sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Vinhos de sobremesa



Quando li pela primeira vez a menção "vinhos de sobremesa" não dei muita importância , mas quando provei um Tokay pela primeira vez no dia seguinte fui procurar entender esse mundo fascinante dos vinhos doces.
Infelizmente muita gente generaliza e acaba colocando todos os vinhos doces em um mesmo patamar.
Eu, até por uma questão de entendimento prefiro dividi-los em vinhos doces e vinhos fortificados.
Os vinhos doces são os vinhos elaborados com uvas com grande concentração de açúcar, que podem ser obtidos das seguintes maneiras:
Colheita Tardia ou Late Harvest - as uvas são apanhadas semanas depois da maturação ideal, quando o conteúdo de açúcar é muito mais elevado.
Botrytis Cinerea ou Podridão Nobre - as uvas são atacadas pelo fungo Botrytis Cinerea, que consome parte da água das uvas, concentrando o açúcar (exemplo: Sauternes, Tokay).
Passificação: - as uvas são apanhadas e depositadas sobre esteiras e deixadas para secar, portanto concentrando o açúcar (exemplo Vin Santo).
Congelamento - as uvas são deixadas congelando na parreira para que a água seja separada do suco açucarado, originando os Ice Wines ou Eiswein.
Já os vinhos fortificados são aqueles que recebem aguardente vínica durante sua produção, matando as leveduras e interrompendo a fermentação, assim parte do açúcar que seria transformado em álcool continua na bebida, são eles:
Porto, Madeira e Moscatel de Setúbal (Portugal), Málaga (Espanha), Marsala (Itália).
Essa mesma técnica de "fortificação" é usada para elaborar os VDN (Vin Doux Naturel) vinhos doces naturais da França, que apesar do nome, levam aguardente vínica na sua elaboração (exemplos: Muscat de Beaumes de Venise, Muscat de Riversaltes, Maury e Banyls).
No Jerez (Espanha) a fortificação se dá após a fermentação,sendo fortificado pela adição de um concentrado de xarope de uva.
Bem, afinal o nome do blog é Beber, Comer e Amar... então sem mais delongas, vamos á harmonização. Seria chover no molhado dizer que os vinhos de sobremesa harmonizam perfeitamente com uma, mas no dia que comprei meu primeiro Tokay, quis testar mais uma harmonização para contrapor a doçura do vinho com o sal da carne seca, então harmonizamos com um belo e gostoso Risoto de abóbora com carne seca preparado pelo Marcelo.
Seguindo esse raciocínio você também pode degustar um vinho doce com um queijo gorgonzola, fica perfeito.
Outra hora conto como ficou a harmonização do Tokay com o risoto do Marcelo.
Antes que eu esqueça, para a brincadeira ficar melhor ainda, tanto os vinhos doces como os fortificados devem ser servidos gelados, isso irá realçar a acidez do vinho que é o segredo do seu frescor, vai equilibrar os açúcares e evitar que fique enjoativo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Atualmente você sabe qual é a melhor taça para o seu espumante?


Dependendo do estilo do espumante você tem várias opções de taças para melhor degustá-lo
Se você quer...
Sentir bem os aromas: use a taça de vinho branco, indicada para champagnes, champagnes de envelhecimento prolongado e de grande complexidade aromática.




Beber com muita elegância: use a coupe (diz a lenda que foi moldada em um seio feminino) indicada para champagnes e espumantes doces pois a borda mais aberta favorece a apreciação da acidez.


Admirar a perlage (bolhas): prefira a flûte indicada para espumantes elaborados pelo método charmat pois possuem aromas evidentes mas sem grande complexidade.


Privilegiar tanto a perlage (bolhas) quanto os aromas: prefira a tulipa, muito apreciada no mundo do vinho, indicada para champagnes e espumantes elaborados pelo método tradicional.
Evite as taças coloridas elas não deixam você apreciar a cor do vinho.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Você já degustou algum vinho do Leste Europeu?




Meus primos estão comemorando Bodas de prata em uma linda viagem ao Leste Europeu.
Estão maravilhados com os lugares paradisíacos mas também estão adorando os vinhos locais. Sabe por quê? Simples! Países como Croácia, Hungria, Eslovênia, Eslováquia e outros que por muito tempo estiveram fora do âmbito vitivinícola, possuem uma rica e longa tradição no que diz respeito a vinhos, mas que ficou inerte por muito tempo, por causa do regime comunista que durou até o final dos anos 80 e que desde então com investimentos e tecnologia vem se reerguendo.
Contemplando este belíssimo pôr do sol em Dubrovnik - Dalmácia - Croácia, eles degustaram o vinho rosé Stagnum e me recomendaram o artigo.
O vinho é feito a partir da variedade Plavac Mali uma casta autoctóne da parte costeira da Dalmácia que é o resultado do cruzamento de duas castas croatas a Crljenak (conhecida como Primitivo na Itália e Zinfandel nos Estados Unidos) e a Dobricic.
A Croácia tem muitas variedades de castas autóctones ( mais de 60 no total) que ainda não são muito conhecidas em nível internacional, em parte devido a seus nomes complicados.
A Plavac Mali é a tinta mais plantada na Croácia e dependendo da região que é cultivada produz vinhos de dois estilos muitos distintos.
Se cultivada em lugares superiores tais como Dingac e Postup produz tintos encorpados, ricos em sabor e personalidade que chega a lembrar alguns dos mais famosos vinhos internacionais.
Se cultivada em Peljesac e sul da Dalmácia produz tintos leves e frutados.



O vinho degustado em questão foi o Stagnum Rosé 2015
Denominação: Península Peljesac
Clima: Mediterrâneo
Solo: arenoso
Casta: Plavac 100%
Graduação alcoólica: 13,5%
Tipo: seco rosado
Fresco, frutado e segundo meus primos " desceu redondo, completando o jantar" pois foi harmonizado com camarões e lulas recheadas.
Em uma próxima oportunidade falarei de outros vinhos do Leste Europeu, inclusive do Tokay, o mais famoso vinho da Hungria.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Sauvignon Blanc



Esta cepa é uma das principais variedades de uva. É famosa tanto pelo distintivo gosto metálico e seco de seus monovarietais como por seu papel nos melhores vinhos de sobremesas.
Aromas principais: Aspargos, groselha, grama, frutas tropicais.
Caráter: Aromática, elevada acidez, frequentemente misturada com Sémillon para elaborar vinhos doces ou secos, não aceita bem o barril de carvalho nem admite o envelhecimento, exceto em corte.
Regiões chave: Vale do Loire (Pouilly-Fumé e Sancerre) e Bordeaux (Péssac-Leognan em corte), Espanha (Rueda), Nova Zelândia, Chile, Califórnia e Austrália.
Como são leves, secos e refrescantes, os Sauvignon Blanc são excelentes para aperitivos e para realçar a maioria dos pratos de peixe e de ave.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Carnes e Vinhos parte 2


Frango: Mais que qualquer outro alimento, o frango é o camaleão do vinho, já que se adapta  a um enorme leque de possibilidades.
Frango assado: Evite tintos com excessos de taninos e madeira. Entre os tintos um Pinot Noir, eu prefiro os brancos, um Chardonnay suave, um Xarello ou mesmo um Chenin Blanc.
Frango grelhado: Marinado em ervas - um Sauvignon Blanc, um Chardonnay leve ou um tinto suave como um Côtes-du-Rhône. Marinado com especiarias - opte por um vinho Verde branco, um Viognier ou um Beaujolais.
Coq Au Vin: Mesmo que você não use na preparação da receita um tinto da Borgonha, você deve acompanhar esse prato com um Borgonha. Um Pinot Noir da Califórnia, da Nova Zelândia ou da Austrália também seriam boas opções.
Frango Sauté: Escolha um branco redondo e frutado como o Sémillon ou um Verdejo.
Frango Defumado: A solução é um Chardonnay com um pouco de madeira ou um Sémillon de Hunter Valley que tem sabor de defumado sem necessidade de envelhecimento em barril (um dos tesouros vinícolas da Austrália).
Espeto de frango: Combina muito bem com qualquer Chardonnay fermentado em barril de madeira.
Frango cozido: vai depender dos ingredientes do preparo, se for cozido por exemplo com tomates e ervas opte por um Shiraz chileno.
Frango com macarrão chinês: Um espumante nacional faz maravilhas com este prato, um Riesling alemão também é adequado.
Frango ao curry: Vá de Sémillon australiano ou Pinot Blanc, um Sauvignon Blanc do Chile, da California ou da Nova Zelândia.
Peru, Pato e Ganso: Caso prepare uma refeição especial com alguma dessas aves, não caia na tentação de servi-la com seu melhor tinto de Boedeaux ou aquele Cabernet Sauvignon de qualidade. Esses tintos adstringentes farão que a carne fique extremamente seca.
Peru assado: As melhores opções são tintos robustos como Grenache ou Shiraz californiano ou australiano, caso prefira um branco esta pode ser a oportunidade para um Chablis, ou um bom Chardonnay.
Pato assado: O melhor Pinot Noir que se possa permitir (da Borgonha, Califórnia, Nova Zelândia ou Austrália). O Barolo ou um Barbera cumprem a mesma função.
Peito de Pato: Confit - opte por um bom tinto do Priorat, um Cabernet californiano ou um robusto Shiraz.
Pato Pequim: Esse aromático prato da cozinha chinesa pede um tinto suave e frutado como um Beaujolais ou um Pinot Noir que harmoniza bem com pratos da culinária chinesa.
Ganso: Cassoulet - Este prato francês que combina ganso ou pato ( e frequentemente também gordura de ganso, com vagens, porco e carneiro) necessita de um vinho com o mesmo brio, vinhos do sul da França ou Tempranillos de Rioja ou Ribeira del Duero.
Porco: Costuma ser servido com vinho tinto, porém frequentemente a carne de porco é preparada com alguma fruta, que fará combinações mais oportunas com vinhos brancos.
Porco assado: É delicioso com vinho tintos suculentos sejam eles frutados e com corpo médio como o Grenache ou um Beaujolais Cru, sejam com maior corpo como um Shiraz.
Para amantes do vinho branco, o porco assado com zimbro fica maravilhoso com um Pinot Gris.
Porco assado com maças: Um Viogner ou um Riesling seco.
Costeletas de porco: Na grelha - são excelentes com um Pinot Noir do Novo Mundo, um Tempranillo ou um Zinfandel californiano.
Costeletas de porco com mel ao forno: Harmonização difícil eu iria de Rosé.
Chucrute: Faça as honras do prato típico alsaciano com um Pinot Gris ou um Riesling da região. Ou experimente com um Gewvrstraminer.
Linguiças: Um Valpolicella Ripasso ou mesmo um Merlot nacional.
Linguiças picantes: Um tinto português do Douro ou Bairrada.
Pernil e Bacon: Aqui é preciso ir com prudência, o melhor é um tinto frutado com corpo médio.
Pernil assado: Os que preferem vinhos brancos devem provar um Chardonnay ou um Pinot Blanc levemente amadeirados. Os que preferem tintos podem optar por um Beaujolais-Villages ou um Merlot suave de Penedés.
Pernil Curado (serrano ou parma) Experimente um refrescante branco italiano como o Orvieto, um Chardonnay sem carvalho mas eu iria sem dúvida de Jerez fino.


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

As Bombas á Vácuo Funcionam?


O Vacu Vin é um aparelho que cria um vácuo dentro da garrafa (retira o ar) e que teoricamente  protege o vinho que já foi aberto da oxidação.
Você coloca a rolha de borracha que acompanha a bomba no gargalo da garrafa, posiciona a bomba em cima da rolha e bombeia o ar para fora.
Na teoria é perfeito, mas a oxidação do vinho já começa a ocorrer a partir do momento que a garrafa é aberta.
Se você pretende usar o Vacu Vin e guardar o vinho que não foi consumido, lembre-se que as bombas apenas conseguem retirar uma parte desse oxigênio de dentro da garrafa pois é um utensílio manual, isso ainda deixa bastante ar dentro dela, sem contar que ao retirar o ar da garrafa você retira também parte dos aromas do vinho.
Alguns vinhos envelhecidos, quando entram em contato com o oxigênio, devem ser consumidos no mesmo dia, pois a tendência é de perderem suas características rapidamente.
Se você optar por usar o Vacu Vin, aconselho que use-o em vinhos jovens, tendo apenas consciência de que, com o tempo o vinho decairá até oxidar por completo.
Para armazenamento de curto prazo, uns dois dias, não mais que isso.
Na minha opinião com o Vacu Vin não houve uma diferença tão significativa que justificasse a sua utilização.
Porém ha quem goste e o recomenda.
Mas é como sempre digo, você precisa testar e tirar suas próprias conclusões. Depois comente o que achou.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

House Of Mandela Thembu Collection Pinotage 2012 e Sauvignon Blanc 2013


Ontem aproveitei para me reciclar, assisti a uma palestra sobre vinhos da África do Sul, na degustação provei vários exemplares dos quais dois destaco aqui:
House Of Mandela Thembu Collection Pinotage 2012
House Of Mandela Thembu Collection Sauvignon Blanc 2013
Os vinhos desta coleção especial possuem este nome em homenagem a tribo Thembu de onde veio o grande Nelson Mandela. Tribo esta que se caracteriza por um povo democrático, hospitaleiro, a favor da paz e não  da guerra, cheio de compaixão ao próximo e abertos a novas culturas.
Apesar de existir a muitos anos, o projeto da vinícola surgiu em 2010 e pertence à família Mandela, que possuem duas grandes linhas de vinhos: a Reserva Real e a Coleção Thembu. Estes vinhos são resultado das duas melhores regiões produtoras do país: Stellenbosch e Paarl.
Produtor: House of Mandela
País: África do Sul
Tipo: Tinto
Região: Western Cape
Uvas: 100% Pinotage
Cor: Vermelho violeta
Aroma: Ameixas pretas e especiarias dominam o aroma.
Palato: Taninos macios e acidez equilibrada com bom corpo.
Harmonização: Acompanha desde pizzas e massas a pratos elaborados com carne vermelha
Teor alcoólico: 14.3%
Vinificação: As uvas foram manualmente colhidas e desengaçadas e fermentadas em tanques de aço inox. O vinho então foi maturado durante 6 meses em barricas de carvalho francês.
Produtor: House of Mandela
País: África do Sul
Tipo: Branco
Região: Western Cape
Uvas: 100% Sauvignon Blanc
Cor: Amarelo palha.
Aroma: Fresco e frutado com destaque para frutas tropicais e melão.
Palato: frutado, delicado com boa acidez .
Harmonização: Ótimo se combinado com pratos leves, frutos do mar e peixes.
Teor alcoólico: 12.8%
Vinificação: As uvas foram desengaçadas e fermentadas a frio em tanques de aço inox. Após quatro meses de fermentação foi engarrafado.
Fonte: Importadora Ravin

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Você está tomando seu vinho na temperatura certa?


Certa vez minha adega climatizada pifou,  na ocasião tive que me adaptar ao balde de gelo, e foi ai que percebi que o cuidado com a temperatura do vinho é essencial para garantir aquilo que o vinho tem de melhor; seja seu corpo, seu frescor ou sua acidez.
Adequar o vinho a essa temperatura foi estranho no começo, se ele resfria muito, perde seus aromas e realça a dureza de seus taninos; e se estiver acima da temperatura recomendada perde seu equilíbrio e libera um aroma agressivo de álcool.
E tem uma coisa muito importante, de modo geral, não é a cor e sim o corpo do vinho que vai determinar sua temperatura de serviço.
Quanto mais encorpado for o vinho menos gelado deverá estar. Por exemplo: vinhos tintos mais densos, precisam estar entre 18ºC a 20ºC, e conforme vão ficando mais leves, delicados e frutados a temperatura vai caindo para 16ºC a 14ºC. Mas cuidado, abaixo disso, o amargor começa a ser muito pronunciado, a fruta some e o vinho muda para pior.
Já os brancos e espumantes para serem melhor apreciados necessitam de uma temperatura mais baixa entre 6ºC a 8ºC, para terem sua acidez valorizada e mostrarem o seu potencial.

Aqui em casa faço assim:
Abro a garrafa antes de colocá-la no balde, que já está com partes iguais de água e gelo, a garrafa tem que ser envolvida pela água, aí sigo essa tabela:
Tintos - 5 a 10 minutos
Brancos - 20 minutos
Rosés - 20 minutos
Espumantes- 30 minutos (manter a garrafa no balde)
Fortificados - 20 minutos
Conforme você vai se familiarizando com cada estilo de vinho vai descobrindo sua temperatura ideal.
Faça o teste, prove o vinho na temperatura correta e perceberá a importância dessas regras.                                                                                                                                                                                                                                                                  

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Merlot



A uva Merlot é cultivada mais ou menos nos mesmos lugares que a Cabernet Sauvignon. É um componente crucial das combinações que formam o tinto de Bordeaux. Nas regiões vinícolas do Novo Mundo, os monovarietais alcançam a máxima expressão.
Aromas Principais: café, ameixas maduras, pimenta do reino.
Caráter: Proporciona um vinho de baixa acidez, textura suave com baixo nível de taninos, suculento, que se utiliza normalmente como corte da Cabernet Sauvignon e da Cabernet Franc; aproveita bem o barril de carvalho; proporciona  vinhos envelhecidos de qualidade.
Regiões chave: Bordeaux (especialmente St. Emilion e em cortes para o Pomerol), Chile, EUA ( estados da Califórnia e de Washington), Argentina e Brasil. Na Espanha, destacam-se as variedades Merlot de Navarra e Somontano, embora seja cultivada em outras regiões do país.
O Merlot de qualquer procedência é ideal para acompanhar a carne de aves domésticas e os queijos macios.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Carnes e Vinhos



O post de hoje foi sugerido pelo amigo de cultura ímpar e excelente conhecedor de vinhos, Florêncio.
Apropriando-me de suas palavras " Este post é um guia para carnes, sempre muito bem-vindo, para o bem-estar dos glutões".
Como o assunto é extenso dividirei em duas partes:
Parte 1: Cordeiro, Carne Bovina, Caça e Miúdos.
Parte 2: Frango, Peru, Ganso, Pato e Porco.

Cordeiro: Parceiro ideal para vinhos tintos. Caso tenha uma garrafa especial, esta pode ser a oportunidade de abri-la.
Cordeiro assado: As combinações clássicas incluem tintos de Bordeaux de alta graduação; mas um Reserva Rioja, um Cabernet Sauvignon do Vale de Napa ou mesmo um Cabernet australiano também ficarão deliciosos.
Cordeiro assado com alho e alecrim: Tintos italianos como Supertoscanos, Primitivo di Manduria ou mesmo um Chianti Clássico se encaixam como uma luva.
Moussaka (lasanha grega feita com carne de cordeiro e berinjelas):  É claro que pede um vinho tinto grego mas na falta deste vá de Chianti modesto ou um Cabernet chileno.
Cordeiro Condimentado (estilo marroquino ou turco) : Neste caso o vinho tem que ter personalidade, um vinho libanês como o famoso Chateau musar (um corte de cabernet Sauvignon e Cinsault) ou um Shiraz californiano.

Carne Bovina: A não ser que a prepare com condimentos, é melhor abrir mão dos vinhos tintos suaves e frutados. A carne bovina vai melhor com tintos secos, robustos e com um pouco de tanino.
Carne assada: Escolha um vinho adstringente e de bom corpo um Ribeira del Duero ou um Priorat, um bom Châteauneuf-du-pape, um Primitivo di Manduria , Malbec argentino é uma alternativa brilhante.
Carne cozida em vinho tinto: O boeuf bourguignon, uma das formas mais conhecidas de refogado, pede um tinto da Borgonha. Mas um Shiraz funcionaria igualmente bem.
Na Brasa: Maminha. fraldinha, bife ancho: Escolha tintos de corpo médio, Merlot nacional ou Carménère chileno.
A picanha fica perfeita com Malbec argentino, o contrafilé com Tannat e a costela com Shiraz em geral.
Carpaccio:  Quando servido no começo da refeição, um rosé seco ou um tinto leve como um Valpolicella ou um Barbera.
Carne cozida: Um Tempranillo ou Shiraz australiano.
Hambúrguer: Um Bordeaux sem destaque, um corte Cabernet-Merlot ou um Malbec argentino mais modesto.
Gulache: O Merlot chileno funciona bem.
Ossobuco: Os tintos de corpo médio seriam uma boa opção.

Caça e Miúdos: Alguns tintos rústicos podem ser par perfeito para acompanhar pratos de caça porém os vinhos brancos também são apropriados para certas receitas.
Faisão ou Perdiz: Um Bordeaux maduro, um bom Chianti, um Reserva Rioja ou um Barbera d'Asti.
Codornas: Pinot Noir neozelandês, alias já postei essa harmonização e ficou ótima.
Coelho: Caso seja cozido em vinho branco, o melhor pode ser um vinho branco com corpo como o Pinot Gris, se for cozido em vinho tinto, um Carignan ou um Shiraz. De outro modo mantenha o termo médio com um corte de Cabernet-Shiraz ou Grenache-Cabernet.
Miúdos: Fígado pede vinhos carentes de taninos como Beaujolais.
Rabada: Vinho tinto com consistência é mais seguro, um Barolo, um Brunello ou mesmo um Zinfandel.
Foie Gras: A harmonização clássica brancos doces como Sauternes, Tokay ou mesmo um Riesling do Novo Mundo colheita tardia.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Taças Riedel



Será que uma simples taça consegue melhorar ou piorar o aroma e o sabor de um vinho? Os principais produtores de vinho do mundo estão convencidos que sim. Estão igualmente convencidos de que as taças de vinho ideais são as Riedel.
A firma Austríaca Riedel, já na décima geração, é considerada uma das mais requintadas fábricas de cristal do mundo. As taças de vinho dessa firma não são simplesmente belas, mas na verdade projetadas para enfatizar na língua certos componentes do vinho, assim realçando  o melhor sabor do vinho.
Os cépticos continuam negando, até passarem pelo teste revelador das taças Riedel, segundo o qual o mesmo vinho é degustado em uma taça comum e numa taça Riedel. Não só muitos dos principais produtores de vinho usam taças Riedel para as suas degustações, como também essas taças são cada vez mais encontradas nos restaurantes mais caros de Paris, Londres e Roma.
Na Áustria a situação é diferente. Ali é impossível se achar uma casa de vinhos ou restaurante (mesmo os mais humildes) que não usem taças Riedel.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Chardonnay



Aromas Principais: Melão, frutas secas, abacaxi, maçã, manteiga, baunilha (se foi envelhecido em barris de carvalho)
Caráter :Adaptável, alta graduação alcoólica, sem características próprias notáveis, portanto responde ao ambiente em que cresceu; acidez moderada tendendo a alta, aprimora-se no barril de carvalho, melhor jovem, exceto na Borgonha.
Regiões Chave: Borgonha, Champagne (em corte com pinot noir e pinot meunier), Espanha(Penedés, Somontano, Navarra, e outras), Austrália, Nova Zelândia, Africa do Sul e Califórnia
Esqueça-se do vinho tinto por um momento e deleite-se com um Chardonnay da Borgonha ou de Navarra envelhecido em tonel de carvalho para acompanhar um guisado de carne ou assado de vitela, ou tome um Chablis com queijos como um brie ou camembert.


fonte: curso de vinhos Jonathan Ray

sábado, 10 de setembro de 2016

Vinho Stoneburn Pinot Noir 2009 harmonizado com codorna recheada de frutos secos com purê de abóbora

Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando, codorna recheada com farofa de frutos secos e purê de abóbora.
Harmonizar carnes de aves com vinho, pode e deve ir além daquela velha máxima "vinho branco deve ser bebido com carne branca e vinho tinto com carne vermelha".
Isso pode ter sido válido há muitos anos, quando não tínhamos tanta variedade de alimentos.
Atualmente temos uma variedade muito maior de carnes, bem como uma variedade muito maior de vinhos, sem contar com os infinitos modos de preparo (a vapor, cozida, assada, com molho, recheada, grelhada etc).
Sendo assim, dependendo da ave e do jeito que você a prepara o vinho ideal muda.

 
É verdade que o tanino que alguns tintos tem em alto nível, não vai combinar com a delicadeza de uma carne branca; porém tintos leves com baixo teor de tanino e boa acidez combinarão.
Então, basta buscar uma equivalência entre a textura da carne e o vinho no que se referi a tanino e acidez.
A codorna não é tão suave quanto uma carne de frango tem um pouco mais de estrutura, ela ainda foi recheada com farofa contendo nozes, damascos, tâmaras, figos e amêndoas, tende a ser tão adocicada que ao meu ver, um Pinot Noir neozelandês frutado vai complementar essa doçura e compor uma ótima harmonização.
Stoneburn Pinot Noir 2009 - Nova Zelândia - Malborough vinho de corpo médio e textura suave, aromas de cerejas e framboesas que confirmam no paladar, com toques de especiarias, macio e bem equilibrado.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Curta e aproveite o que você bebe


Se importe mais com a bebida que está em sua taça, aproveite e curta cada gole.
Torne prazeroso este momento, comece comprando taças para vinho apropriadas, nada daquelas taças coloridas que não nos deixam ver a cor do vinho, isso faz uma diferença enorme, a cor de um vinho diz muito sobre ele.
Pequenos detalhes como a temperatura de serviço, o tipo de taça para diferentes estilos de vinho, pode não parecer mas faz muita diferença.
Nada de segurar a taça pelo bojo, segure sempre pela haste para que sua mão não esquente o vinho.
Tente extrair o melhor dele, olhe para a taça, tente sentir aromas, cheire, gire-a e cheire novamente, na boca sinta seus sabores.
Tenho certeza que assim você vai aproveitar mais de cada garrafa que degustar.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Aeradores, será que realmente funcionam ?




Esses aeradores são colocados no gargalo da garrafa e servem para acelerar o processo de aeração.
Resumindo funcionam assim: O vinho passa por uma abertura menor, diminui a pressão e puxa o ar para dentro do aerador, oxigenando o vinho.
Sempre que você for degustar um vinho jovem e tânico como o Cabernet Sauvignon ou o Nebbiolo, é bom aerá-lo pois os taninos amaciam um pouco e os aromas ficam mais evidentes.
Eu prefiro o decanter para esse fim, mas é uma questão pessoal, pois acho que o vinho só aera efetivamente quando é despejado no decanter e se mistura ao oxigênio, sendo que faz parte da aeração também o repouso do vinho.
Já usei o aerador mas confesso que não obtive grandes resultados.
Ao mover o vinho girando-o na taça várias vezes durante a degustação consegue-se o mesmo efeito.
Mas há controvérsias conheço enófilos que não abrem mão deste utensílio. Portanto vale a pena testá-lo, quem sabe você não posta um comentário falando o que achou.
Vou adorar saber sua opinião!

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Cabernet Sauvignon



A Cabernet Sauvignon é, sem dúvida, a variedade de uva tinta mais apreciada do mundo.
Aromas principais: grosselha escura, hortelã, chocolate, tabaco, eucalipto,amoras pretas.
Caráter: versátil, cor intensa, alto nível de taninos, boa capacidade de maturação, favorecida pelo barril de carvalho, ótima em corte com a Merlot, a Cabernet Franc e a Grenache.
Regiões chave: Bordeaux ( especialmente em Médoc, onde é utilizada como corte), Austrália, Chile e Estados Unidos. Na Espanha seu cultivo estende-se por muitas regiões vinícolas para dar corpo ao vinho.
Todas as formas do vinho Cabernet Sauvignon acompanham bem carnes assadas, a caça e a maioria dos queijos ( menos os muito suaves ).

Fonte: Curso de vinho - Jonathan Ray

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Limpando taças para vinho



Fiquei sabendo...
Que um vinho com cheiro ou gosto estranho pode estar perfeitamente bom. O culpado pode ser o copo. Resíduos invisíveis de sabão no interior de um copo podem reagir com os componentes do vinho, deixando um cheiro desagradável e um sabor ruim. Flûtes ensaboadas farão com que as borbulhas do Champagne fervam e desapareçam.
A melhor maneira de se lavar copos de cristal para vinho é com as mãos (e não com  uma esponja), pequena quantidade de detergente e água morna. Água muito quente pode fazer o vidro se expandir rapidamente e estalar. Escorra o cristal brevemente, virando-o de cabeça pra baixo, e depois recoloque os copos em pé e deixe-os secar ao ar. Qualquer gota ou mancha pode ser retirada com um pano limpo e macio. O cristal não deve  ser colocado em máquinas de lavar louças. Quando seco o copo deve ser guardado de pé e não sobre a borda, que é mais frágil.


domingo, 4 de setembro de 2016

Vinho Tellus Syrah 2012 harmonizado com Polenta e ragu de músculo

 Beber, Comer e Amar...
 Má na cozinha, preparando Polenta cremosa com ragu de músculo e especiárias.
 Vou harmonizar com um exemplar 100% Syrah - Tellus Syrah - Lázio - Falesco - Itália.
 Quando procurávamos o vinho, essa garrafa logo me chamou atenção; uma garrafa que lembra as antigas garrafas romanas que eram mais achatadas.
 Como esse é meu primeiro post, vou explicar como procedo quando o assunto é Beber, Comer e Amar...
 Eu e Marcelo (meu marido), escolhemos o sábado como dia oficial para se Beber bem,Comer bem e Amar bem ( amar a gente faz bem todos os dias) mas enfim, todos os sábados elegemos um prato e saímos em busca de uma garrafa de vinho para harmonizar.
 Com a lista de compras em mãos, inspecionamos o mercado escolhido naquele dia; pois somos o tipo de casal que, adora um mercado, um empório, uma mercearia.
 Feito isso, nos preocupamos com a harmonização, que vinho vai combinar?!
 Ai a gente se perde naquele mar de vinhos das prateleiras, às vezes passamos horas conversando com o sommelier da loja, às vezes já vamos com o vinho em mente porque li em um artigo ou vi em algum blog, outras batemos o olho e levamos.
 O certo é que quando chegamos em casa, com os ingredientes do jantar e o vinho para acompanhar...
 O Marcelo vai pra cozinha!
 Sim! nessa casa Ele cozinha e Ela , no caso eu, sento no sofá, abro a garrafa de vinho e o degusto. Com todo o ritual que ele deve ser degustado. E o resultado é um Beber, Comer e Amar sem fim, provando novos sabores, descobrindo sempre novos rótulos.

 Hoje o vinho harmonizou perfeitamente com o prato, pois, tanto a polenta quanto o vinho tem pesos iguais.
 O Tellus é elaborado com 100% Syrah, uma grata descoberta pois é elegante, com taninos macios, aromas frutados, senti cerejas, o Marcelo frutas negras, mas ambos concordamos que o vinho tem um toque condimentado e um final caramelado que combinou perfeitamente com a canela, adicionada ao ragu de músculo
 Na boca o vinho tem estrutura, suculência e final persistente, muito agradável de beber e fácil de gostar.
 Dá para entender porque os vinhos feitos com Syrah vêm ganhando espaço, uma das melhores tintas do mundo: na França, no Vale do Rhône, seus pequenos bagos fazem vinhos maduros, suaves, com taninos e acidez firmes, álcool equilibrado, boas características de envelhecimento. Na Austrália e na África do Sul, como Shiraz, faz vinhos de categoria internacional, com caráter rico e opulento, que costumam ser calorosos e com o sabor " que lembra geléia". Os rosés Syrah têm uma cor rosada profunda, intensa, e são muito frutados e refrescantes, alguns dos melhores vêm da Califórnia.
Que tal preparar esta polenta? Contribuo com a receita,
Ingredientes para o ragu de músculo
500 gramas de músculo cortadso em cubos
2 colheres de sopa de azeite
1 cebola grande picada em cubos pequenos
8 tomates frescos sem pele
1 xícara de chá de vinho tinto (de boa qualidade)
1 colher rasa (café) de canela em pó
4 sementes de zimbro
1 colher (chá) de páprica doce
2 cravos da índia
Sal e pimenta à gosto
Preparo:
Aqueça a panela de pressão, adicione azeite e refogue a cebola até ficar transparente.
Junte o músculo e frite, até que fique dourado.
Amasse os tomates já sem pele com as costas de uma colher para deixar em pedaços e adicione na carne.
Acrescente o vinho tinto e as especiarias.
Feche a panela e deixe cozinhar por 30 minutos (contados após a panela pegar pressão).
Desligue, retire a pressão da panela e acerte o sal e a pimenta.
Ingredientes para a polenta:
1 litro de caldo de carne (se não tiver caseiro, faça com 2 tabletes de caldo knorr de carne, dissolvidos em 1 litro de água quente)
50 gramas de manteiga sem sal
250 gramas de polenta amarela
Sal e pimenta branca a gosto
80 gramas de queijo ralado na hora
Preparo:
Leve o caldo para ferver
Quando ferver adicione a manteiga e vá colocando a polenta aos poucos e pouca quantidade por vez, mexendo sempre para não empelotar.
Cozinhe a polenta mexendo de 30 a 40 minutos.
Tempere com sal e pimenta branca.
Por último coloque o queijo parmesão e mexa bem.