domingo, 29 de setembro de 2019

Harmonização - Massas e Vinhos - Parte 1



Vai harmonizar uma massa com vinho?
Quem acompanha o BCA sabe que será o molho que vai definir que estilo de vinho tomar.
Sabe também que quando se trata de harmonização não tem nada melhor do que fazer suas próprias tentativas.
No decorrer da semana vamos rever alguns molhos clássicos para você se aventurar nessa "mundo" onde cada prato é um experiência deliciosa. 

A bolonhesa
O molho a bolonhesa é um dos molhos mais conhecidos e consumidos por todo o mundo. 
Originário da Bolonha, onde ganha o nome de Ragú Bolognese é encontrado em inúmeras versões, uma delas foi patenteada em 1982 como oficial pela Câmara de Comércio da cidade, nela além de carne de vaca, vai bacon, azeite, manteiga, tomate, cenoura, cebola, aipo, vinho branco e leite.
Ingredientes:
300 gramas de carne moída
150 gramas de bacon
50 gramas de cenoura
50 gramas de aipo
50 gramas de cebola
300 gramas de molho de tomates (caseiro)
1/2 xícara de vinho branco seco
1/2 xícara de leite integral
Azeite, manteiga, sal e pimenta
caldo de carne caseiro
Preparo (panela de barro)
Coloque o bacon picado em uma frigideira e frite-o na própria gordura. Misture 3 colheres de sopa de azeite mais 50 gramas de manteiga, junte a cenoura, o aipo e a cebola já picados com o bacon e refogue lentamente.
Adicione a carne moída e misture com uma colher de madeira. Adicione o vinho e mexa gentilmente até que o líquido evapore.
Adicione o molho de tomate. tampe e cozinhe lentamente, por duas horas. Quando necessário, adicione caldo de carne e, no final, o leite, para tirar um pouco da acidez do tomate.
tempere com sal e pimenta.
A massa ideal para o molho bolonhesa é o Tagliatelle, de preferência com 8 milímetros de largura, sendo o molho misturado ainda na panela antes de ser servido.
Quando o assunto é vinho, opte por Vinho Tinto claro e com corpo médio, talvez um Chianti clássico ou qualquer Sangiovese; um Valpolicella Ripasso ou um Tempranillo espanhol.



quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Dicas: Como reconhecer o verdadeiro jamón Ibérico - certamente você já foi enganado


Assim como degustar um bom vinho, degustar um Jamón Ibérico é uma experiência gastronômica imperdível.
Quem prova um Jamón Ibérico puro alimentado com bellotas se rende a tradição, a história e a todo um contexto de uma rígida fiscalização espanhola, desde a genética do animal até sua alimentação.
Mas e você, já degustou ou sabe reconhecer um Jamón de bellota 100% Ibérico? É conhecedor das categorias do melhor presunto cru do mundo?
O BCA está aqui para te ajudar, pois infelizmente nós consumidores, sabemos pouco quando se trata de Jamón Ibérico, somos muitas vezes ludibriados pela menção "Pata Negra" e acabamos comprando gato por lebre.
Em uma conversa com Andrés Jiménez, proprietário da importadora O Melhor Jamón (@bestjamon), o único importador no Brasil, que trabalha com Jamón de Bellota 100% Ibérico (lacre preto), e que empenha amor e prazer na correta divulgação do mesmo, esclarecemos dúvidas que nos eram pertinentes e que tenho certeza, são à vocês também.
A garantia que você está comprando um produto 100% Ibérico é o lacre SIF de identificação, localizado na parte superior das patas ibéricas dos mesmos.
Esses lacres são divididos em quatro cores (preto, vermelho, verde e branco) ou seja quatro categorias.
Essas quatro categorias dependem de dois fatores que irão diferenciá-las, são eles:
1. Alimentação ( sistema de engorda do porco)
Bellota para a categoria bellota ou Ração para a categoria cebo
2. Raça
100% Ibérica (porcos puro sangue) ou 75% Ibérica ou 50% Ibérica ( para porcos cruzados).


As cores dos lacres:
Lacre preto = Jamón de Bellota 100% Ibérico
Animais puro sangue, alimentados com bellotas, aproximadamente 500 kg por cabeça, durante a montanera (safra de bellotas) e criados soltos na dehesa (nome em espanhol da reserva natural de criação de porcos autóctones)
Lacre vermelho = Jamón de Bellota Ibérico
Animais 75% ou 50% de Raça Ibérica (cruzados), alimentados com  bellotas e criados soltos na dehesa.
Lacre verde = Jamón de Cebo de Campo Ibérico
Animais 100%, 75% ou 50% de Raça Ibérica , alimentados com pasto (pois a safra de bellotas dura apenas 4 meses por ano) e criados soltos.
Lacre branco = Jamón de Cebo Ibérico
Animais 100%, 75% ou 50% de Raça Ibérica, alimentados com ração e criados confinados.
Dito isso, vamos as Denominações de Origem Protegida, pois além deste importante controle do SIF (os lacres), os conselhos reguladores certificam o Jamón Ibérico produzido de acordo com a tradição, fiscalizando todas as fases do processo de elaboração e assegurando sua qualidade, a normativa internacional protege o Jamón Ibérico com selos de qualidade que o vinculam exclusivamente ás regiões reconhecidas: Dehesa de Extremadura, Jabugo, Guijuelo e Los Pedroches.


Um controle a mais, em função do clima e tradição de cada região. Nessa áreas DOP você vai encontrar produtores respeitados por toda a Espanha que vão na contra-mão da indústria e marcas atacadistas. São criadores dos melhores rebanhos de porco ibérico sem cruzamento, em regime de "montanera" (safra das bellotas) e curado de forma artesanal. Por região destacam-se:
Arturo Sánchez, Blázquez, Carrasco, Bernardo Hernández, José Gomez (Joselito), em Guijuelo; Báron de Ley, Maldonado, Bautista, Señório de Montanera, Francisco Morato, Señorío de Olivenza em Extremadura; Sánchez Romero, 5J, Juan Pedro Domecq, Olalla, Eíriz em  Jabugo; COVAP e Encinares del Sur em Pedroches.
Agora você me pergunta: E o tal "Pata Negra"?
Pela lei espanhola um "Pata Negra" designa um presunto 100% Raça Ibérica, alimentado  com bellotas.(lacre preto). Na Espanha o termo é usado corretamente, aqui no Brasil não, então, dá pra imaginar o que compramos por ai sem conhecimento.
O Jamón Ibérico de bellota é um produto curado em sal, sem defumado, nem tratamento térmico e sem corantes.
O Jamón de qualidade apresenta-se sempre com osso. Um tornozelo fino é indicativo de pureza de raça, um casco coçado prova de uma cria em liberdade.
Apresenta baixo teor de sal, reminiscencia de flores silvestres, frutos secos e marzipã. O porco 100% Ibérico goza de uma genética apta para colecionar ácidos graxos bons. A alimentação com bellotas (uma avelã doce, fruto da azinheira, carvalho abundante na Espanha, onde a safra chamada "montanera" dura apenas 4 meses por ano) resulta em um Jamón que se destaca por seu sabor e qualidade.
A primeira coisa que ficou muito clara em nosso bate- papo com @bestjamon foi que , a falta de referências de bons produtores e a total  falta de conhecimento de nós consumidores, faz que acreditemos estar comprando Jamon de bellota 100% Ibérico (lacre preto) quando na maioria das vezes passa de Jamón de porco confinado de indústrias atacadistas.
Por isso, é muito importante que você se atenha aos Lacres SIF  (preto, vermelho, verde e branco). Lembrando sempre que todas as peças de Jamón de bellota 100% Ibérico estão autentificadas com o lacre preto pelo MAPA (Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação) espanhol. Verifique sempre produtor e DOP.
Quando o assunto é vinho, quem acompanha o BCA sabe que somos fãs de Jerez. O Fino (resfriado) para o Jamón Ibérico é perfeito.
O @bestjamon sugere a harmonização com um Cava ou Champagne, super assertivo, pois os Cavas, Champagnes e principalmente os Espumantes brasileiros elaborados pelo Método Tradicional, são perfeitos para harmonizar com Jamón. Nosso clima pede sempre "bolhas" e parece que a correta temperatura de serviço do Jamón Ibérico, é 24 graus, quando o ácido oléico derrete.
Não seja mais enganado, Jamon Ibérico somente com lacre SIF.





quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Múrcia al vino



Múrcia al Vino
Queijo espanhol produzido com leite pasteurizado de cabra Múrcia - Granada, com Denominação de Origem Protegida. É elaborado em inúmeros municípios da província de Múrcia  e é um dos emblemas gastronômicos da região.
O queijo Múrcia al Vino tem formato cilíndrico, é um queijo de massa prensada, lavada e não cozida.
Apresenta crosta suave e leve de cor violeta-granada, como resultado de banhos de vinho tinto, durante seu amadurecimento que dura de 45 - 60 dias e conferem cor e aromas próprios.
A massa é branca fosca, firme e elástica, com uma textura cremosa e sem granularidade. Cheiro de intensidade média-baixa. Na área externa da casca há um cheiro de vinho tinto ou adega. Sabor de média intensidade mas persistente, ligeiramente ácido. Notas de aromas lácteos (leite de cabra, nata/manteiga).
Para a elaboração deste queijo, são utilizados apenas os vinhos tintos  produzidos exclusivamente na região, com as denominações de Origem Jumilla, Bullas e Yecla.
Então, quanto o assunto é vinho, opte por um Rosé da DOP Jumilla para harmonizar.

Você sabia...
DOP Jumilla
Com uma área de cerca de 19.000 hectares de vinhedos espalhados entre as províncias de Múrcia e Albacete (sudeste da Espanha), foi segundo o site do Conselho Regulador, considerada pela mídia especializada como uma denominação de origem emergente devido à qualidade e originalidade de seus vinhos.
A Monastrell é a variedade de uva que melhor se adaptou ao longo do tempo às condições climáticas e do solo desta denominação e que confere caráter aos seus vinhos, representando mais de 80% das vinhas.
Outras variedades autorizadas são:
Tintas: Cencibel, Garnacha Tintotera, Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot.
Brancas: Airen, Macabeo, Pedro Ximènez, Malvásia, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Moscatel.

Os Vinhos Rosés
A maioria dos vinhos Rosés da Denominação Jumilla é obtida da variedade Monastrell através de maceração curta em contato com a polpa e as peles.
Eles Têm tonalidades de rosa, framboesa e cerej em tons de roxo. Apresentam aromas frutados e elegantes e têm um sabor delicioso e fresco na boca.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Dicas:Como aproveitar melhor o seu vinho

1. A temperatura do serviço do vinho faz diferença em seu sabor, mas a temperatura em que a comida é servida também é importante.
Então, melhor esperar até acabar de degustar aquela sopa escaldante, ou um sorvetes de frutas (que entorpecerá sua boca) antes de tentar degustar um vinho.
2. Uma solução simples para o problema de comer alimentos inadequados (como alcachofras, aspargos, gema de ovo, peixe em conserva, hortelã, temperos fortes etc.) mastigue um pedaço de pão ele irá "neutralizar" sua boca para então receber o vinho.
3. Tente decantar um Champagne Demi-sec , com isso você vai diminuir a tensão e frescor que o gás carbônico do perlage confere ao vinho, aumentando assim, a percepção da doçura e aproveitando melhor a harmonização com sobremesas.
4. Quer começar e terminar sua refeição com Espumante?
Espumante Brut é versátil e acompanha desde aperitivos, saladas (temperadas sem vinagre) até carnes mais leves.
Extra Brut combina com pratos untuosos, crustáceos e pode acompanhar massas com molho branco.
Demi-sec combina com frutos do mar ou sobremesas.
5. Uma dica que não falha:
Prato leve pede vinho leve
Uma refeição simples pede vinho simples
Um prato mais saboroso pede um vinho mais saboroso
Uma refeição elaborada pede um vinho mais elaborado

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Dicas: Cuidados com o vinho


1. Cuidado ao trasportar suas melhores garrafas de vinho quando está muito frio ou muito calor pois um aumento de temperatura causa a expansão das bolhas de ar entre a rolha e o vinho, forçando-o para fora entre a rolha e a garrafa. Depois com a queda da temperatura, cria-se um vácuo forçando a entrada do oxigênio pela rolha. Como sabemos, o oxigênio é o grande inimigo do vinho.
2. Enquanto o vinho amadurece na garrafa, ocorrem reações químicas que o modificam. A duração do tempo que ele foi guardado muda o equilíbrio da fruta, do álcool, dos taninos e do nível de acidez, aumenta a complexidade dos aromas e sabores; e por fim ele se torna desagradável para consumo. Um aumento na temperatura acelera essas reações químicas; assim, se for armazenado em um local mais quente, amadurecerá mais rapidamente. Por outro lado, se sua adega é muito fria, seus vinhos que merecem ser guardados terão duração maior do que você imaginaria.
3.A luz pode modificar o sabor dos vinhos, principalmente os espumantes. A exposição à luz durante tempo prolongado pode produzir um sabor de papelão molhado - uma condição conhecida como "raio de luz". Evite comprar vinhos que parecem estar expostos a um fonte de luz forte por longo tempo.
4.Por fim, se uma garrafa de vinho é fechada com tampa de rosca ou de plástico, isso geralmente significa que ele não foi produzido para ser envelhecido, beba o quanto antes.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Munster


Munster é um famoso queijo de casca macia e lavada do leste da França, como muitos queijos, o Munster, é de origem monástica. Seu nome também é uma distorção da palavra "monastére".
Criado por monges beneditinos que se estabeleceram no Vale de Fecht, em Lorena, onde também é chamado de "Géromé", em homenagem à cidade de Géromé, onde o queijo era comercializado.
Também é produzido na Alsácia. No vale de Munster, esse queijo é elaborado usando métodos tradicionais e é protegido por uma AOC desde 1969.
São necessários aproximadamente 5 litros de leite para produzir um quilo de queijo Munster.
O leite da ordenha da manhã é misturado com o leite desnatado da ordenha do dia anterior. O leite é aquecido a 32 graus e derramado em um caldeirão de cobre batido conhecido como Kessel, e o coalho é adicionado. O estágio de separação ocorre uma hora depois. O soro é retirado, com a coalhada sendo colocada em um molde. Ele será girado várias vezes e salgado antes de ser levado a adega para amadurecimento
Por 3 semanas, ele é esfregado á mão a cada 2 dias e sua casca avermelhada alaranjada se forma gradualmente, dando ao queijo seu sabor pronunciado.
Possui uma crosta fina, vermelho-alaranjada e úmida, com uma massa de cor creme que pode ser firme e friável quando é jovem ou flexível e cremoso quando amadurecido.
O aroma do Munster pode ser poderoso e típico após amadurecimento prolongado com sabor ligeiramente salgado.
Pode ser aromatizado com cominho.
Disponível em dois formatos : Munster e Petit Munster
Petit Munster pode ser vendido após 15 dias , o Munster após 21 dias.
Quando o assunto é vinho, uma combinação clássica francesa é a do vinho da Alsácia, o Gewurztraminer, com o queijo Munster, que é pungente, frequentemente saboreado com batatas assadas e cebolas picadas, e que combina muito bem com o rico aroma de pétalas de rosas de um encorpado vinho Gewurztraminer.

Você sabia...
Alsace
Na Alsácia, diferentemente dos outros vinhedos da França, geralmente não é o terroir que dá nomes aos vinhos, mas as próprias castas, como já vimos aqui no BCA, que são: (Sylvaner, Pinot Blanc, Riesling, Muscat d'Alsace, Pinor Gris, Gewurztraminer.)
O vinhedo alsaciano possui 3 AOCs
A denominação Alsace Contrôlée, que geralmente indica o nome da uva usada.
A denominação Alsace Grand Cru Contrôlée que está em vigor desde 1975 e inclui 51 vinhedos de terroir definidos que têm direito à qualificação "GRAND CRUS". Por outro lado, são permitidas apenas as 4 variedades "nobres" que são Riesling, Muscat, Pinot Gris e Gewurztraminer.
A denominação Cremant d'Alsace Contrôlée.
desde 1984, a menção de colheitas tardias ou seleção de grãos nobres pode completar no rótulo as denominações Alsace ou Alsace Grand Crus.
Gewurztraminer representa 2637 hectares ou 17,9% da vinha da Alsácia. Está variedade precoce e exigente é históricamente derivada de uma seleção de Traminer/ Savagini rosé. O clima da Alsácia é particularmente adaptádo a Gewurztraminer produzindo vinhos com intensa cor amarelo com tons dourados, muito aromáticos com notas de flores (rosas), frutas exóticas (lichia), e especiárias ("Gewürz" significa especiarias em alemão - pão de gengibre), e mel. Esta paleta rica e exuberante complementa esses vinhos poderosos, encorpados e completos.

Leia também: Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Mozarella

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Erros comuns na harmonização de vinho e comida



Quem acompanha o BCA sabe que harmonização não é uma ciência exata, não existe uma fórmula mágica, o que tentamos aqui é dar dicas para que você aproveite mais tanto seu vinho, quanto seu prato. Mesmo porque a diversidade de sabores da gastronomia mundial, e a variedade e estilos de vinho são enormes.
Pra gente aqui, é um processo apaixonante onde qualquer experiência é interessante.
Mas assim como tentamos passar alguns princípios básicos para alcançar combinações adequadas, precisamos te alertar para alguns erros que por vezes cometemos, sabe aquele vinho que você degustou com aquele prato e não gostou? Talvez seja porque você ainda não viu essas dicas:
1 - Começar com vinho doce como aperitivo.
Seu paladar será "esmagado" pelo açúcar e álcool.
Frágeis, eles lutarão para voltar ao lugar para a seguinte comida e o seguinte vinho.
2 - Espumante Brut  para a sobremesa.
O dulçor da sobremesa não combina com espumante Brut
As bolhas oferecem uma frescura e uma sensação ácida importante que, pelo contrário, é procurada no início de uma refeição, quando são ingeridas no final da refeição tendem a ser indigestas. Ai você corre o risco de não terminar bem seu jantar.
3- Temperar saladas com vinagre.
Saladas temperadas com limão são menos propensas a arruinar o equilíbrio de um vinho que as temperadas com vinagre.
4. Sobremesa mais doce que o vinho.
Se planejar harmonizar um vinho doce com uma sobremesa, ela deverá ser menos doce que o vinho, caso contrário, o vinho ficará muito ácido e desequilibrado.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Mozarella


Mozarella queijo originário do sul da Itália, sendo fabricado com leite pasteurizado de búfala.
Diferentemente do Brasil, na Itália, só pode receber o nome "Mozarella" os queijos elaborados com 100% leite de búfala. Queijos feitos com leite de vaca são chamados de Fior di latte.
Mozarella di Búfala, um queijo que é sinônimo da Itália. 
A mozarella vem do "mozzare", que significa "cortar", derivado do dialeto napolitano falado na Campania, no sul da Itália.
Refere-se ao processo de fabricação do queijo , pois a grande massa de coalhada é cortada á maõ em tamanhos menores.
A mozarella di búfala italiana é vendida como Mozarella di Búfala Campana DOP, e só pode ser produzida em locais selecionados nas regiões de Campania, lazio, Apulia e Molise.
O processo básico para elaborar a Mozarella envolve o aquecimento e a rotação do leite coalhado.
As coalhadas são então moldadas à mão. No centro do processo de produção está a fiação, que permite que a coalhada se torne elástica. Dessa forma, eles estão prontos para serem puxados em um filamento contínuo e depois moldados em vários tamanho (dai o nome de massa filata).
A massa é então esticada e trabalhada para formar globos de vários tamanhos e pesos. dependendo do tamanho, nomes diferentes são dados:
Bocconcino pesa cerca de 50g cada.
Mozarella : varia de 250 a 500g.
Treccia: pesa até 800g
Formaggio di Búfala: pesa mais de 800g
para preservar a frescura, o queijo deve ser embalado em creme ou soro d e leite.
Alguns produtores usam o antigo sistema de embrulhar a mozarella em folhas de murta. Os ramos flexíveis da planta cobrem o queijo e lhes dão um aroma distinto de murta.
A Mozarella di Búfala também pode ser defumada é chamada Provatura.
Quando o assunto é vinho, a Mozarella di Búfala Campana apresenta um sabor forte, mas delicado, que combina bem com vinhos brancos macios de corpo médio que proporcionam uma agradável sensação ácida para contrastar com o aroma da Mozarella.
Opte por Brancos da campania como o Asprinio DOC da Aversa, Fiano di Avellino ou Greco di Tufo.

Você sabia...
Os vinhos da Campania 
Hoje, a região como um todo possui 15 DOC e 4 DOCG, além de 10 IGPs.
As Denominações de origem Controlada são: Ísquia, Capri, Vesúvio, Cilento, Falerno del Massico, Castel San Lorenzo, Aversa, Penisola Sorrentina, Campi, Flegrei, Costa Amalfitana, Galluccio, Sannio, Irpinia, Casavecchia di Pontelatone, Falanghina del Sannio.
Os vinhos IGp são: Colli di Salerno, Dugenta, Epomeo, Paestum, Pompeiano, Roccamonfina, Beneventano, Terre del Volturno, Campania, Catalanesca del Monte Somma. Na zona rural de Benevento, o DOC Falanghina del Sannio e o DOCG Aglianico del Taburno são produzidos, enquanto a Aglianico, juntamente com outras variedade de uvas do território (Greco, Fiano, Piediroso...), da vida ao DOC Sannio. Irpina é o berço da prestigiada produção de vinho, como o DOCG Taurasi, baseado na Aglianico; o DOCG Fiano di Avelino, obtido a partir da vinha com o mesmo nome, e o DOCG Greco di Tufo. Na mesma área é produzido o Irpina DOC, em seus diferentes tipos (entre os vermelhos, além do Aglianico,também o Sciascinoso e o Piederoso; entre os brancos, além do Greco e do Fiano, também o Coda di Volpe e a Falanghina). Em vez disso, a província de Caserta dá vida ao DOC Falerno del Massico, Asprinío de Aversa (obtidos das vinhas que crescem verticalmente), Galluccio e Casavecchia di Pontelatone. Mais ao sul, as terras vulcânicas da região vezuviana e napolitana, abrigam as videiras Piediroso,Falanghiana, Biancolella, Sciascioso e Forastera, para citar alguns. A partir dessas vinhas são produzidos vinhos DOC, como o Vesúvio (e Lacryma Christi del Vesúvio), Falanghina dei Campi Flegrei, Ischia e Capri. O DOC Penisola Sorrentina é produzido com a Lettere, Gragnano e Sorrento.
Continuando para o sul, na Costa Amalfitana, onde os vinhos são fortemente típicos, provenientes de vinha nativa como Feline, Ginestra, Ripolo, Pepella e Tintore, únicas por sua complexidade aromática. É a área da DOC da Costa Amalfitana, com as Castas Furose, Ravello e Tramonti. Ao sul de Salerno, está Cilento, onde são feitos o DOC Cilento e o Castel San Lorena.



segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Harmonização e vinho evoluído



A busca pela perfeição, em termos de comida e vinho, é incerta. Pois cada vinho, além da tipicidade geral do seu nome, tem uma individualidade cujo caráter depende de muitos fatores, como a maneira que foi vinificado, sua safra e sua idade, esse último sempre será um questionamento perpétuo.
Os vinhos evoluem, o que não é segredo pra ninguém, seus aromas mudam de frutados ou sensações florais para notas mais terciárias de terra, vegetação rasteira etc. Com o tempo os taninos serão refinados, o carvalho de um vinho amadurecido em carvalho irá desaparecer lentamente, assim como o açúcar residual.
Esses dados básicos modificam a abordagem da harmonização e cada experiência pode ser diferente e nova.
Por isso, que quem acompanha o BCA sabe que, harmonizações perfeitas são como eu diria perpetualmente questionáveis.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Degustação de vinhos - Parte 2



No post anterior vimos como preparar uma degustação, hoje falaremos o que devemos observar na hora de degustar o vinho.
Visão: Ao olhar o vinho na taça, você terá indícios sobre a idade do vinho e sua origem , como também lhe ajudará a decidir se o vinho está em condições de ser degustado.
Para isso, pegue uma taça e encha-a até um terço da capacidade, assim se concede ao vinho espaço para mover-se e respirar.
Segure a taça pela haste para que o vinho não esquente com a calor de sua mão.
Incline a taça uns 45 graus sobre um fundo branco (toalha ou papel) e observe o centro do líquido e sua borda.
Você deve olhar a transparência do vinho. Os vinhos devem ser transparentes e límpidos, um vinho turvo indica que não está em boas condições.
Se o vinho em questão não for um vinho de agulha, olhe se ele não apresenta borbulhas. A presença de borbulhas, por si mesma, pode indicar que não está em bom estado. No entanto, alguns vinhos elaborados para ser bebidos ainda jovens podem ter umas poucas borbulhas.
Verifique também a textura. Se o vinho deixa uma película nas paredes da taça, essa viscosidade indica alta graduação alcoólica e uma concentração de fruta madura chamada extrato. Nos vinhos brancos pode indicar dulçor.
E por fim a cor que pode dar uma ideia de qual será o sabor. Também indica a variedade de uva com que ele foi elaborado, a região e a idade do vinho.
Com algumas variedades de uva são elaborados vinhos de cores claras ou escuras, por exemplo, da Pinot Noir é obtido um vinho tinto de cor clara, com a Cabernet Sauvignon um vinho de cor mais escura.
Região, clima e tempo -  quanto mais frio é o clima, mais clara será a cor do vinho, pois em climas mais quentes, a uva amadurece mais, a casca fica mais grossa e a cor do vinho fica mais intensa.
Idade -  tantos os tintos quanto os brancos podem ficar marrons com o passar  do tempo.
Olfato: O aroma do vinho nos proporciona muitas informações.
Para senti-lo gire o vinho na taça, incline levemente em sua direção e cheire breve e intensamente, aproximando o nariz da borda da taça e cheire de novo várias vezes.
Você deve averiguar a limpidez do aroma, o principal motivo para cheirar um vinho consiste em determinar se ele está ou não em boas condições (cheiros de couve podre, meias sujas, remédio, vinagre ou papelão podem indicar que o vinho não está bom).
Quando o vinho está em boas condições ele apresenta aromas dependendo da variedade e de sua elaboração; eles podem ser frutados, florais, vegetais ou especiados. Os vinhos mais envelhecidos tendem a liberar um odor mais complexos e especiado, menos frutado, que os dos vinhos mais jovens.
Quanto a intensidade do aroma, algumas uvas são mais aromáticas e perfumadas que outras.
Paladar: É a peça final do quebra-cabeça e permite saber sobre a qualidade de um vinho, seu amadurecimento e, o mais importante, se nos agrada ou não.
Passe pela boca um gole de vinho para que todas as papilas da língua entrem em contato com o líquido. Deixe-o na boca por alguns segundos. Os degustadores profissionais inspiram ao mesmo tempo, para aumentar o contato com o ar e dar ao vinho a oportunidade de abrir-se no palato.
Verifique os diversos elementos que compõem o sabor ; doçura, acidez, adstringência e álcool, compõem sua estrutura. O corpo e a textura de um vinho, ou a sensação na boca, nos dão uma dimensão adicional. Seu equilíbrio geral e a persistência do sabor contribuem para que possamos emitir uma opinião sobre sua qualidade.
Doçura -  o vinho é seco, semi-doce ou doce.
O dulçor é mais associado aos vinhos brancos que aos tinto, pois os tintos é deixado fermentando até que todo o açúcar desapareça. Qualquer doçura que possa haver nos tintos secos virá dos sabores de frutas doces e do álcool.
Álcool -  graduação alcoólica baixa, média ou alta.
O vinho pode ter de 8% de álcool, no caso dos vinhos brancos alemães, até 14,5% (ou mais), no caso dos vinhos brancos e tintos elaborados em lugares quentes, como o sul da Espanha, Austrália e Califórnia.
Os fortificados, têm uma graduação superior aos outros.
Sabor -  o sabor de um vinho provém principalmente das uvas utilizadas em sua elaboração e são similares aos que afloram quando os cheiramos.
Equilíbrio -  um vinho bem equilibrado é um vinho cujos os componentes  estão em harmonia, sem que nenhum se destaque sobre os outros. Todo vinho, no momento em que estiver pronto para ser servido, deve atingir certo equilíbrio. Alguns bons vinhos precisam de um tempo antes de amadurecer e alcançar esse estágio.
Retrogosto (tempo que o gosto do vinho permanece na boca após ser engolido), em geral, quanto mais persistente for o retrogosto, melhor será a qualidade de um vinho.
Bom, agora que nossos sentidos contaram parte da historia é hora de decidir se gostamos, ou não, do vinho. A qualificação adequada de um vinho é provavelmente uma das conclusões mais importantes. A qualidade de um vinho é definida por seu equilíbrio ou por suas possibilidades de alcançar um bom equilíbrio quando estiver pronto, sua complexidade e seu retrogosto.
Tente avaliar se o vinho degustado cumpriu as expectativas quanto a preço, classificação, produtor ou safra.
Outra das razões para realizar uma degustação é averiguar se o vinho está redondo, pronto para ser consumido, e, caso não esteja, quanto vai demorar estar.
Há muitos fatores envolvidos nisso; a safra, a variedade de uva, a região, o viticultor e as condições em que foi guardado após ser engarrafado. Degustá-lo em intervalos regulares é um bom modo de comprovar sua evolução.
Pronto você já pode preencher sua ficha de degustação e colocar em palavras sua experiência sensorial.
Existem vários modelos na internet que você pode imprimir.
Lembre que é preciso utilizar termos que tenham significado para você, que ajudem a fixar em sua mente as sensações que tenha experimentado ao degustar o vinho em questão.



quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Morbier



Morbier é um queijo francês DOP produzido com leite de vaca da raça Montbéliarde ou Simmental, originário da cidade de Morbier, região de Doubs, no Jura, e em algumas comunas de Ain e do Saône-et-Loire.
Nascido cerca de três séculos atrás, é elaborado exclusivamente com leite cru usado no estado bruto o mais rápido possível após a ordenha.
Queijo de massa prensada não cozida, caracterizado por sua linha cinza horizontal que é obtida exclusivamente por acréscimo de carvão vegetal em uma das faces antes de ser pressionado.
O queijo Morbier tem forma de um cilindro plano com 30 a 40 cm de diâmetro e 5 a 8 cm de altura. Seu peso varia de 5 a 8 quilos.
Sua crosta é bege ao amarelo alaranjado, sua massa é de cor marfim preenchida por alguns olhos.
Oferece aromas de pederneira, palha úmida, cacau e leite de avelã torrada.
O seu sabor lembra creme de baunilha quente. Sua leve acidez equilibra sua cremosidade. O amadurecimento do queijo dura pelo menos 45 dias a partir do momento da fabricação.
Quando o assunto é vinho, a chave de uma boa harmonização dependerá da maturidade do queijo Morbier.
O Jovem é caracterizado por uma massa cremosa de sabor frutado, combina perfeitamente com um vinho branco frutado, cuidado, no entanto, com vinhos muito florais.
Opte por um vinho branco seco du Jura (AOC) com aromas de frutas brancas e secas, que vão se unir às notas de leite e frutadas do queijo, enquanto a textura "densa" do vinho encontra a textura cremosa da messa.
Quando amadurece, o Morbier toma corpo e fica mais forte na boca, sua massa é seca, um vinho mais substancial casa melhor, um  vizinho, um Borgonha (Pinot Noir). se optar por outro, tome cuidado com a escolha do tinto,  fuja dos tintos tânicos demais, cuja a acidez e adstringência possam atrapalhar a degustação.

Você sabia;;;
No Jura, as denominações de origem são seis:
Três denominações regionais:
AOC Côtes du Jura
AOC Crêmant du Jura
AOC Macvin du Jura
Três denominações municipais:
AOC Arbois
AOC Étoile - produz somente Vins Jaunes
AOC Château-Chalon - produz somente Vins de paille

São 1900 hectares e cinco variedades de uvas autorizadas
Três variedades autóctones du Jura
Savagnin
Trosseau
Poulsard
Duas variedades de uva da vizinha Borgonha
Chardonnay
Pinot Noir

Leia também: Queijos- Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Montasio

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Dicas de como organizar uma degustação de vinhos



Participar de uma confraria ou mesmo fazer uma degustação em casa, seja ela informal ou às cegas, são necessários além dos nossos cinco sentidos, um vinho, uma taça e alguns procedimentos que, com certeza farão você desfrutar ao máximo os vinhos que lhe serão apresentados.
O BCA  dá dicas de como proceder.
Comecemos pelo Saca-rolha e uma faca para cortar a cápsula (assegure-se de cortar a cápsula por baixo do gargalo da garrafa).
Uma mesa coberta com uma toalha branca pois o fundo branco vai ajudar a realçar a cor do vinho, ajudando na análise do mesmo. (uma folha de papel branco tem o mesmo efeito).
Uma taça de cristal transparente com uma haste que permita levantá-la e inclinar o vinho dentro dela, sem que isso afete a temperatura do vinho, as taças mais apropriadas têm uma forma côncava curvada para dentro, afim de direcionar melhor os aromas para o nariz.
E por fim, um recipiente para cuspir o vinho, isso vai depender do tipo de degustação proposta e da quantidade de garrafas avaliadas.
Lembre-se sempre que o ambiente tem que ter boa luz e ausência de cheiros e fumaça. E seu paladar tem que estar limpo, sem sabores anteriores na boca ( uma dica é comer pão, ele limpa o paladar caso seja necessário).
A escolha do tema:
É possível delimitar uma degustação a uma variedade de uva, a uma região, ou até mesmo a uma determinada safra, incluindo nela vinhos tintos e brancos.
A escolha do formato:
Clássica: As taças são postas em fileiras com os diversos vinhos a serem degustados, numa mesa coberta com toalha branca. Com as fichas de degustação, cada pessoa anota suas impressões depois de degustar cada um dos vinhos. Se for degustar vários vinhos, proporcione para cada degustador um círculo numerado sobre o qual possa depositar a taça de vinho que está experimentando a fim de evitar confusões. Para fazer isso, marque o contorno do pé de uma taça com um lápis e numere os círculos assim obtidos.
Informal: Pode ser realizada na sala de estar, com os convidados sentados ou de pé, ou na sala de jantar, no decorrer de uma refeição (com harmonização de comida).
Às cegas: Para fazer uma degustação às cegas é preciso esconder todos os rótulos. É possível fazer isso enrolado as garrafas em papel alumínio ou papel de embrulho,ou passando o vinho para uma garrafa vazia da qual foram retirados os rótulos, para evitar que a forma da garrafa original dê pista do conteúdo.
Numere as garrafas escondidas para evitar confusões.
Assim se consegue que somente as qualidades organolépticas de cada vinho sejam usadas para identificá-los.
A escolha do número de vinhos:
 Para começar, experimente dois vinhos elaborados com a mesma variedade  de uva, mas procedentes de partes diferentes do mundo. Sirva sete ou oito vinhos no máximo.
A quantidade de vinho necessária:
Para degustar um vinho, serve-se na taça um terço do que seria servido normalmente. De uma garrafa de 750 ml serão servidas de 15 a 20 taças.
O serviço do vinho:
Abra as garrafas um pouco antes de iniciar a degustação e verifique se o conteúdo está em boas condições.
Se o vinho precisar de decantação ( no caso de eliminar os sedimentos de um vinho maduro ou suavizar um vinho tinto jovem robusto) Decante-o.
Verifique a temperatura, pois para apreciar um vinho em todo o seu potencial, é preciso servi-lo numa temperatura adequada.
A ordem na qual servir os vinhos:
Secos antes dos doces, brancos antes dos tintos, leves antes dos robustos, vinhos mais modestos antes dos vinhos de qualidade, vinhos jovens antes dos envelhecidos. Assim se consegue que as papilas gustativas tenham tempo de adaptar-se à crescente potência e complexidade, de modo que o sabor de um vinho não fique mascarado pelo anterior.
Boa degustação!