz preparado talvez por brincadeira do mesmo, ganhou os comensais, graças não só ao gosto do açafrão mas também por sua linda cor amarelo dourada que remetia a riqueza,
O prato inusitado foi um sucesso tão grande que rapidamente toda Milão queria provar o tal "risoto amarelo".
Somente em 1853, uma receita intitulada "Riso Giallo alla Milanese (arroz amarelo milanês)" foi descrita no livro Il Nuovo Cuoco Milanese que possuía ingredientes muito semelhantes aos usados hoje.
No início do século XX, Artusi, forneceu a versão quase definitiva, acrescentando vinho branco.
Finalmente, em 1981 o visionário Chef Gualtiero Marchesi (3 estrela Michelin) apresenta o Risotto alla Milanese com um folha de ouro comestível 24 quilates, revolucionando o prato.
Em 2007, a cidade de Milão reconheceu o Risotto alla Milanese atribuindo-lhe Denominação Municipal, e é baseado nesta receita que o Marcelo fez o nosso prato de hoje, com ausência de vinho branco e adição de gordura e tutano.
Saboroso, cremoso e cromaticamente festivo, assim ficou o nosso risoto, com sabores intensos devido ao açafrão, mas sobretudo ao tutano da carne que confere ao prato um sabor todo especial e uma complexidade maravilhosa.
Bom, quando se trata de harmonizar o Risotto alla Milanese, o emparelhamento ideal tem sido discutido por anos! A tradição lombarda exige que se combine o prato com vinho tinto para emparelhar na verdade com a gordura do tutano e com a complexidade que o prato oferece mas corre-se o risco de sufocar os aromas do açafrão.
Para um resultado mais equilibrado e harmonioso você pode optar por um branco ou rosé com bom corpo e estrutura.
Escolhi um Franciacorta Extra Brut Rosé - Brolese - Tenuta Villa Crespia  
 

 
Nariz frutas vermelhas maduras, brioche e manteiga, em boca é fresco, saboroso e persistente.
Que tal preparar esse clássico par o fim de semana?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
Risotto alla Milanese
Ingredientes:
2 xícaras de arroz para risoto
20 gramas de tutano de carne
100 gramas de manteiga
1 cebola
1 1/2 litro de caldo de carne caseiro
2 sacos de açafrão em estigma
Queijo parmesão ralado (na hora) q.b
Preparo:
Pique o tutano e frite em uma panela junto com metade da manteiga. Quando o tutano derreter, adicione a cebola picadinha e refogue até murchar.
Adicione o arroz, mexendo sempre, deixe pegar sabor por alguns minutos. Quando o arroz ficar bem brilhante, adicione uma concha de caldo fervente, mexendo sempre, continue adicionando caldo ao arroz até que esteja cozido. Um pouco antes de desligar o fogo, adicione o açafrão diluído em meia concha de caldo.
No final da cozedura, fora do fogo, finalize o risoto com queijo parmesão e com o restante da manteiga.

Você sabia...
Franciacorta foi o primeiro vinho espumante italiano produzido exclusivamente com refermentação em garrafa a ter obtido em 1995 a designação de Origem Controlada e Garantida (DOCG). Este espumante é identificado com o nome da região geográfica onde as uvas Chardonnay, Pinot Nero e Pinot Bianco são cultivadas. Uma única expressão - Franciacorta - que define um território, um método de produção e um vinho.
Tipos de Franciacorta:
Franciacorta: uvas Chardonnay e/ou Pinot Nero, um máximo de 50% de uvas Pinot Bianco pode ser usada. Refermentação em garrafa por pelo menos 18 meses de maturação com levedura. Elaboração e maturação dura, pelo menos 25 meses após colheita - Pressão na garrafa entre 5 e 6 atmosferas.
Franciacorta Satèn: Chardonnay (dominante) e até um máximo de 50% de Pinot Bianco é produzido apenas como Brut. Pressão mais baixa na garrafa, menos de 5 atmosferas.
Franciacorta Rosé: uvas Chardonnay - Pinot Bianco (no máximo 50%) Pinot Nero (mínimo 25%).
Franciacorta Millesimato: (proveniente de um único ano) é produzido quando o ano tem um qualidade particularmente alta e a maturação é mais longa do que a usada para o cuvee (Franciacorta que não é Millesimato) um mínimo de 37 meses deve passar de quando as uvas são colhidas antes que este vinho seja colocado no mercado.
Franciacorta Riserva: são vinhos Millesimato que permanecem em leveduras por muitos anos (5 anos), então Franciacorta Riserva é colocado no mercado após pelo menos 67 meses da colheita.









segunda-feira, 10 de maio de 2021

Âninus Pinot Noir Brasileiro

 
 
Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Carré de cordeiro.
A harmonização do cordeiro é muito interessante, uma vez que existem muitas variações de preparo e cortes, e para entender que vinho combina devemos primeiro nos perguntar qual será o corte utilizado e como queremos prepará-lo.
Hoje, o Marcelo fez um  carré assado do modo mais simples, alho e alecrim.
Para acompanhar a beleza da carne, escolhi um Pinot Noir brasileiro.

ãnimus Pinot Noir - 2020 - Vinhos da Rua do Urtigão
Uvas Vinhedo São Paulino - Vacaria- RS - Solo basáltico.
Vinificado pelo método natural, fermentação espontânea com leveduras nativas.
Não foi clarificado nem filtrado, não recebeu nenhum insumo enológico na vinificação.
Recomendação do produtor: 30 minutos de decanter
Brilhante e animado com uma veia de cereja distinta junto com aromas terrosos, especiarias e indescritível atração animal lembrando muito os Pinot franceses.
Cerejas e especiarias estão também presentes em boca, acidez precisa e muito equilíbrio, um Pinot que prima pela elegância.
Como todos os vinhos da linha, seu rótulo possui um belíssima arte e uma simbologia.
Vinhos de Baixa Intervenção - autênticos e apaixonantes.
Que tal preparar esse Carré prático e delicioso?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
Ingredientes 
1/2 xícara de vinho tinto 
1/2 xícara de azeite extravirgem
4 dentes de alho amassados
2 carrés de cordeiro inteiros
2 colheres (sopa) de folhas frescas de alecrim
Sal e pimenta a gosto
Preparo
Faça uma marinada com todos os ingredientes, arrume os carrés numa assadeira e despeje a marinada por cima. Deixe fora da geladeira por 1 hora, virando depois de meia hora.
Deixe apenas 1/3 do molho na assadeira, reserve o restante e envolva os ossos do carré com papel alumínio. 
Asse em forno preaquecido a 220 graus. Depois de 15 minutos retire o papel alumínio dos ossos do carré, e regue a carne com o molho restante, asse por mais 5 ou 10 minutos.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Inrresistível Bolo de Lavanda - Dia das Mães



Beber, Comer e Amar...
Uma receita que é sucesso aqui no BCA que pode acertar em cheio os corações das mamãe.
Hoje o post saiu literalmente do forno!
Má na cozinha retirando do forno um delicioso Bolo de Lavanda.
Não tem coisa mais gostosa do que carinho de mãe, bolo e vinho.
Esse bolo tem um perfume suave de lavanda e leva uma cobertura feita com açúcar e limão que logo me fez pensar em um Moscato d'Asti com seu finalzinho cítrico, para a harmonização.




Escolhi o Beni di Batasiolo Bosc Dla Rei um vinho discretamente frisante, delicado, ligeiramente doce, extremamente frutado, frutas maduras amarelas, notas florais e mel, teor alcoólico baixo (5,5%) e muito refrescante com um finalzinho cítrico que combinou perfeitamente com o bolo.
Que tal preparar esse delicioso bolo de lavanda para o Dia das Mães?
Eu como sempre, contribuo com a receita:

Ingredientes da massa:
200 gramas de manteiga sem sal na temperatura ambiente
1 xícara de leite em temperatura ambiente
4 ovos em temperatura ambiente
2 xícaras de açúcar
3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
1/2 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de sementes de lavanda secas.

Cobertura:
1 xícara e açúcar de confeiteiro
3 colheres (sopa) de suco de limão.

Modo de preparo da massa:
Pré-aqueça o forno a 180 graus e unte uma forma de bolo inglês com manteiga e polvilhe com farinha de trigo.
Peneire juntos a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Separe a clara das gemas e bata-as em neve. Reserve.
Na batedeira, bata a manteiga até que fique fofa. Adicione o açúcar aos poucos e bata até obter um creme.
Junte as gemas, uma a uma, batendo bem entre cada adição. Diminua a velocidade e adicione os ingredientes peneirados aos poucos, alternando com o leite.
Sempre comece e termine com a farinha. A cada adição, bata apenas para misturar.Retire a mistura da batedeira e acrescente delicadamente as claras em neve até obter uma mistura homogênea. Coloque a lavanda e transfira a mistura para a forma.
Leve ao forno pré-aquecido e deixe assar por aproximadamente 50 minutos
Depois de assado, retire o bolo do forno e deixe esfriar.
Desenforme e cubra o bolo com a cobertura.

Modo de preparo da cobertura:
Misture o açúcar com o suco de limão, mexa vigorosamente e despeje sobre o bolo.