quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Panetone e Vinho como harmonizar


Ganhou muito panetone no Natal? 
Então, que tal combiná-lo com vinho?
Sim! Panetone e vinho combinam.
Bom, o panetone não é de uma doçura tão expressiva, mas mesmo assim, precisamos de um vinho com uma certa doçura para aproveitar ambos.
Fique longe de vinhos tintos, com alto teor alcóolico e ótimo corpo, eles dificilmente podem ser combinados com panetone.
Seguindo o mesmo raciocínio, eu particularmente, não gosto de combinar panetone e vinhos fortificados como  Porto, Marsala etc.
Ai você me pergunta: E brancos de colheita tardia e alguns passificados? 
Estes vinhos onde o teor alcoólico é ainda moderado, a combinação pode ser estabelecida entre a fruta seca usada no panetone e os aromas do vinho, que lembra precisamente amêndoas, avelãs, mas também frutas cristalizadas e frutas doces. Porém, a combinação é possível somente do ponto de vista olfativo, pois  na boca a baixa acidez desses vinhos, vai amplificar em vez de equilibrar as notas amanteigadas do panetone.
Então, qual vinho podemos degustar com o panetone?
Todos aqueles de uvas Moscatel (em suas diversas formas).
Os Moscatéis espumantes, na minha opinião, são o melhor emparelhamento. A razão é simples: as bolhas juntamente com a acidez certa de um Moscatel espumante, contrastam com a "gordura" do panetone (dada principalmente pelas notas amanteigadas) e mantém o paladar limpo que continua pronto para receber uma nova fatia.
Nem preciso dizer que quando se trata de Moscatel Espumante o Brasil sai na frente com ótimos exemplares, produzindo verdadeiras maravilhas, que vem ganhando a cada ano destaque pela qualidade e volume de comercialização. 
Uma taça de Moscatel Espumante e uma fatia de panetone é uma combinação prazerosa que você precisa experimentar!!
 
Você sabia...

Como toda receita clássica, o panetone é cercado de lendas.
Uma delas, remota a invenção do panetone na corte de Ludovico il Moro. Toni um jovem aprendiz de cozinha, que para remediar a bagunça feita pelo cozinheiro , que havia queimado o bolo do banquete de Natal, propôs servir aos nobres convidados um pão preparado por ele, uma mistura de farinha, ovos, açúcar, passas e frutas cristalizadas.
O experimento culinário de Toni alcança um sucesso sem paralelos e cria, quase por acaso, uma sobremesa que Ludovico il Moro chama de Pan de Toni em sua homenagem.
Na realidade, a receita do panetone remota a Idade Média: alguns manuscritos do século XV falam do costume, difundido sob a família Sforza ( importante família de Milão, que adquiriu considerável poder na capital lombarda), de celebrar o natal, permitindo que todos comam, pelo menos por um dia, um pão mais rico e doce. De fato, os padeiros da época eram proibidos de usar farinhas finas para amassar pão para o povo, mas no dia de Natal todos eram autorizados a deliciar-se com uma mistura de farinha, manteiga e ovos: uma fatia dessa sobremesa extraordinária era guardada para o ano seguinte, como sinal de desejo e esperança de abundância.
A tradição de que o panetone nasceu em Paiva, e não em Milão, também é evidenciada em alguns registros do Borromeo College: em uma folha de 1599 historiadores encontraram notas relacionadas ás despesas do almoço de natal, entre os quais esse particular aparece tipo "pão", lemos que para tornar o ancestral do panetone moderno 3 quilos de manteiga, eram necessária passas e duas onças de especiarias, obtendo 13 pães  grandes para dar às crianças em idade escolar no dia de Natal.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Rabanadas com calda de vinho


 

Má na cozinha preparando Fatias  Parida, Fatias Douradas ou simplesmente Rabanadas.
Segundo o escritor Raul Lody, "O nome Fatias Parida deve-se possivelmente ao fato de que a mulher após o parto deve se alimentar com comidas substanciais.
Assim, acredita-se que a mistura de ingredientes como pão, ovos, leite, açúcar e canela, sejam nutritivos e possibilitem um bom aleitamento materno. O nome Fatia Dourada por sua vez, remete à questão visual da comida, a cor dourada que a fatia de pão deve apresentar após a fritura. Já o nome Rabanada tem origem pelo fato de a comida nascer a partir da forma em que é cortada a fatia de pão, em rabanada, que em espanhol rabanar significa cortar. E, segundo a tradição, o pão deve ser cortado na diagonal (em forma de amêndoas) e isto também caracteriza a receita.
Alguns acréscimos nas Rabanadas ampliam o seu sabor, tais como generosas doses de Vinho do Porto, Tinto ou Moscatel, e, para finalizar a Rabanada, logo após a fritura deve ser pulverizada com uma mistura de açúcar e canela, uma invenção da cozinha Magrebe, cozinha afro-islâmica."
Para harmonizar escolhi um Porto Tawny, o envelhecimento em madeira proporcionou um toque bem adocicado as rabanadas.





Eu como sempre, contribuo com a receita.
Ingredientes:
1 pão de véspera (cacete ou filão)
3 xícaras de leite
4 ovos
300 gramas de açúcar
Canela q.b
1 casca de limão
Óleo para fritar
preparo:
Leva-se o leite a ferver com duas colheres de sopa de açúcar e a casca de limão;
Batem-se os ovos muito bem, de modo que a clara fique imperceptível.
Corta-se o pão em fatias com cerca de 1,5 cm e passa-se primeiro pelo leite e depois pelos ovos.
 Fritam-se em óleo bem quente e escorrem-se sobre papel absorvente.
Servem-se polvilhadas com açúcar e canela ou com a calda de Vinho do Porto.

Obs. O Marcelo optou por canela e açúcar mas deixo aqui a receita da calda de Vinho do Porto:
Calda de Vinho do Porto
150 ml de água
250 gramas de açúcar
Casca de 1/2 limão
1 pau de canela
50 ml de Vinho do Porto
preparo:
Colocar a água numa panela. Adicionar o açúcar, a casca de limão e o pau de canela.
levar ao fogo e deixar ferver durante 3 a 4 minutos, sem mexer, Juntar o Vinho do Porto e deixar ferver mais 1 a 2 minutos. Deixar esfriar.
Caso opte em harmonizar suas rabanadas com Porto Tawny como fizemos e degusta-las com a calda, lembre-se de usar o mesmo Vinho na confecção da calda.

Você sabia...
Porto Tawny
O Vinho do Porto Tawny é mantido em barris de madeira por mais tempo, variam de 3 a 8 anos, e nos casos especiais, ultrapassam décadas.
Possuem aromas que lembram frutos secos e madeira.
Apresentam cores como tinto-alourado, alourado ou alourado claro.
Categorias por tempo de envelhecimento em madeira
Porto Tawny Reserva
Porto Tawny 10 anos
Porto Tawny 20 anos
Porto Tawnt 30 anos
Porto tawny 40 anos
Porto Tawny Colheita


quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Polvo cozido em vinho - Retsina



Que tal preparar um Oktapodi Krasato para as Festas de Fim de Ano?
Calma! o nome pode ser complicado mas o prato grego em questão nada mais é do que polvo cozido em vinho, um clássico das tabernas gregas.
Fácil de fazer e muito saboroso, sem contar que esteticamente ele arrasa e vai deixar seus comensais boquiabertos, literalmente.
Quando o assunto é vinho...
Uma boa harmonização é com o famoso vinho grego Retsina (o vinho mais conhecido e consumido por lá) um vinho branco, que é acrescido de uma pequena quantidade de resina retirada do pinheiro Alepo que é adicionada no início da fermentação e removida assim que libera seus sabores.


Você também pode harmonizar seu polvo com vinhos tintos, já que a maioria opta por eles nas Festas de Final de Ano, e pode ficar tranquilo quanto aos taninos! 
O polvo possui baixíssimo teor de iodo, sendo assim, não vai metalizar seu vinho tinto. 
Tente um Shiraz ou um Ancellotta você irá se surpreender.
Vamos a receita:
Ingredientes:
1 polvo grande limpo
1 xícara de azeite extravirgem
2 cebolas médias picadas
3 dentes de alho picados
375 ml de vinho tinto seco
2 folhas de louro
1 colher (chá) tomilho seco
5 bagas de pimenta da Jamaica
1 colher (sopa) extrato de tomate
1/2 colher (chá) sal
Pimenta preta moída na hora q.b
Preparo:
Despeje o azeite em uma panela grande e leve ao fogo médio.
Adicione as cebolas e refogue-as até amolecerem.
Adicione o alho e refogue por mais 1 minuto.
Reduza o fogo para médio-baixo e adicione o polvo inteiro, o vinho, o louro, o tomilho, sal e as pimentas.
Cubra e deixe aquecer por 10 minutos.
Abaixe o fogo para o mínimo e cozinhe por 40 minutos ou até que  o polvo fique macio, mas não totalmente cozido.
Nesta fase, misture o extrato de tomate e cozinhe por 20 minutos.
Saúde Sempre!
b
Beijo no coração de vocês.
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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Cordeiro ensopado



No decorrer do ano o BCA deu a volta ao mundo com pratos e harmonizações de diversos lugares. 
Para fechar com chave de ouro, nas semanas que antecedem as Festas de Fim de Ano traremos sugestões de pratos e vinhos para tornar sua comemoração ainda mais gostosa. 
E como cada região do mundo possui hábitos diferentes em relação ao que é servido no Natal e Ano Novo vamos deixar o convencional Peru de lado e explorar algumas receitas diferentes. 
Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Carré de cordeiro ensopado.
O sucesso deste prato reside certamente na carne tenra e de sabor intenso,  envolvida num molho aromático, enriquecido e encorpado. 
Quando o assunto é vinho...
Deve-se procurar um vinho que realce os sabores do prato sem no entanto cobri-lo.
No final da cozedura a carne estará úmida, deliciosa, opte por vinhos estruturados com bons taninos, que ajuda a limpar o paladar. 
Como estamos comemorando, escolha um Brunello di Montalcino, Taurasi ou mesmo um Barbaresco e seja feliz!
Que tal preparar essa iguaria para suas festas de fim de ano?
Eu, como sempre contribuo com a receita. 
Ingredientes:
1 kg de carré de cordeiro 
100 ml de azeite 
2 cebolas 
1 colher sopa de manjerona fresca
2 xícaras de molho de tomate encorpado caseiro.
Vinho tinto seco q.b
Sal e pimenta a gosto 
1 litro de caldo de carne caseiro 
Preparo:
Lave o cordeiro no vinho, escorrendo a carne sem secá-la.
Em uma panela de ferro ou barro, frite a cebola picada com azeite e a manjerona, adicione a carne (temperada com sal e pimenta) e doure dos dois lados.
Quando estiver dourada, adicione o molho de tomate e uma concha de caldo caseiro de carne, cozinhe cerca de 25-30 minutos adicionando caldo quando necessário. 
Vijiando sempre para não secar (lembre-se que é uma carne ensopada).
Sirva com purê de batatas.
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Saúde sempre!
Beijos no coração de vocês.