sábado, 26 de fevereiro de 2022

Você conhece a Paella do Rio Grande do Sul?

 


Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Paella Campeira ( versão da tradicional paella espanhola que tem como base frutos do mar, açafrão e arroz) transformada num prato com a cara do Sul do Brasil com charque, diferentes tipos de linguiças, arroz agulhinha, ervas aromáticas e temperos, ingredientes comuns à cozinha gaúcha. 
A cozinha campeira se desenvolveu na região dos Pampas, onde se formou a figura do homem gaúcho, caracterizada pela criação de ovinos e bovinos, foi formada pela junção das influências gastronômicas de índios, portugueses e espanhóis.
Sendo que o estado gaúcho, pela sua geografia, terá um tipo de cozinha por região, influenciadas pela tradição cultural dos diversos imigrantes e das nações vizinhas, que estão presentes em cada prato, em cada detalhe, em cada herença.
Quando o assunto é vinho, para harmonizar com essa diversidade de sabores precisamos de um vinho aromático e com boa acidez para equilibrar o prato.
Escolhi um Rosé brasileiro da Vinícola Zanella do terroir da região de Antônio Prado, local de transição entre a tradição da Serra Gaúcha e o novo mundo dos Vinhos de Altitude.
Villa de Vinhas Rosé 2020



Elaborado com a casta Merlot
Coloração límpida, aromas que lembram, framboesa e morango.
Acidez refrescante, fácil de beber, gastronômico.
Que tal preparar essa iguaria?
Eu como sempre, contribuo com a receita.

Paella Campeira
Ingredientes:
400 g de carne-de-sol
1 paio
1 linguiça calabresa
2 linguiças toscanas frescas
2 tomates cortados ao meio
2 tomates picados em cubos
1 cebola roxa cortada em 4 rodelas grossas
4 dentes de alho amassados
1 cebola branca média picada em cubos pequenos
1/2 colher (sopa) de colorau
1 pimenta dedo-de-moça sem sementes
cebolinha ao gosto
1/2 colher de sopa de manteiga
óleo de girassol
2 xícaras de arroz agulinha
2 folhas de louro
Preparo;
1. Antes de iniciar a receita, dessalgue a carne-de-sol.
Depois de tirar o excesso de sal, cozinhe a carne até que fique macia.
2. Em uma panela (paellera ou tacho), coloque a manteiga e um fio de óleo e doure os tomates cortados ao meio e as rodelas de cebola roxa, Reserve.
3. Em seguida, doure na mesma paellera, as linguiças toscanas inteiras até que estejam firmes. Depois corte as linguiças em rodelas e continue dourando. Reserve.
4. Depois, refogue na paellera, a carne seca desfiada grosseiramente e, em seguida, as linguiças restantes.
5. Devolva a linguiça toscana à panela, junto com a carne, a calabresa e o paio, acrescente o alho e a cebola, a pimenta e refogue um pouco mais.
6. Acrescente o colorau e em seguida os tomates cortados em cubos.
7. Coloque o arroz, o louro, incorporando aos demais ingredientes na panela. Acerte o sal.
8. Junte á mistura 4 xícaras de água fervente e cozinhe, em fogo médio.
9. Quando o arroz estiver macio, acrescente os tomates e cebolas grelhados e a cebolinha.
Bom apetite!

Você sabia...
Rio Grande do Sul
A região mais ao sul do Brasil, que faz divisa no norte, com Santa Catarina, no sul, com Uruguai, no leste, com o Oceano Atlântico e, no oeste, com a Argentina.
Povo que se formou a partir das raízes de índios que viviam nos Pampas, e do europeu imigrante.
O gaúcho é bastante apegado ás suas tradições, da mescla de índios guaranis com portugueses e espanhóis, nasceu o tipo característico dos Pampas. Foi ele o responsável por difundir o gosto pela carne de charque, produto importante para sua sobrevivência e que se tornou, no século XX, um dos destaques da economia local.
Cada região, um tipo de culinária, a já mencionada Cozinha Campeira oriunda dos Pampas, a Cozinha Missoneira que tem como característica o fato de ser mais urbanizada, por conta da influência do europeu que veio catequizar. E por fim, as tradições italianas marcam as regiões da Serra, onde as características geográficas locais deram condições para o surgimento da mais importante produção de vinho do país.
É interessante notar como essa tradição foi bem conservada e nutrida, no Rio Grande do Sul cada povo conseguiu manter as suas herenças gastronômicas. Se por um lado essa rigidez impediu o surgimento de novos pratos locais, por outro tornou muitas receitas estrangeiras algo costumeiro para nós, enriquecendo a gastronomia do Brasil.

Fonte:
Cozinha Brasileira de Raíz. Andrea Cristina Shima da Motta
Dani Borges