quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Degustação de vinhos - Parte 2



No post anterior vimos como preparar uma degustação, hoje falaremos o que devemos observar na hora de degustar o vinho.
Visão: Ao olhar o vinho na taça, você terá indícios sobre a idade do vinho e sua origem , como também lhe ajudará a decidir se o vinho está em condições de ser degustado.
Para isso, pegue uma taça e encha-a até um terço da capacidade, assim se concede ao vinho espaço para mover-se e respirar.
Segure a taça pela haste para que o vinho não esquente com a calor de sua mão.
Incline a taça uns 45 graus sobre um fundo branco (toalha ou papel) e observe o centro do líquido e sua borda.
Você deve olhar a transparência do vinho. Os vinhos devem ser transparentes e límpidos, um vinho turvo indica que não está em boas condições.
Se o vinho em questão não for um vinho de agulha, olhe se ele não apresenta borbulhas. A presença de borbulhas, por si mesma, pode indicar que não está em bom estado. No entanto, alguns vinhos elaborados para ser bebidos ainda jovens podem ter umas poucas borbulhas.
Verifique também a textura. Se o vinho deixa uma película nas paredes da taça, essa viscosidade indica alta graduação alcoólica e uma concentração de fruta madura chamada extrato. Nos vinhos brancos pode indicar dulçor.
E por fim a cor que pode dar uma ideia de qual será o sabor. Também indica a variedade de uva com que ele foi elaborado, a região e a idade do vinho.
Com algumas variedades de uva são elaborados vinhos de cores claras ou escuras, por exemplo, da Pinot Noir é obtido um vinho tinto de cor clara, com a Cabernet Sauvignon um vinho de cor mais escura.
Região, clima e tempo -  quanto mais frio é o clima, mais clara será a cor do vinho, pois em climas mais quentes, a uva amadurece mais, a casca fica mais grossa e a cor do vinho fica mais intensa.
Idade -  tantos os tintos quanto os brancos podem ficar marrons com o passar  do tempo.
Olfato: O aroma do vinho nos proporciona muitas informações.
Para senti-lo gire o vinho na taça, incline levemente em sua direção e cheire breve e intensamente, aproximando o nariz da borda da taça e cheire de novo várias vezes.
Você deve averiguar a limpidez do aroma, o principal motivo para cheirar um vinho consiste em determinar se ele está ou não em boas condições (cheiros de couve podre, meias sujas, remédio, vinagre ou papelão podem indicar que o vinho não está bom).
Quando o vinho está em boas condições ele apresenta aromas dependendo da variedade e de sua elaboração; eles podem ser frutados, florais, vegetais ou especiados. Os vinhos mais envelhecidos tendem a liberar um odor mais complexos e especiado, menos frutado, que os dos vinhos mais jovens.
Quanto a intensidade do aroma, algumas uvas são mais aromáticas e perfumadas que outras.
Paladar: É a peça final do quebra-cabeça e permite saber sobre a qualidade de um vinho, seu amadurecimento e, o mais importante, se nos agrada ou não.
Passe pela boca um gole de vinho para que todas as papilas da língua entrem em contato com o líquido. Deixe-o na boca por alguns segundos. Os degustadores profissionais inspiram ao mesmo tempo, para aumentar o contato com o ar e dar ao vinho a oportunidade de abrir-se no palato.
Verifique os diversos elementos que compõem o sabor ; doçura, acidez, adstringência e álcool, compõem sua estrutura. O corpo e a textura de um vinho, ou a sensação na boca, nos dão uma dimensão adicional. Seu equilíbrio geral e a persistência do sabor contribuem para que possamos emitir uma opinião sobre sua qualidade.
Doçura -  o vinho é seco, semi-doce ou doce.
O dulçor é mais associado aos vinhos brancos que aos tinto, pois os tintos é deixado fermentando até que todo o açúcar desapareça. Qualquer doçura que possa haver nos tintos secos virá dos sabores de frutas doces e do álcool.
Álcool -  graduação alcoólica baixa, média ou alta.
O vinho pode ter de 8% de álcool, no caso dos vinhos brancos alemães, até 14,5% (ou mais), no caso dos vinhos brancos e tintos elaborados em lugares quentes, como o sul da Espanha, Austrália e Califórnia.
Os fortificados, têm uma graduação superior aos outros.
Sabor -  o sabor de um vinho provém principalmente das uvas utilizadas em sua elaboração e são similares aos que afloram quando os cheiramos.
Equilíbrio -  um vinho bem equilibrado é um vinho cujos os componentes  estão em harmonia, sem que nenhum se destaque sobre os outros. Todo vinho, no momento em que estiver pronto para ser servido, deve atingir certo equilíbrio. Alguns bons vinhos precisam de um tempo antes de amadurecer e alcançar esse estágio.
Retrogosto (tempo que o gosto do vinho permanece na boca após ser engolido), em geral, quanto mais persistente for o retrogosto, melhor será a qualidade de um vinho.
Bom, agora que nossos sentidos contaram parte da historia é hora de decidir se gostamos, ou não, do vinho. A qualificação adequada de um vinho é provavelmente uma das conclusões mais importantes. A qualidade de um vinho é definida por seu equilíbrio ou por suas possibilidades de alcançar um bom equilíbrio quando estiver pronto, sua complexidade e seu retrogosto.
Tente avaliar se o vinho degustado cumpriu as expectativas quanto a preço, classificação, produtor ou safra.
Outra das razões para realizar uma degustação é averiguar se o vinho está redondo, pronto para ser consumido, e, caso não esteja, quanto vai demorar estar.
Há muitos fatores envolvidos nisso; a safra, a variedade de uva, a região, o viticultor e as condições em que foi guardado após ser engarrafado. Degustá-lo em intervalos regulares é um bom modo de comprovar sua evolução.
Pronto você já pode preencher sua ficha de degustação e colocar em palavras sua experiência sensorial.
Existem vários modelos na internet que você pode imprimir.
Lembre que é preciso utilizar termos que tenham significado para você, que ajudem a fixar em sua mente as sensações que tenha experimentado ao degustar o vinho em questão.



Nenhum comentário:

Postar um comentário