terça-feira, 6 de outubro de 2020

Bauru o sanduíche mais famoso de São Paulo

 
 

 Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Bauru, delicioso sanduíche inventado em um dos bares mais tradicionais de São Paulo, o Ponto Chic, é feito no pão francês com finas fatias de rosbife, tomate em rodelas, pepino em conserva e uma mistura de quatro tipos de queijos fundidos em banho-maria ( prato, estepe, gouda e suíço)
O Ponto Chic possui mais de noventa anos de história. Sua inauguração no Largo do Paíssandu (São Paulo) coincidiu com a Semana de Arte Moderna (1922), os intelectuais, artistas, modernistas e empresários adotaram o bar como reduto, lá discutiam política, economia, arte e esportes. Muitas vezes se presenciava a contratação de jogadores de futebol pois Odilío Cecchini, o proprietário, integrava a diretoria do antigo Palestra Itália.
Os alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco também se tornaram assíduos frequentadores. Um de seus ilustres alunos, Casimiro Pinto Neto, o Bauru, que tinha esse apelido por ser da cidade de Bauru, SP, foi responsável pela invenção do sanduíche que levou seu nome (1937) e até hoje o Ponto Chic mantém sua receita original.
Casimiro que foi radialista e tabelião, trabalhou na radio Record dando voz ao Repórte Esso, pouco antes de falecer (1983) contou em uma entrevista como montou o sanduíche:
"Pedi ao Carlos (chapeiro), abre um pão francês, tira o miolo e bota um pouco de queijo derretido dentro, bota um pouco de albumina e proteína nisso, põe umas fatias de rosbife. Quando Carlos ia fechar o sanduíche falei: falta vitamina, bota ai umas fatias de tomate".( O pepino em conserva, entrou depois, para dar a combinação de sabores do sanduíche). Foi ai que Antônio Boccini Jr, o Quico, um de seus muitos amigos, pediu-lhe um pedaço para provar e logo falou: "Me vê um desses do Bauru". Na mesma noite outros clientes fizeram o mesmo, e imediatamente o nome pegou.
O Ponto Chic foi alvo de uma ação de despejo em 1977, pois estava em um prédio alugado. Odílio Cecchini faleceu pouco depois. Entretanto, um ex-funcionário Antonio Alves de Souza, adquiriu o direito de reabrir o Bar no bairro de Perdizes, em 1978. Dois anos depois, a casa voltou a existir no Largo do Paissandu. Até hoje os dois endereços pertecem  a Antonio Alves de Souza, assim como a filial do Paraíso.
O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) da terra natal do inventor criou um selo de certificação do Bauru, concedidos a estabelecimentos "que o preparam segundo a receita tradicional, descrita e protegida por lei municipal". O primeiro obviamente comtemplou o Ponto Chic do Largo Paissandu. Em dezembro de 2018 o Bauru recebeu  o honroso status de Patrimônio Imaterial do Estado de São Paulo.
Quando o assunto é vinho, de um lado os diferentes tipos de queijos macios e firmes, por outro lado, o rosbife frio, o tomate e o pepino. 
Para encontrar a combinação perfeita, você precisa encontrar o equilíbrio. Assim, o vinho que escolher deve ter uma boa acidez e, ao mesmo tempo, um final suficientemente longo, para não ser sufocado pelos queijos.
Prefira os brancos jovens e frutados que tenham um pouco de untuosidade e principalmente frescura o que contrabalança a gordura dos queijos.
Escolhi um branco brasileiro da vinícola Pizzato
 
 Pizzato Legno Chardonnay 2019 - Denominação de Origem Vale dos Vinhedos - Brasil
100% Chardonnay - 9 meses barrica de carvalho
De cor amarelo brilhante, aromas de flores e frutas, damasco seco, abacaxi em calda, caramelo, amêndoas e mel.
Em boca uma ótima acidez, untuoso na medida certa, elegante, fresco, mineral e de boa persistência. 
Perfeita comunhão!
Que tal preparar essa iguaria?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
Bauru receita original Ponto Chic
Ingredientes:
1 colher (café) de manteiga
1 fatia de queijo gouda
1 fatia de queijo estepe
1 fatia de queijo prato
1 fatia de queijo suíço
1 pão francês
Fatia finas de rosbife
2 rodelas de tomates
2 rodelas de pepino em conserva
Água q.b
Sal a gosto
1. Coloque cerca de 100 ml de água numa frigideira ou panela rasa. Junte a manteiga e leve ao fogo. Aqueça até que se forme uma camada de gordura por cima. Diminua o fogo.
2. Acrescente os queijos, aos poucos, mexendo sempre e colocando mais água quando necessário, até obter uma pasta uniforme. Cuide para que o queijo não derreta demais.
3. Corte o pão ao meio, no sentido do comprimento.
retire o miolo.
4. Acrescente dentro do pão as fatias de rosbife, polvilhando-as com um pouco de sal. Depois, coloque o tomate e o pepino.
5. Incorpore a pasta de queijo.
6. Feche e sirva-o cortado na diagonal.
 

Voce sabia...
Denominação de Origem Vale dos Vinhedos
Vinhos finos tranquilos brancos e tintos e vinhos espumantes finos são produtos da DO Vale dos Vinhedos.
O Vale dos Vinhedos foi a primeira indicação geográfica reconhecida do Brasil. Em 2002 obteve do INPI o registro de Indicação de Procedência (IP) e, em 2012, foi reconhecida a Denominação de Origem - a primeira DO de vinhos do Brasil.
- A produção de uvas e a elaboração dos vinhos ocorrem exclusivamente na região delimitada do Vale dos Vinhedos, uma área de 72,45 km2 localizada nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.
- Existem requisitos específicos para o cultivo dos vinhedos, produtividade e qualidade das uvas para vinificação;
- Os espumantes finos são elaborados exclusivamente pelo Método Tradicional (segunda fermentação na garrafa), nas classificações Nature, Extra-brut ou Brut; para este produto as uvas Chardonnay e/ou Pinot Noir são de uso obrigatório, podendo ter corte com a Riesling Itálico;
- O uso da uva Merlot é obrigatório para os vinhos tintos finos da DO, os quais podem ter cortes com vinhos elaborados com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat;
- Os produtos que passam por madeira envelhecem exclusivamente em barris de carvalho;
- Para chegar ao mercado, os vinhos brancos passam por um período mínimo de envelhecimento de 6 meses; no caso dos vinhos tintos são 12 meses; os espumantes finos passam por um período mínimo de 9 meses em contato com as leveduras, na fase de tomada de espuma;
- Os vinhos apresentam características analíticas e sensoriais específicas da região e somente são autorizados para comercialização os produtos que obtenham do Conselho Regulador da Do o atestado de conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no Regulamento de uso.

Fontes: Ponto Chic - Revista Gosto - Embrapa Uva e Vinho
       

 

 



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