segunda-feira, 1 de março de 2021

Brigadeiro e Vinho combinam?


Beber, Comer e Amar...
Chegou a vez do Brigadeiro!!!!
Doce genuinamente brasileiro feito com leite condensado, chocolate em pó e manteiga, enrolado em formato de "bolinhas" e passado no granulado (confeito feito com cacau, gordura vegetal hidrogenada e açúcar).
A origem do doce é incerta, dizem que surgiu em 1940, em São Paulo, em uma campanha política com a intenção de promover a eleição do Brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da república;
Na época, suas apoiadoras para angariar fundos para a campanha, faziam doces. Os tempos eram de pós-guerras, o Brasil passava por escassez de alguns produtos como o leite fresco, esse racionamento tornou o leite condensado um substituto comum para as sobremesas.
Heloísa Nabuco de Oliveira, socialite carioca  e apoiadora de Eduardo Gomes, cria o doce, juntando leite condensado, chocolate em pó e manteiga.
O quitute ficou conhecido como "doce do brigadeiro" mas logo teve seu nome encurtado.
Porém, outros contos contestam essa história, afirmando que antes de se chamar brigadeiro, o doce se chamava negrinho e que teria sido inventado no Rio Grande do Sul.
Histórias à parte, hoje, o brigadeiro é um simbolo nacional, mundialmente conhecido.
Mas vinho combina com brigadeiro?
O brigadeiro além do desafio do chocolate, leva leite condensado o que o torna bem doce no paladar, a doçura excessiva atrapalha a harmonização pois ela toma conta da boca, nossas papilas gustativas ficam impregnadas  pelo doce, dificultando assim sentirmos o gosto do vinho.
Portanto, o vinho  a se escolher deve ser no mínimo tão doce quanto.
Além disso, temos o peso do brigadeiro que é bem cremoso, logo precisamos de um vinho igualmente pesado.
Já havia feito uma harmonização com Porto que ficou a contento, mas a de hoje com Pedro Ximenez me satisfez mais.
El Candado Pedro Ximenez A.R Valdespino



Elaborado com 100% Pedro  Ximenez colhidas e secas em esteiras por algumas semanas, e envelhecidas usando o tradicional sistema de criadeira e solera.
De cor castanho bem escuro, no nariz aromas tostados, figo seco, tâmaras, café. Em boca confirma os frutos secos, é bem doce, bastante denso, intenso e equilibrado.
Que tal preparar esse doce brasileiríssimo para seu fim de semana?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
Receita clássica
1 lata de leite condensado
6 colheres (sopa) de chocolate em pó
1 1/2 colher (de sopa) de manteiga sem sal para o brigadeiro, e mais para enrolar
2 xícaras de chocolate granulado
Preparo:
Em uma panela de fundo grosso, ponha o leite condensado, o chocolate em pó e a manteiga. Misture bem até que fique uniforme e leve a panela ao fogo baixo. Mexa sem parar. Você saberá que está no ponto certo para enrolar (nem muito mole nem puxa-puxa) quando a massa começar a desgrudar do fundo da panela e demorar alguns instantes para cobri-lo novamente - cerca de 10 minutos depois que começar a borbulhar. Tire do fogo, coloque em um prato raso untado com manteiga e deixe esfriar em temperatura ambiente. Depois unte as mãos com manteiga e enrole as bolinhas. Passe pelo chocolate granulado e ponha em forminhas de papel.

Você sabia...
Pedro Ximenez é obtido a partir de uvas maduras do mesmo nome, secas ao sol para obter um mosto com uma concentração excepcionalmente alta em açúcar. O seu processo de envelhecimento, que é exclusivamente oxidativo, confere ao vinho uma concentração aromática progressiva e maior complexidade.
Hoje em dia os vinhos base para esse tipo de Jerez são produzidos principalmente no DO Montilla-Moriles, já que o clima lá protege melhor as uvas da podridão. Montilla-Moriles cria a grande maioria dos vinhos PX dentro de sua própria denominação, mas parte deles são transferidos de volta para bodegas em Jerez para maturação, o que lhes permite ser rotulados como Jerez.

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