sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Coquetéis para o Ano Novo


Fim de ano chegando e nada melhor do que comemorar em grande estilo.
Antes mesmo de sonhar em ser enófila, o vinho já fazia parte da minha vida, aos 15 anos meu primeiro contato com um Espumante foi exatamente em minha festa de debutante, na ocasião ganhei dos meus pais uma Poncheira magnífica, para servir o coquetel aos convidados.
Tudo bem que na época o espumante não era lá essas coisas, mesmo porque na década de 80, a cultura do vinho no Brasil era mínima.
Me lembro como se fosse hoje, minha mãe preparando litros de Ponche (Espumante, licor, suco, frutas e gelo), irresistivelmente colorido e refrescante.
Mas não é de hoje que os coquetéis levam vinho em sua composição.
O vinho quente, por exemplo, evoluiu dos coquetéis chamados "grogres" dos povos do Norte da Europa, que vieram da tradição medieval de utilizar especiarias para temperar o vinho, para melhorar o sabor.
Dessa mesma forma surgiram as Sangrias.
Quem nunca ouviu falar do Kir e do Kir Royal?
Bebidas criadas na época da Segunda Guerra Mundial, por Canon Félix Kir, herói da resistência francesa e prefeito da cidade de Dijon. Seu coquetel preferido (Kir) misturava dois produtos locais: O licor de cassis e o vinho branco de Borgonha.
Já o Kir Royal leva originalmente Champagne (mas pode levar Espumante Brut).
Também temos o Bellini, lendário coquetel de verão da Itália, que é uma combinação de Espumante Prosecco super gelado com suco de pêssegos brancos frescos. Essa bebida foi inventada na década de 1980, no Harry's Bar, em Veneza, que a cada verão, empregava uma pessoa só para cortar e descaroçar os pequenos e frágeis pêssegos brancos italianos para depois expremê-los manualmente.
Hoje muitos Bellini são feitos com suco de pêssego congelado, exportado pela França, e com qualquer tipo de Espumante, porém no Vêneto, o Bellini ainda é o autêntico.
Já que o Bellini usa Prosecco, por que não um coquetel com Champagne?
Pode parecer um sacrilégio preparar coquetéis com Champagne, e embora em muitos casos seja perfeitamente possível substituí-lo por um vinho espumante mais barato, há algo maravilhosamente luxuoso em utilizar Champagne no coquetel abaixo.
O clássico coquetel de champagne
O gosto de gengibre faz maravilhas nesta grande bebida clássica.
(Para uma taça)
Uma colher de chá de açúcar
Algumas gotas de Angostura
Uma colher de Brandy
Aprox. 1/2 colherinha de licor de gengibre (opicional)
Champagne ou Espumante gelado
Ponha o açúcar numa taça e pingue as gotas de angostura.
Acrescente o Brandy e o licor de gengibre, caso prefira assim. Depois encha a taça com cuidado com o champagne ou o espumante, inclinando a taça para a garrafa enquanto enche.
Continuando na linha dos espumantes mais seis receitas de coquetéis que irão fazer você ver estrelas, sem ser Dom Pérignon!

Itália 75
É uma versão do clássico coquetel de champagne com gosto de limão conhecido como French 75; o limoncello proporciona à mistura um matiz italiano
(Para duas taças)
50ml de gim
25ml de suco de limão extraído na hora
12,5ml de limoncello ou outro licor com sabor de limão
Champagne ou vinho espumante gelado
Verta o gim, o sumo de limão e o limoncello em um copo misturador de coquetéis. Acrescente muito gelo agite vigorosamente. Filtre o conteúdo em duas taças de champagne e complete-as com champagne ou vinho espumante.

Black Velvet
Esta surpreendente combinação de cerveja preta e champagne parece um coquetel estranho, mas é extraordinária, sobretudo para acompanhar ostras.
(Para cerca de 10 taças)
Duas latas de cerveja preta de 350ml bem gelada
Uma garrafa de champagne ou vinho espumante de 750ml bem gelado
Encha com cuidado as taças, até quase a metade, com a cerveja.
Acrescente lentamente o champagne.

Bellini Clássico
(Para uma taça)
Aprox. 60ml de sumo recém-extraído de pêssegos branco (ou pêssegos amarelos)
Prosecco (ou espumante ou champagne) bem gelado
Encha a taça até a metade com o sumo de pêssego e complete com o Prosecco gelado, derramando-o lentamente.

Água de Valência
Proporciona um aspecto original ao vinho espumante e é uma bebida ideal para um amloço de verão ao ar livre.
(Para de 8 a 10 taças)
Cerca de 10 laranjas de tamanho médio
8-10 colheres de licor de laranja
Uma garrafa de Campagne, Cava ou Espumante bem gelado
Esprema as laranjas e gele o sumo durante pelo menos uma hora. Quando quiser servi-lo, ponha uma colher de licor de laranja (Cointreau) em cada taça.
Encha-as até quase a metade com o sumo de laranja gelado e derrame lentamente o espumante gelado.

Coquetel refrescante de maracujá
Um coquetel romântico para dois
(Para duas taças)
Três maracujás (Escolha aqueles com a pele levemente enrugada)
2-4 colheres de chá de licor de maracujá, ou xarope de maracujá
Cava bem gelado ou outro vinho espumante
Extraia a polpa do maracujá e passe por uma peneira. Ponha a polpa em duas taças resfriadas, acrescente o licor ou xarope de maracujá,  segundo a doçura da fruta, e encha lentamente até a borda com espumante.

Sparkler de morangos frescos
Uma idéia simples, mas muito bonita
(Para uma taça)
Um morango maduro de tamanho médio, cortado em fatias finas
Um pouco de calda de açúcar, a gosto
125ml de champagne rosé ou espumnte rosé, bem gelado
Ponha as fatias de morango na taça, acrescente um esguicho de calda de açúcar e termine de encher a taça com o espumante rosé.

Nós do Beber, Comer e Amar desejamos a todos um maravilhoso 2020, com muita saúde, vinhos e realizações!



terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Espumantes franceses - Clairette de Die



Clairette de Die
Clairette de Die é uma pequena denominação francesa localizada no departamento de Drôme.
Reconhecida desde 1942 a AOC Clairette de Die produz dois tipos contrastantes de espumantes. O primeiro é seco, elaborado pelo Método Tradicional com a variedade Clairette é conhecido desde recente troca de nome, como Crémant de Die. 
O segundo é o Clairette de Die Méthode Dioise Ancestrale, o método consiste em obter a formação de espuma por uma única fermentação iniciada e depois parada em tanques refrigerados, mas continuada em garrafa. Deliciosamente maduro e com sabor de pêssego, é elaborado com as variedades Muscat Blanc que dá a maioria dos aromas (75%) e Clairette que traz frescor e complexidade (25%).
Um vinho de baixo teor alcoólico (8%) , semi-doce  que na hora de harmonizar, combinam perfeitamente com canapés, foie gras, tortas de frutas e sobremesas cítricas.
Estes vinhos leves e frutados são geralmente apreciados jovens.

Leia também: Espumantes franceses - Crémant de Bourgogne

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Espumantes franceses - Crémant de Bourgogne



Seguindo com os espumantes franceses, hoje falaremos do Crémant de Bourgogne.
AOC Crémant de Bourgogne
AOC desde 1975 a denominação Crémant de Bourgogne é restrita a espumantes elaborados pelo Método Tradicional, segunda fermentação em garrafa, descansando nas borras por pelo menos 9 vezes.
A AOC Crémant de Bourgogne estende sua área de produção aos quatro departamentos da região (Yonne, Côte-d'Or, Rhone e Saône-et-Loire).
A área comprometida com a produção varia de ano para ano, dependendo das condições locais.
Somente são produzidos Espumantes brancos e rosés.
Podem ser blanc de blancs (de uvas brancas) ou blanc de noir (uvas pretas com suco branco).
A maioria é classificada como Brut ou, com menos frequência, Demi-sec.
Principais variedades para brancos e rosés - Pinot Noir, Chardonnay (mínimo 30%).
Variedades secundárias: Gamay (20% máximo), Aligoté, Melon, Sacy.
Um vinho de frescura e vigor, que com o tempo, adquire a imponência de um grande vinho.
Na hora de harmonizar
O blanc de blanc combina com vieiras ou peixe do rio.
Esse espumante carrega o perfume de flores brancas, frutas cítricas ou maças verdes. Com o tempo, desenvolverá notas tostadas e notas de frutas como pêssego e damasco.
O blanc de noir combina perfeitamente com rabo de boi e é parceiro ideal para aves como o famoso frango de la Bresse.
Esse espumante exala aromas de frutas pequenas (cereja, groselha, framboesa).
Na boca, poderoso, longo e persistente.
O tempo agrega charme, aromas de frutas secas e, talvez mel, especiarias ou noz moscada.
O rosé principalmente o demi-sec é uma boa escolha com sobremesas que contenham frutas vermelhas.
Esse vinho feito de uvas Pinot Noir, com o sem proporção de Gamay, é de um rosa cor de ouro, é um vinho delicado, com aromas sutis de frutas vermelhas.

Leia também: Espumantes franceses - Crémant d'Alsace



sábado, 14 de dezembro de 2019

Especial Festas de Fim de Ano - Paleta Suina



In memoriam a nossa amada Mieko
Beber, Comer e Amar...
Especial Festas de Fim de Ano.
Má na cozinha preparando Paleta Suína.
Dizem que as receitas mais gostosas são as de família, é quando a boa memória gustativa nos pega e nos transporta para os dias felizes, nos dando a sensação de aconchego e bem-estar.
A verdade é que, alguns sabores parecem ser capazes de alimentar a saudade...
O Marcelo sempre foi muito parecido com sua mãe, herdou seu caráter, a perseverança, a calma, a sabedoria e a curiosidade, eram cúmplices, se admiravam e se respeitavam de um jeito que era muito bonito de se ver.
Há tempos minha sogra passou o bastão da preparação da Paleta das Festas de Fim de Ano para ele, que ano após ano, o faz com maestria.
Portanto, a receita de hoje é um "segredo de família" e, é com ela que começamos a  fechar o ano. Ano este de muitos Beber, Comer e Amar, harmonizados com vinho e combinados com dedicação, carinho e muito amor pelo assunto.
Agradeço a todos que durante o ano de 2019 compartilharam conosco nossas aventuras enogastronômicas, aprendemos juntos, um pouquinho mais sobre esse universo maravilhoso do vinho e da comida.
Vamos a harmonização!
A paleta é uma parte do porco que apresenta um pouco mais de gordura, essa em especial fica bem suculenta, apresentando uma boa untuosidade, pensando nisso escolhi para harmonizar um Espumante Brut, onde a acidez elevada vai limpar um pouco dessa untuosidade.
Devido aos temperos, a marinada de 24 horas e a cocção, preciso de um espumante com mais estrutura para aguentar o prato, um espumante elaborado pelo Método Tradicional cuja segunda fermentação ocorre na garrafa, seria perfeito. Mas não o tinha em mãos e optei por um exemplar brasileiro Brut Rosé da vinícola Suzin que é elaborado pelo Método Charmat (segunda fermentação em tanques de inox), porém é elaborado pelo Método Charmat Longo. Esse método tem sido usado ultimamente pelas vinícolas brasileiras, ele consiste em deixar o espumante em contato com as leveduras na autoclave, aumentando a complexidade tanto aromática como gustativa.
Essa prática busca um espumante com características próximas ao elaborado pelo Método Tradicional. O tempo que o espumante repousa sobre as borras depende do perfil de cada produtor. O de hoje da vinícola Suzin repousou durante 7 meses.


Espumante Brut Rosé Suzin - São Joaquim - SC
Elaborado com 60% Merlot e 40% Cabernet Sauvignon pelo Método Charmat Longo, de cor rosa, perlage fina e bem persistente, aromas de morango e fermento.
É equilibrado, com uma ótima acidez, austero e com um ótimo volume em boca.
Bom, que tal encerrar o ano preparando essa paleta? Eu como sempre, contribuo com a receita:
Ingredientes:
1 paleta (aproximadamente 6 kg)
1 xícara de óleo
1 xícara de vinagre de vinho branco
1 xícara de vinho branco seco de boa qualidade
1 maço de cheiro verde (salsinha e cebolinha)
8 dentes grandes de alho
6 colheres (sopa) de sal
1 colher (sopa) ajinomoto
1 saco plástico grande e grosso (normalmente o que embrulha a paleta)
Preparo:
Limpe a paleta retirando o couro.
Perfure toda a paleta com um auxilio de uma faca de ponta (pequenos furos)
Bata todos os ingredientes no liquidificador
Coloque a paleta no saco plástico e despeje a marinada.
Amarre bem para que não vaze.
Deixe por 24 horas em geladeira virando o saco uma vez
Após 24 horas coloque tudo numa assadeira de bordas altas (paleta + marinada).
Cubra bem com papel alumínio para que não vaze.
Asse por 5 horas em forno médio/baixo
Remova o alumínio e asse por mais 1 hora ou até dourar bem.

Você sabia...
"Os vinhos finos de altitude da Serra Catarinense estão entre 900 a 1400 metros de altitude. Esta localização permite um ciclo vegetativo maior, ou seja maturação mais lenta o que permite maior concentração de açúcares, polifenóis e material corante e estas e outras substâncias darão o diferencial qualitativo ao vinho. A região de altitude também propicia a amplitude térmica, o que possibilita a planta potencializar a concentração destas substâncias."
A cor e a acidez dos vinhos estão diretamente relacionadas com a frescura noturna. Os últimos dias de maturação são fundamentais para a cor, frescura e acidez, e as noite frias são determinantes.
É também nesse aspecto que a altitude tem o seus efeitos, a temperatura desce 1 grau Celsius  a cada 100 metros e a umidade decresce também com a altitude, provocando assim maiores amplitudes térmicas, com noites mais frias e secas, ou seja, o efeito das estações do ano dentro do próprio dia.
Em maio de 2017 a Epagri iniciou os trabalhos para obtenção da Indicação Geográfica (IG) dos Vinhos Finos de Altitude da Serra Catarinense, em setembro ( 2019) entregou os documentos de delimitação geográfica da IG, que farão parte de um dossiê á ser encaminhado para análise do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que decidirá pela concessão ou não da IG.
Para a IG dos Vinhos Finos de Altitude da Serra catarinense a Epagri delimitou 23,2% da área do Estado, onde a altitude é superior a 900 metros. São ao todo 41 propriedades, espalhadas por 32 municípios. Além das características ambientais, essa IG leva em conta sobretudo a notoriedade das regiões produtoras.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Espumantes franceses - Crémant d'Alsace


O famoso Champagne francês, não é o único espumante da França, existem outras classificações .
O trio principal é formado por Crèmant d'Alsace, Crémant de Bourgogne e Clairette de Die.
Depois vêm Saumur, Crémant de Loire, Vouvray, Cremant de Bordeaux, Touraine, Blanquette de Limoux, Crémant de Limoux, Crémant du Jura, Montlouis e Bugey Cerdon.
No decorrer das semanas falarei de cada um, começando por:
AOC Crémant d'Alsace
Crémant d'Alsace  é a denominação para vinhos espumantes brancos e rosados da região vinícola da Alsácia.
Introduzida em 1976, a denominação agora responde por aproximadamente 1/4 da produção da região, cerca de 45 milhões de garrafas por ano.
A região da Alsácia fica quase tão ao norte quanto Champagne, mas é muito mais seca, mais quente e ensolarada. Isso resulta em uvas e vinhos ligeiramente mais maduros, secos e arredondados.
O Crémant d'Alsace é elaborado pelo Método Tradicional, através de uma segunda fermentação na garrafa. Mas não antes do vinho envelhecer por um período mínimo de 9 meses sobre as borras. Esta maturação confere ao vinho um peso extra de sabor e sua complexidade de "brioche".
A maioria dos Crémant d'Alsace é feita de Pinot Blanc. Seus sutis aromas e sabores de frutas de pomar são exatamente o que é necessário para vinhos de elegância, frescura e requinte.
Outras uvas também são permitidas na AOC Crémant d'Alsace: Pinot Gris, Riesling, Chardonnay e Pinot Noir. Os Rosés e o Blanc de Noir com sabor profundo são feitos exclusivamente de Pinot Noir.
Na hora de harmonizar
O Crémant d'Alsace elaborado com Riesling, é perfeito para entradas requintadas, combina também com sushi e sashimi, vieiras grelhadas ou ostras.
Já o Crémant d'Alsace elaborado com Chardonnay é acompanhamento perfeito para um risoto de aspargos e ervilhas, ou queijos como o Gruyere.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Parmegiano Reggiano



Parmegiano Reggiano é um dos queijos mais antigos e mais ricos já conhecidos. Hoje, é produzido substancialmente como nove séculos atrás, mesmos ingredientes, mesma técnica de produção, o mesmo cuidado artesanal.
É um queijo duro, cozido e amadurecido lentamente.
A massa do queijo maduro assume uma cor amarelo palha clara e apresenta uma estrutura minuciosamente granulada com fratura em flocos.
Parmegiano Reggiano é um queijo completamente natural, conhecido em todo o mundo como o "rei dos queijos".
Parmegiano Reggiano é produzido exclusivamente nas províncias de Parma, Reggio Emília, Modena e parte das províncias de Mântua e Bolonha, entre planícies, colinas e montanhas entre o Pó e o Reno.
A área DOP concentra quatro mil fazendas, onde as vacas são alimentadas com forragem.
Todos os dias, o leite da ordenha noturna e deixado em repouso até a manhã em grandes tanques, nos quais a parte gorda emerge espontaneamente, destinada á produção de manteiga.
Juntamente com o leite integral da ordenha da manhã, o leite desnatado da noite é então derramado nas caldeiras invertidas típicas de cobre em forma de sino, com a adição do coalho de vitela e soro de enxerto, rico em enzimas naturais do leite, obtido a partir do processo do dia anterior.
O leite coagula em cerca de 10 minutos.
A coalhada é fragmentada em pequenos grânulos, graças a uma ferramenta antiga chamada spino.
É nesse ponto que o fogo entra em cena, para um cozimento que atinge 55 graus celsius, no final do qual os grânulos caseínicos caem no fundo da caldeira, formando uma única massa.
Após cerca de 50 minutos, a massa do queijo é extraída, com movimentos sábios, do leiteiro.
Cortado em duas partes e embrulhado em pano típico, o queijo é colocado em um molde que lhe dará sua forma final.
Com aplicação de uma placa de caseína, cada queijo é marcado com um número único e progressivo que o acompanhará como um cartão de identidade.
Após algumas horas, se faz a marcação especial, marcando o mês  e o ano de produção, o número de série que distingue os laticínios  e a inconfundível escrita pontilhada em toda a circunferência do queijo, que são imersos após alguns dias em uma solução saturada com água e sal.
É uma salga por absorção que em pouco menos de um mês conclui o ciclo de produção.
Maturação 


A maturação ocorre sobre tábuas de madeira, o exterior do queijo seca para formar uma crosta natural, sem tratamento, portanto perfeitamente comestível.
A maturação mínima é de 12 meses, e é somente nesse ponto que será possível dizer se todos os queijos poderão receber o nome Parmegiano Reggiano que lhe foi dado na origem.
Selo cor laranja caracteriza Parmegiano Reggiano com mais de 18 meses de maturação. É um produto com base láctea bastante pronunciada (gosto de leite e manteiga), com notas vegetais como grama, flores e frutas, ideal para ser destacado em flocos para um aperitivo.
Selo cor prata identifica o queijo com maturação superior a 22 meses, com aromas mais acentuados. Entre eles, notas de frutas secas e frutas cítricas e com sabor doce.
Selo dourado 30 meses de maturação, o mais forte em sabor e aroma.
Quando o assunto é vinho, Parmigiano Reggiano combina com diferentes estilos de vinho, dependendo do seu estágio de maturação.
Outro fator determinante antes de escolher o vinho é entender que utilidade terá o parmesão: você vai consumi-lo sozinho em flocos, ou em lascas combinado com outros pratos?
Vinhos brancos como Franciacorta, Vernaccia di San Gimignano ou Espumantes Extra Brut brasileiros, são perfeitos quando os flocos de parmesão são consumidos como aperitivos.
Quando combinados com pratos ou em lascas por cima de carpaccio de carne, opte por tintos estruturados, como Barbera e Montefalco.
Entre as combinações mais particulares, é interessante combina-lo com Primitivo di Manduria, que dá impulso ao próprio vinho.

Leia também : Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Petit Berrichon

sábado, 7 de dezembro de 2019

Champagne Pol Roger e Sushi


Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Sushi.
Sushi é o prato japonês mais famoso fora do Japão e um dos pratos mais populares entre os japoneses, lá é geralmente apreciado como uma celebração.
O conceito de Sushi foi introduzido no Japão no século IX e se tornou popular com a expansão do Budismo ( que restringia o consumo de carne). Foram os japonese os primeiros a preparar o sushi como prato completo, comendo o arroz fermentado junto com o peixe em conserva. Essa combinação de arroz e peixe é conhecida como nare-zushi.
Funa-zushi, a forma mais antiga conhecida de nare-zushi, originou-se há mais de 1000 anos.
A carpa dourada conhecida como funa, foi embalada em arroz salgado e compactada sob pesos para acelerar a fermentação. Processo esse que levava pelo menos meio ano, o produto final só estava disponível para a alta classe japonesa do século IX a XIV.
No século XV, durante a guerra civil, os cozinheiros japoneses descobriram que adicionar mais peso ao arroz e ao peixe, reduzia para cerca de um mês a fermentação. Essa nova preparação de sushi foi chamada mama-narezushi, ou nare-zushi cru.
Em 1606, Tokugawa Ieyasu (ditador militar japonês) mudou a capital do Japão de Kyoto para Edo (atual Tóquio).
Em Edo, os fabricantes de sushi usaram um processo de fermentação desenvolvido na década de 1700, colocando uma camada de arroz cozido temperado com vinagre de arroz ao lado de uma camada de peixe. As camadas foram comprimidas em uma pequena caixa de madeira por 2 horas e depois cortadas em pedaços para servir. Esse método reduziu bastante o tempo de preparação do sushi.
Em 1824, Hanaya Yohei, abriu a primeira banca de sushi no distrito de Ryogohu, em Edo. Ele inventou uma fermentação mais moderna e rápida, adicionando vinagre de arroz e sal ao arroz recém cozido e deixando descansar por alguns minutos. Ele então, serviu o sushi pressionado à mão, cobrindo uma pequena 'bola" de arroz com uma fatia fina de peixe cru, como a localização de sua banca era nas margens do rio Sumida, o peixe era tão fresco, que não havia necessidade de fermentá-lo ou preservá-lo.
Era criado o sushi nigiri, que mais tarde se tornou o novo padrão na preparação de sushi.
Atualmente, o sushi pode ser definido como um prato que contém arroz preparado com vinagre de sushi. Existem muitos tipos diferentes de sushi. Os mais populares são:
Nigiri
Nigiri-zushi "bolinhas de arroz alongadas com peixe por cima, alguns dos mais comuns são: atum, salmão, camarão, lula e polvo.
Norimaki
Cilindros de arroz de sushi e frutos do mar, etc, enrolados em folhas de algas secas . Existem inúmeras variedades de rolos de sushi que diferem em ingredientes e espessuras.
Temaki
temakizushi (literalmente rolos de mão) são cones feitos de alga nori e recheados com arroz de sushi, frutos do mar, peixes e legumes.
Inari
Inarezushi é um tipo simples e barato de sushi, no qual o arroz é colocado em pequenos sacos de tofu frito.
Como comer o sushi
Despeje um pouco de shoyu no pequeno prato fornecido. No Japão é considerado falta de educação desperdiçar shoyu, portanto, tente não derramar mais do que o necessário.
Você não precisa adicionar wasabi ao molho de soja, pois os pedaços de sushi que combinam com wasabi já o conterão. No entanto, se optar por adicionar wasabi, use apenas uma pequena quantidade para não ofender o chefe de sushi.
Em geral, você deve comer o sushi em uma mordida.
Mãos e hashi podem ser usados para comer sushi.
No caso do nigiri-zushi, mergulhe o pedaço no shoyu de cabeça pra baixo para que o peixe entre no molho (nunca o arroz). Alguns tipos de nigiri-zushi, por exemplos, pedaços marinados, não devem ser mergulhados no shoyu.
Chegou a hora de harmonizar, com essa enorme variedade de estilos de sushi, encontrar um único vinho que harmonize perfeitamente com o prato é muito difícil.
Fique longe dos vinhos tânicos e com passagem em carvalho, pode ser uma combinação desastrosa.
Os sabores puros do sushi exigem sabores igualmente nítidos, limpos e puros de um vinho.
Optei por um Champagne Brut que ofereceu um bom complemento com sua mineralidade e nitidez.


Champagne Pol Roger Extra Cuvee de Reserve
O Reserve Brut é elaborado com porcentagens iguais de Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier de 30 crus diferentes, além de 25% de vinhos de reserva de anos anteriores, mantidos 4 anos sobre leveduras, com remuage à mão.
Todas as castas e os crus são fermentados separadamente (fermentação malolática) atribuindo boa estrutura mas com elegância, característica comum da casa."
Que tal se aventurar na cozinha e prepara essa iguaria para seu fim de semana?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
Arroz de Sushi
Ingredientes
3 1/3 xícara de uruchi mai (arroz japonês)
4 xícaras de água
1 peça quadrada de Kombu (opcional)
5 colheres de sopa de su (vinagre de arroz)
5 colheres de sopa de açúcar
4 colheres de chá de sal marinho
Preparo:
Cozinhe o arroz de acordo com as instruções do pacote. algumas pessoas gostam de colocar um pequeno pedaço de kombu em cima do arroz, para que o arroz tenha um sabor diferenciado, mas o Marcelo geralmente não coloca.
Coloque o arroz quente cozido em uma vasilha grande de vidro. Se você é purista, também pode usar um hangiri (balde de cedro) feito especialmente para esse fim. O cedro também aromatiza delicadamente o arroz, dando-lhe um aroma agradável.
Misture o vinagre com o açúcar e o sal e despeje a mistura sobre o arroz.
Deixe esfriar com a ajuda de um ventilador enquanto vira o arroz suavemente, de modo que cada grão fique coberto com a mistura. O arroz está pronto quando esta quase na temperatura ambiente.
Para fazer o nigiri-zushi
Ingredientes
2 xícaras de arroz pronto
Peixe cru (salmão, atum, peixe branco)
Preparo:
Pegue uma colher de arroz e coloque na palma da mão. Com os dedos da outra mão, aperte em forma alongada, reserve.
Fatie o peixe com uma faca afiada apropriada para sashimi, fatie na diagonal, com aproximadamente 1 de espessura.
Para montar o nigiri, coloque o arroz modelado (reservado) na palma de uma mão, colocando uma mínima quantidade de wasabi no arroz. Em seguida, cubra com uma fina fatia de peixe e aperte delicadamente
Hoje o Marcelo também preparou o Norimaki, que é o sushi enrolado no nori, Ele fez o Futomaki que leva kanpyoo, hoshi shitake, tamagoyaki e soboro. E fez também o Hosomaki que tem um diâmetro menor e usa apenas um ingrediente, quando se usa atum ele recebe o nome de tekkamaki, quando é feito com pepino, leva o nome de kappamaki.

Você sabia...
Rara e excepcional , a vinha de Pol Roger abrange mais de cem hectares de vinhedos. A vinha se beneficia das encostas de Epernay, na Côte des Blancs (Oity, Cuis, Cramant) e em Montagne de Reims. A diversidade e a riqueza dos terroirs permitem que Pol Roger Champagnes garanta uma presição exemplar de regularidade e qualidade.
A história que une a Casa Pol Roger e a Inglaterra, data do ano de 1877 que foi marcado pela atribuição do título de "Royal Warrant", tornando a Casa Pol Roger a primeira das nove casas de champagne reconhecida como fornecedora oficial da corte real da Inglaterra.
Os laços com a aristocracia inglesa não pararam por ai, cliente fiel da casa desde 1908, Winston Churchill, conhece Odette Pol Roger em 1944, Odette casada com Jacques Pol Roger, terceira geração da família, cria laços de amizade com Churchill . na ocasião Churchill se rende a elegante safra de Champagne odette e Pol Roger de 1928. A partir de então, todos os anos em seu aniversário, Odette Pol Roger enviará a Churchill uma caixa da safra de 1928. Essa longa amizade só acaba com a morte de Churchill em 1965, à qual a casa prestará homenagem ao criar em 1975 o Cuvèe Sir Winston Churchill, elaborado somente em safras consideradas excelentes, esta prestigiada Cuvée, é resultante de uma mistura de Pinot Noir com Chardonnay mantidos em segredo (com predominância de Pinot Noir).

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Dicas - Espumante



Nesta época do ano é comum o consumo de espumante como forma de comemoração.
Aqui no BCA você confere pequenas dicas para tornar sua degustação mais prazerosa.
Os Espumantes são elaborados a partir de duas fermentações alcoólicas, Na primeira, é gerado o vinho base (sem bolhas). Em seguida, ocorre os cortes, é acrescentado açúcar ( xarope extraído de uvas, ou mosto que foi separado e congelado sem fermentar), e  leveduras específicas, para que a segunda fermentação ocorra, desta vez mantendo o gás carbônico gerado.
As duas formas mais utilizadas de se fazer esta segunda fermentação são:
Método Tradicional ou Champenoise essa segunda fermentação ocorre dentro da garrafa.
Método Charmat a segunda fermentação ocorre em autoclaves.
Após esse processo, quando o vinho vai ser engarrafado (no caso do Método Charmat) ou quando é feiro o degorgement (no caso do Método Tradicional) é acrescido ao espumante o "licor de expedição" que vai definir o tipo de espumante que será feito (do extra brut ao doce)
Já o Moscatel espumante resulta apenas de uma fermentação (em autoclaves), gerando uma bebida leve, doce e menos alcoólica.
Na hora de servir
É importante fazer a limpeza das taças corretamente,  resíduos seja de detergente, pano ou papel contaminam o ambiente da taça e inibem a liberação de bolhas e a formação de espuma.
Lembrando que considera-se que a qualidade preliminar do espumante pode ser avaliada de acordo com seu perlage: quanto mais tempo persistir (desprendendo gás) e quanto maior for o número de bolhas e menor o seu tamanho diz-se genericamente que melhor será a qualidade do espumante.
Outra coisa importante é a temperatura de serviço, com a variação decorrente do tipo e estilo do espumante, na média, a temperatura de consumo deve estar próxima aos 8°C, no caso dos Demi-sec ou Moscatéis 6°C , já  um Milléssime , mais velho, se beneficiará a uma temperatura entre 10 e 12°C.
Na hora de harmonizar
As borbulhas compõem um par ideal para  pratos levemente assados ou cozidos ao vapor, ou para alimentos crus, como sushi, porque não os anulam como fariam outros vinhos.
As borbulhas também purificam o paladar, atenuando a untuosidade e uniformidade dos molhos de creme de leite ou proporcionando um refrescante contraste com alimentos fritos ou com os canapés crocantes.
O espumante brut harmoniza com todos os pratos salgados, tome cuidado somente com as saladas temperadas com vinagre, pois o vinagre pode deixar seu espumante com um gosto amargo e metálico.
No caso das comidas com um pouco mais de gordura prefira um espumante mais ácido que limpará a boca.
Já com sobremesas prefira um espumante Demi-sec ou um Moscatel, espumante brut não combina com sobremesas, pois quando combinados com doce tem sua acidez e amargor acentuados.