quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Vinho Laranja



Já não é mais novidade, mas ainda desperta a curiosidade de muita gente no que diz respeito a sua elaboração.
Este estilo de vinificação é um dos mais antigos, produzido a milhares de anos, em lugares como Georgia e Armênia.
Saiu de um relativo esquecimento e retornou na década de 1990, na Itália, pelas mãos do enólogo Josko Gravner, que produz seus vinhos ambar (como gosta de chamá-los) exatamente como os romanos faziam, em ãnforas de barro.
O Vinho Laranja nada mais é do que vinhos de castas brancas vinificados como se fossem tintos, ou seja, as cascas das uvas brancas e suas sementes são mantidas durante o processo de maceração e fermentação.
O longo contato com as cascas confere ao vinho além da cor, corpo e complexidade.
O processo de vinificação é diverso, usa-se desde técnicas ancestrais georgianas (fermentação em ânforas de barro) como outros recipientes de fermentação como tanques de cimento ou barris grandes de carvalho.
Um ponto importante é que, como são brancos com técnicas de tintos,  amplia a possibilidade da harmonização com a comida. Uma área que o Beber, Comer e Amar gosta muito de explorar.
Hoje em dia a Itália lidera a produção mundial de Vinho Laranja.
Aqui no Brasil a produção ainda é pequena, abaixo alguns exemplares brasileiros que valem a pena degustar:

Peverella Era dos Ventos
Riesling Domínio Vicari
Âmbar Atelier Tormentas
Oro Vechio Leone di Venezia







terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Queijos - Queijo e vinhos pelo mundo - Queijo Gamonéu



Gamonéu é um queijo asturiano feito nos municípios de Onis e Cangas de Onís com uma mistura de leite cru de vacas, ovelhas e cabras, ligeiramente defumado com casca natural  e amadurecido em cavernas.
De forma cilíndrica, casca mofada, fina adquirida durante a fase de defumação, cor acinzentada, com tons avermelhados.
Massa dura ou semi-dura, firme e friável de cor branca com ligeiros contornos verde-azulados nas bordas de modo que alguns o classifica entre os queijos azuis.
Sabor suave de fumaça e ligeiramente picante, amanteigado.
Existe duas variedades de queijo Gamonéu. O Porto e o Valle.
O Gamonéu del Puerto é feito nas montanhas nas cabanas ou galpões onde os pastores vivem durante os meses de verão e amadurecem em cavernas naturais.
O Gamonéu del Valle é feito em pequenos laticínios localizados nas áreas baixas de Onis e Cangas de Onis, durante todo o ano e geralmente não amadurecem em cavernas.
Os pastos em que o animal  se alimenta também influenciam os diferentes queijos. As pastagens do Porto têm uma produção mais escassa e sazonal, de maior qualidade de forragem do que as pastagens do Valle.
Quando o assunto é vinho...
Na Astúrias se produz muita Sidra, a harmonização recomendada para o Gamonéu.
Apenas nos municípios de Cangas del Nacea, Ibias, Allande, Grandas, Illano, Pesoz, Deganã e Tineo se produz vinho, pois são os únicos municípios que satisfazem as condições climáticas adequadas para o crescimento da vinha, tendo o seu próprio microclima.
Neste caso, um tinto DO Cangas seria o mais indicado para harmonização.
DOP Cangas possui uma área de produção acidentada, montanhosa e as vinhas se localizam em encostas íngremes de difícil cultivo (cultivo heroico)
A vinha de alta montanha é caracterizada por:
Altitude acima de 500 metros acima do mar.
Cultivo em encostas íngremes, terras com mais de 30% de declínio, o que dificulta a mecanização dos processos de cultivo e colheita).
Vinhas em pequenas ilhas.
Vinhedos em terraços de cultivo.
Os tintos DO Cangas são elaborados com as variedades :
Carrasquín, Negrojo Verde, Albarín Preto e Mencia.
Mas você pode optar também por vinhos como Porto Tawny com idade que vai casar muito bem com as nuances defumadas do queijo.

Leia também: Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Queijo Garrotxa











Você sabe o que é Vin Santo e como é produzido?



Em dezembro de 2014, o Papa Francisco recebeu o diploma honorário de sommelier da Associação Italiana de Sommeliers e foi presenteado com três garrafas do vinho de sobremesa Vin Santo. Você sabe o que é Vin Santo e como ele é produzido?
O Vin Santo é um tipo de vinho doce tradicional da Toscana e da Úmbria, é elaborado com uvas parcialmente passificadas, normalmente Trebbiano Toscano e Malvásia Branca, mas também pode ser produzido com Sangiovese, neste caso, é chamado de Vin Santo Occhio di Pernice (olho de perdiz).
Na elaboração do Vin Santo as uvas bem maduras porém firmes no cacho, são penduradas em caibros, dentro de salas de secagem; alguns produtores penduram cada cacho separadamente outros, preferem colocá-los deitados sobre esteiras.
Quanto mais longo for o processo de transformação da uva em passa, maior será a concentração de açúcar.
Após a prensagem o mosto resultante é levado para a Vinsantaia, uma espécie de sótão, onde ficam os caratelli (pequenas barricas) que são cheias até 3/4 de sua capacidade, o restante da barrica é completado pela madre (uma massa residual cheia de leveduras do barril onde foi feito o vinho do ano anterior). Assim, eles facilitam o início da fermentação e mantém o mesmo padrão em todas a safras.



O caratelli então é lacrado e a bebida amadurece sem ser tocada por três a oito anos. Esse longo período de envelhecimento confere ao vinho um sabor delicado, aromas que lembram geleia de damasco, nozes  amêndoas, toques de mel e caramelo, teor alcoólico de 16º, uma cor que vai do dourado ao âmbar escuro.
Pode apresentar-se nas versões seco, abboccato, amabile e dolce, com níveis crescentes de açúcar residual, respectivamente.

Você sabia...
Esse vinho sempre foi um símbolo de amizade pra os italianos, os vinhateiros toscanos garantem que, ao compartilhar um copo de Vin Santo, descobre-se mais que um maravilhoso vinho, ele abre as portas da amizade.
Existem várias teorias a respeito da origem do nome, a versão mais provável, é a associação deste vinho com o seu uso comum durante a missa.
Quanto a harmonização, nada como um Cantucci biscoito de amêndoas, muito consumido na Toscana, seco e duro.
A brincadeira é molhar o biscoito no vinho, uma delícia! Mas também pode-se degustar o Vin Santo acompanhado de um bom gorgonzola, ou até mesmo sozinho, é magnífico.
Deve ser servido gelado 12º.
Quer a receita do Cantucci Toscano para impressionar seus convidados?
Digite Sim nos comentários que postarei.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Use mais o seu Decanter


Ao invés de abrir uma garrafa de vinho um pouco antes de servi-lo com o intuito de deixa-lo respirar, verta-o num decanter, pois se você só desarrolhar o vinho, só estará expondo a superfície do liquido do gargalo, e por isso, a aeração será minima e não terá efeito.
Vertendo-o para um decanter a aeração será total.
Experimente decantar um vinho branco como o Sauternes (sobremesa) você vai sentir como a aeração vai ajudar a liberar seus aromas e sabores.
A rolha quebrou? Se você tentou retirar o pedaço restante com saca-rolhas e não obteve resuntado, empurre a parte restante para dentro da garrafa e "coe" o vinho para um decanter.
Para quem sofre com dores de cabeça, no dia seguinte de uma noite regada a vinhos brancos (carregados de sulfitos) uma dica é abrir o vinho branco em questão, verte-lo para um decanter e colocá-lo na geladeira por 20 minutos.
Mas se mesmo assim aquele seu amigo desavisado elogiar o seu decanter vazio, dizendo que ele é um lindo vaso, você pode colocar uma flor! (brincadeira)


sábado, 23 de fevereiro de 2019

Aussières Rosé harmonizado com galeto com manteiga de ervas



Beber, Comer e Amar...
Má na cozinha preparando Galeto com manteiga de ervas acompanhado de farofa Biju.
O galeto também conhecido como frango de leite, é a ave com 2 a 3 meses de idade e aproximadamente 400 a 800 gramas.
O prato de hoje é leve, saboroso e muito fácil de preparar.
A complexidade de sabores ricos em ervas mais a untuosidade da manteiga me fizeram optar por um Rosé para harmonizar, pois o Rosé tem as características frutadas de um vinho tinto associadas a acidez de um vinho branco.


Aussières Rosé  - Languedoc Roussillon - França, exemplar produzido pela vinícola Domaine d'Aussières , o Chateau d'Aussières foi adquirido pela Domaines Barons de Rothschild em 1999 e, desde então, esta propriedade de 550 hectares passou por um vasto programa de reabilitação, revigorando as vinhas e renovando as adegas.
Esse Rosé é um blend de Cinsault, Grenache Noir, Syrah e Cabernet Franc com uma linda cor salmão, tem aromas frutados delicados, é fresco com um toque de ervas secas, acho que devido a Cabernet Franc, e um leve mentol que casou perfeitamente com o prato, um vinho muito bem feito e elegante.
Que tal preparar o prato? Eu como sempre, contribuo com a receita:
Ingredientes para o galeto:
1 galeto
Ervas frescas ( alecrim, hortelã, manjericão, orégano e salsinha)
100 gramas de manteiga
1 fio de azeite
Sal e pimenta a gosto
3 rodelas de limão
1 cebola cortada em quatro
1 ramo de alecrim
Preparo:
Lavar e limpar bem o galeto. Feito isso, levantar com jeitinho sem rasgar toda a pele do galeto.
Em uma tigela misture a manteiga e as ervas picadas até formar uma pasta, tempere com um fio de azeite, sal e pimenta a gosto.
Use essa pasta para cobrir o galeto por debaixo da pele que você levantou, cuidando de deixar todas as partes do galeto bem cobertas com essa mistura, dando umas pinceladas da pasta por cima da pele também.
Coloque dentro do galeto 3 fatias de limão, 1 cebola inteira cortada em 4 e um ramo de alecrim.
Prenda a pele com palitos e as coxas e asas com um barbante.
Leve ao forno médio, aumentando só no final para dourar. Para garantir que o galeto fique suculento é importante que durante o cozimento você vá regado a ave com o caldo que se forma na assadeira.

Ingredientes para a farofa:
1 xícara de farinha de mandioca flocada Biju
1/2 cebola picada
2 colheres (sopa) manteiga
1 colher (café) de raspas de limão
Sal e pimenta a gosto.
Preparo:
Derreta a manteiga, junte a cebola e frite até ficar transparente, adicione a farinha lentamente e mexa até dourar, desligue o fogo adicione as raspas de limão e tempere com sal e pimenta a gosto.















sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Espumante e batatas fritas


Segundo Marcelo Duarte do Guia dos Curiosos, as batatas fritas foram feitas pela primeira vez na Bélgica, em 1876.
Os camponeses costumavam tostar peixes em banha animal mas, com a falta do produto por causa de um inverno rigoroso, resolvem apelar para a batata. O prato se popularizou graças ao agrônomo, nutricionista e higienista francês Antoine Augustin Parmentier que serviu uma porção em um jantar em homenagem ao presidente norte americano Benjamin Franklin. O político não gostou da novidade.
E você, será que vai gostar da harmonização que vou sugerir hoje?
Espumante e fritas, uma combinação que pode surpreender.
Vinho com muita acidez e bolhas, combinam perfeitamente com fritas, cortando a oleosidade enquanto simultaneamente  limpa seu paladar e o refresca.
Optei por um Espumante brasileiro Aurora Pinot Noir Procedencias.
Elaborado pelo Método Charmat,  o frescor e a leveza absorveram a untuosidade e o sabor salgado das batatas fritas, deixando um sabor forte e doce na boca.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Queijos - Queijos e Vinhos pelo mundo - Queijo Garrotxa



Seu nome vem da região de La Garrotxa, Catalunha.
Também é conhecido pelo nome catalão de "fromatge pell florida" (queijo de casca mofado). É elaborado em toda a Catalunha, em fazendas de cabras leiteiras, onde geralmente é trabalhado de forma artesanal.
Amadurece em ambientes muito úmidos e frescos, o que acaba causando o aparecimento de mofo cinza-azulado que cobrem sua casca áspera e lhe confere um sabor final específico.
Seu interior é compacto, textura é suave e cor branca intensa.
Seu sabor é amanteigado, ligeiramente ácido, derretendo no palato com leve sabor de avelãs.
Quando o assunto é harmonização opte por vinhos brancos jovens e frescos, uma boa opção são os vinhos da região (Catalunha), ou mesmo um Jerez Fino ou Manzanila (Andaluzia)

Você sabia...
Na Catalunha, onze denominações de origem distinguem-se em relação ao vinho.
Alella
Catalunha
Conca de Barberá
Costers del Segre
Empordá
Montsant
Penedés
Pla de Bages
Priorat
Terragona
Terra Ale
A D.O  foi aprovada pelo governo espanhol em 2011, e inclui todos os vinhos e vinícolas de mais de 300 municípios catalães.
No total são 35 variedades autorizadas para a produção de vinho.
As brancas são: Alvarinho, Chardonnay, Chenin, Grenache, Gewürztraminer, Macabeo, Malvásia, Malvásia de Sitges, Muscat de Alexandria e Frontignan, Parellada, pedro Ximenez, Picapoll branco, Riesling, Sauvignon Blanc, Xarel-lo, Viognier e Vinyater.

Leia também: Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo Fumaison

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Você sabe como são feitos os barris de carvalho?



Tudo começa pela árvore de onde provém a madeira.
E como tudo na natureza as árvores são afetadas pelo clima, onde o clima é frio e seco, seu crescimento vai ser lento, formando um estreito anel de crescimento para cada ano, onde o clima é mais quente e úmido a árvore cresce mais depressa e o anel de crescimento é mais largo.
As larguras de todos os anéis de crescimento formam o veio da madeira.
Assim, uma árvore com a maioria dos anéis largos tem veios frouxos, já a árvore com a maioria dos anéis estreitos possui veios apertados.
Em geral, os produtores de vinho preferem a madeira com um anel estreito pois ela é mais densa do que a de anel largo, sendo assim o sabor do vinho é extraído mais gradualmente.
Nos vinhos amadurecidos em barris feitos de carvalhos de anéis e veios estreitos, o caráter do carvalho costuma se integrar melhor ao vinho e o sabor fica mais global e suave. Por isso os barris produzidos de árvores que crescem nos bosques franceses de Tronçais, Vosges e Nevers são tão procurados, esses três bosques são frios e secos e portanto conhecidos pelo  seu carvalho de anéis estreitos e veios apertados.
Embora o carvalho americano não seja designado pelo bosque de onde provém, o melhor também provém de lugares frios como Minnesota e Iowa.


Além da espécie de carvalho utilizada, a maneira como o barril é feito afeta o sabor do vinho.
Segundo o livro " A Biblia do Vinho", em geral um carvalho é derrubado quando tem cem anos ou mais. Durante séculos, a tradicional prática europeia - ainda usada nos dias de hoje pelos melhores tanoeiros - tem sido a de cortar o carvalho à mão, em aduelas, obedecendo às linhas dos veios naturais, depois secar ao ar livre, expostas ao sol e à chuva por dois ou três anos. Durante este período em que a madeira está desprotegida, o tanino mais áspero é eliminado aos poucos - basicamente em benefício do vinho.A próxima etapa é encaixar as aduelas o mais ajustadas possível. Uma junção imperfeita pode resultar num barril que vaze, ou que permita a penetração de um grau considerável de oxigênio por entre as aduelas, oxidando e estragando o vinho.Para formar um barril usando o tradicional método europeu, o tanoeiro aquece as aduelas em fogo vivo para torná-las suficientemente maleáveis para adquirirem forma. Isso ainda é feito inteiramente à mão, apenas com a ajuda de guinchos, correntes e anéis de ferro que deverão ser forjados no local e atuar como cintos que sustentam as aduelas . É um trabalho extremamente cansativo. Um importante tanoeiro que trabalha rápido consegue fazer apenas um barril por dia.



 O fogo que ajuda a vergar as aduelas também as "tosta", caramelizando o açúcar natural da madeira em sabores tostados, picantes e de baunilha, que basicamente passarão para o vinho. Os produtores de vinho podem pedir que os barris sejam leves, moderada ou fortemente tostados, dependendo do grau de sabor de tostado que querem conferir ao vinho.
Além desse método europeu tradicional, existe um segundo - que embora muito criticado atualmente, no passado foi empregado em larga escala na produção americana de barris de carvalho. Segundo este método, as aduelas secam depressa num forno, e não ao ar livre durante anos. Embora eficiente, a secagem ao forno não elimina o tanino nem o efeito de amadurecimento, como a secagem ao ar livre. Como resultado, barris secos ao forno tendem a conferir sabores ásperos.
Em geral, as aduelas dos barris americanos têm sido recurvadas a vapor, e não ao fogo. barris com aduelas recurvadas a vapor conferem ao vinho um caráter  bem menos complexo e menos tostado do que barris feitos com aduelas recurvadas a fogo. Contudo, o mundo da produção de barris de carvalho americano está mudando. Desde de meados do século  XX, os melhores barris de carvalho americano têm sido feitos no tradicional método europeu.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Você sabe as diferenças das rolhas que vedam seu vinho?


A cortiça é impermeável ao ar, quase impermeável à água, difícil de queimar, resistente às mudanças de temperatura e às vibrações, não apodrece e têm a capacidade de se moldar ao contorno do recipiente no qual é inserida (como um gargalo de uma garrafa de vinho).
O sobreiro (árvore da cortiça) é descascado pela primeira vez aos 25 anos de idade, e daí em diante a cada nove anos.
Um sobreiro pode ser descascado quinze vezes durante a vida.
Uma vez extraída, a casca é deixada ao relento para curar e secar por um ano. Depois de seca, a casca é então cozida ou vaporizada para aumentar a elasticidade, e depois de aplainada é recolocada para secar. Finalmente é cortada em pranchas e separadas segundo a qualidade.
As rolhas para vinho são feitas à máquina, a partir das placas de cortiça, classificadas e lavadas em uma solução branda de água oxigenada para remover a poeira e higienizar.
O aumento dos vinhos bouchonnés ( corrompidos pelo TCA, o composto químico responsável pelo aroma mofado, de jornal molhado que o vinho pode adquirir das rolhas) produziu várias alternativas à rolha de cortiça. São elas:


Aglomerados: rolhas aglomeradas são feitas de pedaços minúsculos de rolha (de qualidade variada) unidos com cola e reunidos em forma de rolha. São menores que as rolhas comuns. Aglomerados também variam muito de qualidade e infelizmente, o fato de ainda serem produzidos a partir de rolhas, em geral de material de baixa qualidade, o bouchonné ainda pode ser um problema.


Rolhas sintéticas: geralmente são feitas de plástico, vêm se tornando muito populares, especialmente entre os produtores do Novo Mundo.
Permitem que os amantes do vinho, continuem com seu ritual de tirar a rolha da garrafa, mas não só são difíceis de tirar como mais difíceis ainda de recolocar em uma garrafa aberta. Outro grande problema é que as rolhas sintéticas não têm a elasticidade natural de uma rolha de cortiça, então se o interior da sua garrafa conter qualquer imperfeição, você corre o risco de oxidação acidental.
Elas também têm ligação com o "aroma de plástico" e não são apropriadas para vinhos que precisam ser envelhecidos em garrafa.


Tampa de vidro (Vino-Seal ou Vino-Lock): Vino- Seal é uma tampa de vidro com um anel de silicone, desenvolvida em 2003. Ela é tão eficaz quanto as tampas de rosca em prevenir o estrago por TCA e a oxidação acidental.
O único lado negativo da tampa de vidro, no momento, é o custo da produção, que é aproximadamente o dobro de uma tampa de rosca.


DIAM: é uma tampa de alta tecnologia feita a partir da cortiça, de grânulos de rolha tratados sob o processo DIAMANT, uma forma de saturação de CO2 que também vem sendo usada para descafeinar café.
Muitos dos maiores produtores de vinho no mundo tem experimentado este processo e os primeiros resultados das pesquisas são muito positivos.


Tampa de rosca: são tampas de lata ou alumínio revestidas com uma membrana de silicone que forma um selo hermético entre a tampa e a garrafa. Além de serem bastante eficazes no combate ao TCA e a oxidação, elas ajudam na preservação do frescor aromático do vinho. Os vinicultores, especialmente da Austrália e da Nova Zelândia, estão optando cada vez mais pelas tampas de rosca. No começo elas eram usadas para vinhos aromáticos, como o Riesling, e para tintos simples e frutados (vinhos para o dia a dia), porque não se considerava necessária a adição de oxigênio para envelhecimento, mas agora vem sendo amplamente usada.
A preocupação é que o vinho de longo tempo envelheça de maneira diferente e, muito possivelmente, de modo menos gracioso com rolhas artificiais do que com as naturais e que o selo fechado à vácuo da tampa de rosca ou de vidro possa criar sabores indesejáveis.
Porém, todas essas ressalvas estão sendo estudadas e avaliadas. Só o tempo dirá.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Queijos - Queijos e vinhos pelo mundo - Fumaison



Fumaison
Queijo originário da França da região de Auvergne e, mais particularmente do departamento de Puy-de-Dôme.
Queijo de pasta semidura, prensado e não cozido.
Elaborado com leite cru de ovelha derivado exclusivamente da raça Lacaune.
O Fumaison é facilmente identificado pela sua forma alongada resultado do seu processo de cura e defumação (pendurado no teto da adega por 100 dias)
A defumação lhe confere um sabor diferenciado, sutil e levemente esfumaçado.
Sua casca natural é riscada com as marcas da rede que o envolve durante seu amadurecimento, sua pasta é amarela pontilhada de pequenos olhos.
Quando o assunto é vinho, opte por brancos secos: Sauvignon Blanc, Chardonnay como os franceses Sancerre e Pouilly-Fuissè

Você sabia...
Pouilly-Fuissé
"Parte do enorme distrito de Maconnais, a appellation de Pouilly-Fuissé produz seis milhões de garrafas de brancos por ano. feitos inteiramente de uvas Chardonnay e variando sua qualidade de básico ao sublime, eles estão, sem dúvida, entre os mais famosos Borgonhas brancos do mundo.
Cercada por vinhas Chardonnay, na base da antiga rocha de Solutré, a aldeia de Pouilly, junto com a cidade de Fuissé, a leste, dá nome à grande appellation de Pouilly-Fuissé - quatro comunas cujos vinhos são de dois tipos. O Pouilly-Fuissé refrescante, leve, mas francamente insosso vendidos em supermercados em todo o mundo e o Pouilly-Fuissé gloriosamente complexo e longevo  feito por produtores talentosos.
Os solos diferentes obviamente têm papel nessa qualidade variável, como os vinhos repletos de sabores dos vinhedos em torno das aldeias de Vergisson, a noroeste, e Fuissé, a sudeste, contrastando com os mais complexos, de uvas cultivadas na área em volta de Pouilly, no centro da appellation. bem mais significativa que a variação do solo, porém são o cuidado e a habilidade dos viticultores e produtores das grandes cooperativas, responsáveis pela maior parte da produção local."
Fonte: Vinhos francese (Robert Joseph)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Vinho Kosher




Para os judeus, o vinho é uma forma de bênção e é consumido em diversas ocasiões. Principalmente nas comemorações judaicas. Na Páscoa (Pessach), devem ser tomados quatro cálices; nos casamentos dois; e nas circuncisões, um.
O início do Sabbath (depois do pôr-do-sol da sexta-feira) é marcado por uma taça de vinho, assim como na cerimonia de Kidush (bênção recitada sobre o vinho para santificar o Sabbath ou outra festa judaica) e na Havdalah, que assinala o fim do Sabbath.
Nos antigos funerais, um "cálice de consolação" composto por dez taças de vinho, era servido aos parentes mais próximos do falecido.
O vinho consumido pelos judeus, especialmente pelos mais ortodoxos, tem que ser Kosher (Kosher quer dizer apropriado em hebraico) Para um vinho ser Kosher, é necessário que alguns critérios de produção sejam obedecidos. Não é permitido que sejam usados frutos nos três primeiros anos de plantio da videira.
Apenas a partir do quarto ano é que eles estarão aptos a produzir um vinho "puro". A cada sete anos, o vinhedo precisa de um ano de descanso. Além disso, desde o momento em que as uvas são prensadas até o engarrafamento do vinho, ele não pode ser tocado por ninguém que não seja judeu.
Todas as substâncias utilizadas na fabricação da bebida também devem ser kosher e o processo todo é acompanhado por um rabino, a fim de garantir o cumprimento da lei.
Até a década de 1980, muitos vinhos kosher eram medianos. Hoje, no entanto, os vinhos kosher são completamente diferentes. Feitos por produtores com boas credenciais, a partir de variedades clássicas como Chardonnay e Cabernet Sauvignon e competem com bons vinhos de qualquer parte do mundo.
Historicamente as autoridades religiosas judaicas sabiam que o vinho não era usado exclusivamente para fins sacramentais, mas também socialmente, pois encorajava a interação social. Estudiosos de religião, especulam que os rabinos e os intelectuais judeus talvez temessem essa socialização, considerando-a como uma primeira etapa para a desintegração da cultura judaica e para a assimilação  dos judeus em outras culturas. Para minorar isso, faziam-se duas versões do vinho kosher. A primeira, mevushal (literalmente, vinho cozido), era cozida, tornando esse vinho, num certo sentido, moralmente esterilizado. Embora o vinho mevushal fosse menos palatável do que o vinho comum , poderia ser compartilhado por não-judeus, ou por judeus não cumpridores do preceito sabático, como os judeus cumpridores desse preceito.
O outro tipo de vinho kosher seria o não-mevushal e, consequentemente, de melhor sabor. Só poderia ser servido e bebido por judeus cumpridores do preceito sabático. Se um não-judeu, ou um judeu não observador do preceito sabático, tocasse um vinho não-mevushal  mesmo que acidentalmente, esse vinho não poderia ser consumido por alguém que seguisse estritamente a lei da dieta kosher.
Inicialmente, os vinho mevushal eram praticamente cozidos. Hoje, o suco de uva não fermentado, ou o próprio vinho, passa por uma rápida pasteurização (método mais moderno de esterilização) e, depois esse vinho é envelhecido. A pasteurização rápida também é mais branda do que o cozimento, quando se trata de preservar o aroma e o sabor do vinho.
O mais famoso vinho kosher francês é chamado Baron Rothschild, um caro Bordeaux kosher produzido pelo Barão Rothschild, da família Latife-Rothschild.
Em Israel, os produtores importantes são Yarden e Golan. As garrafas da maioria dos vinhos kosher indicam nos rótulos posteriores se o vinho é mevushal ou não-mevushal.



Fonte: Almanaque do vinho
           A Bíblia do vinho

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Quando a safra realmente importa (Tabela de safras)



Como uma apaixonada por vinhos, um dos meus passeios preferidos de sábado à noite é sair para comprá-los. Nessas minhas andanças ouço de tudo, sábado agora por exemplo, duas pessoas discutiam sobre safras, quando uma delas mencionou que procurava uma safra específica, pois tinha visto em seu guia de safras.
Pois bem, quando saber se a safra realmente importa?
Só porque a garrafa tem o ano estampado no rótulo, não vai significar que o vinho é bom, apenas vai indicar o ano em que as uvas foram colhidas, porém de um ano para o outro as condições climáticas que interferem diretamente na qualidade do vinho, alteram-se, às vezes sutilmente outras radicalmente
Em países onde o clima é previsível e constante ano após ano como no caso do Chile e da Austrália, a safra não é tão importante, mas em outros lugares o tempo pode ter grande influência sobre a qualidade do vinho.
Portanto, nesses países onde as variações climáticas são maiores, em um ano o vinho pode estar ótimo e no outro nem tão bom assim. Neste caso, uma boa safra é aquela em que as condições climáticas numa determinada região vinícola foram favoráveis para a produção de um bom vinho.
E como saber quais foram os melhores anos?
Você tem que pesquisar um pouco, ou investir em um guia de safras (tabela de safras), mas lembre-se que mesmo esses guias devem ser usados com cautela, pois uma tempestade de granizo às vezes devasta o vinhedo de um lado do vale, mas não atinge o outro lado.
E, apesar de um bom produtor em geral conseguir elaborar um bom vinho em uma safra ruim, um mau produtor talvez tenha que se esforçar mesmo com uma boa safra.
Algumas safras entraram para história como a de Bordeaux 1982, 1990 e 2000, ou então a de 2005 aqui no Brasil (Rio Grande do Sul) essas consideradas excelentes.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Harmonização queijos e vinhos - Queijos e vinhos pelo mundo




Todo mundo gosta de comer um "queijinho" enquanto toma um gole de vinho, mas poucos percebem o quão difícil é ter certeza de que eles harmonizam.
Nos queijos a cor, textura, gordura e sabor variam. Nos vinhos a acidez, doçura, corpo e estrutura diferem.
No decorrer do ano passado na série de posts  "Queijos e vinhos pelo mundo" pudemos conhecer um pouco mais do assunto.
Quem acompanhou, nesta altura, já sabe reconhecer o seu queijo.
Para quem está chegando agora, aprender mais sobre o queijo te ajudará fazer a combinação certa com o vinho.
Sem se aprofundar muito, para começar, você pode classificar os queijos em quatro grupos:
1. Queijos moles - são queijos macios e cremosos, como o Brie e o Camembert.
Estes queijos requerem um vinho para sublinhar seus sabores doces e picantes. Espumantes são uma ótima opção.
2.Queijos azuis -São queijos salgados e picantes, como Gorgonzola e Roquefort.
O sabor intenso e pungente do queijo azul requer um vinho capaz de acalmar o seu odor. Em princípio, apenas os vinhos doces podem, pois também fornecem uma ótima acidez.
Vinhos como Sauternes, Porto, Banyls e Jerez, são uma ótima pedida.
3. Queijos firmes - São queijos pronunciados e salgados, como Gouda, Gruyere, Parmesão, que podem ser envelhecidos.
Esta categoria de queijo tem uma grande variedade de sabores, tanto que cada um deles deve ser testado individualmente para ver com qual vinho se harmoniza.
Queijos como Gruyere com um doce sabor de avelã combinam perfeitamente com um Riesling ou um Viognier.
Queijos prensados como o Parmesão conhecido pelo seu aroma, de sabor doce e encorpado. dependendo da intensidade chamam vinhos diferentes.
Os Grana Padano pedem Brancos mais longos na boca e com aromas de frutas frescas, Rosés também são bem-vindos.
Queijos com aromas fortes e condimentados como o Grana Padana Riserva vão bem com um Barolo.
Com um Pecorino ligeiramente picante, um tinto bem estruturado é mais adequado.
4. Queijos frescos - Queijos de cabra, queijo Feta, Burrata, Ricota são queijos macios e que não costumam ser envelhecidos.
Os de cabra vão ficar ainda mais saborosos com vinhos brancos leves e jovens. Os demais queijos frescos e ácidos, são acompanhados por vinhos brancos com baixa acidez, mas frutados e com doçura sutil como um Pinot Blanc.
Se você ficar na dúvida é prudente combinar vinho e queijo da mesma região.
E se você quiser ter uma noite memorável, Champagne e queijo são ambos sinônimo de celebração e convívio, a delicadeza e o sutil sabor dessa aliança não precisam de nenhum especialista para serem  apreciados em seu verdadeiro valor.
Semana que vem retomaremos com as postagens do Queijos e vinhos pelo mundo.
E não esqueça:
Nunca coma um queijo que foi retirado da geladeira, o ideal é consumi-lo à temperatura ambiente (retire da geladeira 1 hora antes de ser consumido).
Nunca enrole o queijo em filme plástico, o queijo é vivo e respira, envolvê-lo em filme plástico é como sufocá-lo. prefira um papel ligeiramente poroso que permita a entrada de ar para que o queijo retenha sua umidade.
Nunca congele queijos, em particular queijos com uma alta taxa de umidade, o congelamento irá alterar a água contida nos cristais de gelo, e isso altera a estrutura das proteínas e, por tanto, a textura do queijo.