Um clássico francês, prato comum em festas de casamento na França, é o prato perfeito para começar um dia difícil, o primeiro dia do casamento, depois de ter dormido pouco, ou quase nada. Também é muito popular no dia seguinte à véspera de Ano Novo, quando a festa vai até o amanhecer.
A sopa de cebola existe desde os tempos romanos. Sempre foi considerada "a sopa dos pobres", devido à facilidade de cultivar cebolas e sua abundância. Sua paternidade é atribuída a Luís XV: Após voltar de uma caçada, ele percebe que só tinha na dispensa cebolas, manteiga e Champagne. A primeira sopa de cebola nasceria. Mas esta versão é contestada.
A primeira menção da sopa de cebola aparece em um livro de receitas de 1831, escrito por Nicolas Appert, no qual ele dedica a receita de sopa de cebola para o Duque de Lorraine, ex-rei da Polônia, Stanistas Leszczynski, hóspede frequente de seu albergue "hotel de la Pomme d'Or" localizado em Chalons sur Champagne.
Foi no século 19, na virada do século 20, que a sopa de cebola tornou-se um prato conhecido, e muitas vezes tipicamente noturno.
Em seu "Dictionnaire Gourmand", Marie Heléne Baylac explica que os Lyonnais dizem que a sopa de cebola é uma especialidade de sua cidade, mas o gratinado seria parisiense.
O autor ressalta que a diferença entre a sopa de cebola de Lyon e a sopa de cebola parisiense não é óbvia: em ambos os casos, as cebolas fatiadas são cozidas na manteiga, até ficarem com uma bela cor dourada, adiciona-se o caldo, coloca-se torradas e queijo e leva-se ao forno.
O sabor notável da sopa de cebola francesa vem da caramelização das cebolas, um prato delicioso e reconfortante de sabores múltiplos, o que complica a escolha do vinho.
Quem acompanha o BCA sabe que eu particularmente gosto de harmonizar minhas sopas com um Jerez Fino ou um Manzanilla.
Porém, hoje farei diferente, preferi um vinho branco aromático para suavizar a força da cebola enquanto é fresco o suficiente para equilibrar o lado gorduroso do pão com Gruyére.
Vou harmonizar com um Gewürztraminer brasileiro da Casa Valduga.
Casa Valduga Terroir Identidade Gewürztraminer 2020
Cor amarelo palha, reflexos dourados, muito intenso no nariz com frutas brancas maduras e floral, fresco, enche a boca, final de boca refrescante e com boa intensidade.
Que tal preparar nesse friozinho essa maravilhosa iguaria?
Eu como sempre, contribuo com a receita:
Sopa de cebola gratinada
Ingredientes:
500 gramas de cebola
1 xícara de vinho branco
2 colheres de sopa de manteiga
1 ramo pequeno de tomilho
1 folha de louro
1 litro de caldo de carne ou frango caseiro
pão francês amanhecido
200 gramas de queijo Gruyère
sal a gosto
preparo:
Corte as cebolas em fatias finas. E uma panela grande, derreta a manteiga até obter uma coloração dourada, quase marrom, tomando cuidado para não passar do ponto e queimar. O ponto certo é quando a manteiga estiver com um delicioso cheiro amendoado.
Adicione então as cebolas e evite mexer logo de cara. A intenção é que as cebolas fiquem bem caramelizadas, com uma cor marrom escura, porém sem queimar. Quando elas começarem a mudar de cor, ai você pode mexer de vez em quando para que elas não queimem. Todo esse processo deve ser feito em fogo bem baixo e leva cerca de 30 minutos.
Quando as cebolas estiverem bem escuras e caramelizadas, coloque o vinho branco, as ervas e o caldo de carne ou frango.
leve a sopa à fervura e em seguida, abaixe o fogo. Deixe cozinhar lentamente por 15 minutos. Acerte o sal
Quando a sopa estiver pronta, coloque em um bowl ou panelinha individual que possa ir ao forno.
Corte o pão em rodelas grossas, passe uma fina camada de manteiga e toste em uma frigideira de ambos os
lados e coloque em cima da sopa. Por cima de tudo, cubra com queijo Gruyère ralado grosseiramente.
Leve ao forno a 230 graus por cerca de 15 minutos, ou até o queijo derreter e obter uma coloração dourada.
Retire do forno e sirva imediatamente.
Você sabia...
Referências indicam a Gewürztraminer como uma mutação somática da "Traminer Blanc", uma cultura provavelmente originária do Tirol italiano. Foi levada para a Alemanha no século XVI, onde teria sido denominada Traminer Rother (Traminer Rosa). Na Alemanha, na região do Paladinado, duas formas rosadas foram distinguidas pela seleção: A Savagnin Rose, não aromática, e a Gewürztraminer, aromática.
Foi introduzida no Rio Grande do Sul pela Estação Experimental de Bento Gonçalves, em 1948, procedente da França. Entretanto, só foi difundida comercialmente no Estado a partir do final da década de 1970, sendo cultivada na Serra Gaúcha e em Santana do Livramento. É uma cultivar de difícil cultivo por causa da alta susceptibilidade ao declínio e morte de plantas e a podridão cinzenta de uva, causada por Botritys Cinerea.
Além disso, é uma cultivar de baixa produtividade.
O conjunto destes fatores, após período inicial de euforia, determinou a redução da área plantada com esta cultivar no Rio Grande do Sul. O vinho de Gewürztraminer é reconhecido internacionalmente pela fineza e intensidade de aroma e sabor.
É um dos vinhos principais varietais produzidos na região da Alsácia, na França.
Fonte Embrapa Uva e Vinho - Porta-Enxertos e Cultivares
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