quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Portugal (Regiões e castas dos vinhos tintos e brancos)



Em Portugal se produz vinho praticamente no país inteiro, a diversidade das castas é enorme mais de 230 variedades e, a grande maioria delas é nativa de lá (autóctones).
Mais do que qualquer outro país europeu, Portugal manteve suas tradições, em alguns locais o vinho continua a ser produzido de forma tradicional, as uvas ainda são amassadas com os pés em antigos lagares.
O país possui 55 regiões vinícolas que até meados dos anos 80 eram na sua maior parte controladas por cooperativas, que produziam vinhos com pouca qualidade, a situação mudou radicalmente quando Portugal aderiu à União Europeia, hoje é crescente o número de propriedades independentes que produzem ótimos vinhos e conquistam posições merecidas por sua qualidade.
As principais regiões produtoras são:
Minho: Na extremidade noroeste, pouco abaixo da fronteira espanhola, onde se produz o mais popular vinho branco de Portugal o Vinho Verde, que pode ser feito com qualquer uma das 25 castas permitidas, ou de uma combinação dessas.
No entanto, os melhores se originam da Alvarinho, Trajadura e Loureiro.
O Vinho Verde tinto em geral é uma mistura de diversas variedades como, por exemplo, Azal e Vinhão.
Douro: Fica no nordeste de Portugal é considerada patrimônio Unesco.
Embora o Douro seja famoso pelo vinho do Porto, seus vinhedos produzem ótimos vinhos tintos e brancos, muitos especialistas em vinhos portugueses consideram o Douro a melhor região de vinhos tintos secos em Portugal.
São quase 40 uvas ali permitidas, as principais são: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta barroca, Tinta Cão e Tinta Roriz.
Os tintos do Douro variam de leves e frutados até os macios e condimentados.
Os brancos elaborados principalmente com uvas Gouveiro, Malvasia Fina e Viosinho são leves e aromáticos mas nada muito esplêndido.
Bairrada: É um distrito rural no qual se encontra a estrada que liga Lisboa à cidade do Porto, tem seu nome derivado de "barro" palavra portuguesa que significa argila, que constitui a maior parte do solo da região.
A uva principal é a Baga, nativa da região, frutada e ácida, que por lei deve constituir 50% da mistura de qualquer vinho tinto ali produzido.
Cerca de 60% dos espumantes de Portugal são feitos nessa região.
Dão: Fica a 48 quilômetros ao sul do rio Douro, lá o vinho tinto é predominante, constitui 80% dos vinhos.
Uma grande variedade de uvas é cultivada, mais de 50 castas que produzem vinhos tintos frutados e também brancos adequados para maturação.
Os cortes são a base principal da produção do Dão.
A Touriga Nacional na metade do século XX, ganhou novo vigor. Assim, de coadjuvante em muitos vinhos, ela aparece também em varietais modernos e saborosos e tem sido promissora para um longo envelhecimento. A Jaen, para consumo ainda jovem, frutado; e a Tinta Roriz oferece intensidade. A Alfrocheiro também é promissora em diversos blends harmoniosos.
A casta Encruzado produz um vinho branco muito encorpado que já se firmou como um dos vinhos varietais de uva branca mais finos de Portugal.
Lisboa e península de Setúbal: A região vinícola de Lisboa foi até recentemente conhecida como Estremadura, os vinhos feito aqui, em grande parte, pertencem a cooperativas, com grande variedade de estilo e qualidade, mas sua temporada longa de cultivo na costa do Atlãntico, a escolha de solos e o novo interesse em uvas melhores (principalmente Syrah e Touriga Nacional) estão dando chance  a novas propriedades.
A região do Tejo abrange a maior parte do curso do mais famoso rio de Portugal, que flui para baixo do centro de Portugal até chegar a Lisboa. Mas, longe do rio, a região do Tejo fica mais alta, montanhosa e seca e nos últimos anos, novas plantações foram concentradas em áreas mais altas, enfatizando qualidade em detrimento da quantidade.
A Península de Setúbal encontra-se em todo o estuário do rio Tejo ao sul de Lisboa.
Na DOC Palmela, o vinho tem de conter 67% da uva Castelão, bem ajustada aos seus solos arenosos mas produtores pioneiros da nova onda de varietais de Portugal estão dando espaço para as uvas tintas Syrah, Aragonês e Douro.
O vinho tradicional da região é o Moscatel de Setúbal, um Muscat rico, que é levemente fortificado.
Alentejo: A maior região vinícola de Portugal, os vinhedos se encontram em quatro principais  sub-regiões: Borba, Redond, Reguengos e Vidigueira.
Os melhores vinhos são os tintos e há dezenas de variedades ali permitidas; a Aragonês (Tempranillo) é a especialidade local seguida da Periquita, Trincadeira preta e Alicante Bouschet.
Os brancos são refrescantes feitos com as variedades: Antão Vaz, Roupeiro, Arinto, Verdelho e Alvarinho.
Uma dica importante , ao comprar um vinho português designado com a palavra "garrafeira" no rótulo, isso vai indicar um vinho de qualidade especialmente elevada.
Em geral, os vinhos tintos designados como garrafeira precisam amadurecer em qualquer tipo de tanque ou barril pelo menos por dois anos antes de serem engarrafados, e passar pelo menos um ano na garrafa. Os vinhos brancos devem amadurecer por seis meses antes do engarrafamento e seis meses em garrafa.


Fontes: Karen MacNeil, Atlas Mundial do Vinho, Wines of Portugal

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