quarta-feira, 16 de outubro de 2024


 Se você acha que os vinhos de Sauternes são muito difíceis de combinar com comida, ou que só servem para sobremesa, queijo azul e foie gras. 
Não! Os vinhos Sauternes também permitem muitas combinações de comida e vinho muito bem sucedidas e às vezes surpreendentes, como o prato de hoje. 
Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Magret de pato ao molho de laranja e purê de vegetais. 
Para harmonizar com sucesso a comida e o vinho Sauternes, a ideia é respeitar o equilíbrio dos sabores e acima de tudo garantir que se contrabalance a doçura do vinho. 
Você pode brincar com a harmonia, com pratos de  sabores próximos ao do vinho ( frutos secos, mel,  frutas amarelas e cítricas) ou, pelo contrário, brincar com contrastes com sabores marcados (azedo e picante).
Mas lembre-se muito açúcar pode tornar seu prato enjoativo,  para que isso não aconteça seja sutil, não abuse dos ingredientes que você quer combinar.
No Magret ao molho de laranja, a idéia foi incorporar ao prato dois dos sabores dominantes no vinho (laranja e mel) porém o Marcelo não pesou a mão no molho que permaneceu leve e contrabalançado por uma boa acidez. 
Vamos ao vinho. 


Baron Philippe Rothschild Mouton Cadet Sauternes AOC. 2017
Sémillon 11% - Sauvignon Blanc 87% Muscadelle 2%.
Sua cor dourada apresenta reflexos âmbar, sinal de sua concentração de açúcar. No nariz percebemos notas de frutas cristalizadas (damasco, ameixa amarela) e cítricas, mel, flores e especiarias doces.  Na boca é amplo e aveludado, com uma bela acidez que equilibra a riqueza do vinho. 
O sabor caramelizado do Sauternes combinou lindamente com o peito de pato crocante.  A complexidade do vinho também combinou com a textura gordurosa da pato que foi preparando com excelência pelo Má baseado nas combinações que citei anteriormente. 
Os purês (cenoura, beterraba e batata) complementaram a doçura sem sobrecarregar o prato pois foram cozidos em caldo de carne.
Provando assim que Sauternes tem uma vida fora do foie gras e do queijo azul. 


Ingredientes: ( 2 pessoas)
2 peitos de pato
2 laranjas Bahia 
2 colheres (sopa) mel
2 colheres (sopa) vinagre balsâmico ou vinagre de Jerez 
Sal e pimenta a gosto 
Preparo do magret
Coloque o peito de pato numa superfície de trabalho. Usando uma faca pequena, faça cortes cruzados por toda a pele.
Leve uma frigideira antiaderente ao fogo  e deixe esquentar, coloque o peito com a pele voltada para baixo, tempere com sal e pimenta e deixe fritar por 3 minutos,  repita a operação do outro lado do peito.
Coloque o Magret em um prato e envolva-o com papel alumínio, deixe descansar por 3 minutos. 
Enquanto isso, faça o molho.
Esprema as laranjas e coloque o suco numa panela pequena, adicione o mel, o vinagre, sal e pimenta. Reduza até virar uma calda.
Retire o magret do alumínio, coloque-o numa tábua e corte-o em rodelas. 
Disponha num prato e cubra-o com molho. 
Sirva quente.
Se você optar por fazer os purês para guarnição. 
Cozinhe cada vegetal separadamente em caldo caseiro (cenoura, batata e beterraba)
Escorra, mas não despreze o caldo do cozimento. 
Em etapas diferentes passe cada legume no processador para obter um purê, se ficar muito grosso, coloque um pouquinho do caldo do cozimento para ajudar o processamento.
Proceda da mesma forma com os demais vegetais.
Em uma panela coloque o  (ex:. Purê cenoura)
1 colher (sopa) manteiga com meia cebola ralada, refogue e acrescente o purê de cenora. Mexa até obter a consistência desejada. 
Proceda do mesmo modo com os demais.
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Beijos no coração de vocês. 

Você sabia...
"Sauternes é um vinho doce produzido na região vinícola de Bordeaux, na França.  É elaborado com as uvas Sémillon, Sauvignon Blanc e Muscadelle, cultivadas nos vinhedos de Sauternes e Barsac. O vinho é conhecido por seu sabor adocicado e textura rica, resultado da podridão nobre denominada " botrytis cinerea".
A podridão nobre é um fenômeno natural que ocorre quando as uvas são expostas a condições úmidas e quentes. Isso faz com que o mofo entre nas uvas e as torne mais doces e com sabor mais concentrado. 
Esse fenômeno só acontece em determinadas regiões do mundo.
Existem várias classificações para os Vinhos Sauternes, mas a mais famosa é a Classificação de 1855.
Reúne os cinco primeiros vinhos, que são os mais prestigiados e os mais raros. 
Château d'Yquem 
Château Guiraud
Château  Coulet
Château de Rayne Vigneau 
Château Climens
Um bom Sauternes envelhece por mais de 100 anos. 


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