Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Pudim de Leite Condensado.
A receita e o nome pudim são originários da Inglaterra. Na sua forma original, a consistência era cremosa, semelhante à um bolo com massa solada.
Saindo da Inglaterra, o pudim ganha o mundo e inúmeras variações. Coube aos franceses a criação do popular pudim de leite. Os portugueses também possuem uma receita semelhante, o creme caramelo. Aqui no Brasil, no começo da República, o pudim era um dos grandes sucessos e abrilhantava as festas e reuniões fazendo as honras da casa. O Pudim Republicano mesclava o marcante sabor das amêndoas importadas e a cremosa maciez dos ovos e açúcar bem batidos, lenta e carinhosamente acrescentados ao leite. Só então assado em prolongado banho-maria.
Em 22 de janeiro de 1890 o leite condensado chega ao Brasil. O Jornal Estado de São Paulo, nos seus classificados, anunciava a chegada de um ótimo alimento para as crianças, que era comercializado na Drogaria São Paulo, à Rua São Bento, vendido em latas para ser diluído em água antes de ser bebido. A Nestlé industrializava o fabrico e trazia na legenda: Milkmaid brand. O mais interessante é que a lata apresentava a estampa de uma singela mocinha em trajes suíços, conhecida como La Laitière ou vendedora de leite, carregando uma lata de leite na cabeça. Esta imagem ganhou o mundo e adquiriu tamanha popularidade que no Brasil, o leite condensado passou a ser conhecido como "Leite Moça".
Na época, o emprego do leite condensado no Pudim de Leite, enquanto para alguns provocava frenesi, devido à grande procura da "Lata da Mocinha", para outros sugeria-se comprometimento da delicadeza da sobremesa, acusando-o de padronizar o sabor de antigos doces brasileiros.
Mas e na hora de harmonizar o nosso tão amado Pudim de Leite Condensado?
Quem acompanha o BCA sabe que o peso e a doçura do vinho de sobremesa escolhido, precisam harmonizar com o peso e a doçura do pudim.
Pode parecer impossível, se tratando de uma sobremesa tão doce, mas se você escolher um vinho de sobremesa realmente rico e doce como um Tokaj Aszú, você perceberá que o pudim de leite pode sim, ser realçado.
Portanto, sobremesas com este nível de doçura dificilmente irão harmonizar com um vinho leve e perfumado, é fácil imaginar que os sabores de um iriam destruir os sabores do outro.
Escolhi um o Tokaj Aszú Oremus
Que tal preparar essa delícia para seu fim de semana?
Eu como sempre, contribuo com a receita.
Pudim de Leite Condensado
Ingredientes:
1 lata de leite condensado
A mesma medida de leite
3 ovos
1 xícara de açúcar (180g)
Modo de preparo:
1. Preaqueça o forno (180 graus)
2. Bata por 5 minutos no liquidificador o leite condensado, o leite e os ovos,
Reserve.
3. Coloque o açúcar em uma forma com furo no meio (capacidade para 2 1/2 litros). Leve ao fogo até o açúcar derreter e formar um caramelo. Retire do fogo, espalhe o caramelo por toda a forma e despeje a mistura batida.
Cubra com papel alumínio.
4. Leve ao forno em banho-maria por 1 hora e 40 minutos ou até o pudim ficar firme. Depois de 1 hora, elimine o papel alumínio.
Retire do forno, espere amonar e leve o pudim à geladeira por 3 horas antes de servir.
Você sabia...
Novas regras em Tokaj
Sempre ouvimos falar do Tokaj Aszú com seu número de puttonyos (3,4,5 e 6). Quanto mais puttonyos, maior é o teor de açúcar. Desde 2013, Tokaj simplificou a classificação de seus vinhos e, sem mais delongas removeu a indicação puttonyos.
Agora, o Aszú é medido pelo seu açúcar residual (que deve ter no mínimo 120 gramas por litro); portanto, somente os vinhos que anteriormente teriam 5 e 6 puttonyos são permitidos nessa categoria. As bagas são trituradas em uma pasta que eles chamam de "massa de Aszú", e um mosto de fermentação ou um vinho base é adicionado para que possa macerar por até dois dias. A mistura é então colocada em barris especiais de 136 litros - feitos de carvalho húngaro da floresta Zemplén - para terminar a fermentação e envelhecer por um período mínimo de dois anos ( pelo menos 18 meses em barris de carvalho).
Portanto:
O vinho mais doce dos Tokaj é o Eszencia. È mais doce do que a maioria no mundo do vinho, com pelo menos 450 gramas de açúcar residual por litro. O teor alcoólico é de no mínimo 1,2% e no máximo 8%. Nem seria considerado vinho sob regras normais, mas sem dúvida uma derrogação;
Segundo as novas regras, o segundo vinho mais doce é o Aszú, com pelo menos 120 gramas de açúcar residual e pelo menos 9% álcool.
Os Tokaj Szamorodni, Fórditás e Máslas permanecem nas versões seca e doce. O seco possui mais de 9 gramas de açúcar residual e o doce, pelo menos 45 gramas. Em Tokaj também se faz vinhos de colheita tardia e brancos secos.
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