terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Vinho Kosher




Para os judeus, o vinho é uma forma de bênção e é consumido em diversas ocasiões. Principalmente nas comemorações judaicas. Na Páscoa (Pessach), devem ser tomados quatro cálices; nos casamentos dois; e nas circuncisões, um.
O início do Sabbath (depois do pôr-do-sol da sexta-feira) é marcado por uma taça de vinho, assim como na cerimonia de Kidush (bênção recitada sobre o vinho para santificar o Sabbath ou outra festa judaica) e na Havdalah, que assinala o fim do Sabbath.
Nos antigos funerais, um "cálice de consolação" composto por dez taças de vinho, era servido aos parentes mais próximos do falecido.
O vinho consumido pelos judeus, especialmente pelos mais ortodoxos, tem que ser Kosher (Kosher quer dizer apropriado em hebraico) Para um vinho ser Kosher, é necessário que alguns critérios de produção sejam obedecidos. Não é permitido que sejam usados frutos nos três primeiros anos de plantio da videira.
Apenas a partir do quarto ano é que eles estarão aptos a produzir um vinho "puro". A cada sete anos, o vinhedo precisa de um ano de descanso. Além disso, desde o momento em que as uvas são prensadas até o engarrafamento do vinho, ele não pode ser tocado por ninguém que não seja judeu.
Todas as substâncias utilizadas na fabricação da bebida também devem ser kosher e o processo todo é acompanhado por um rabino, a fim de garantir o cumprimento da lei.
Até a década de 1980, muitos vinhos kosher eram medianos. Hoje, no entanto, os vinhos kosher são completamente diferentes. Feitos por produtores com boas credenciais, a partir de variedades clássicas como Chardonnay e Cabernet Sauvignon e competem com bons vinhos de qualquer parte do mundo.
Historicamente as autoridades religiosas judaicas sabiam que o vinho não era usado exclusivamente para fins sacramentais, mas também socialmente, pois encorajava a interação social. Estudiosos de religião, especulam que os rabinos e os intelectuais judeus talvez temessem essa socialização, considerando-a como uma primeira etapa para a desintegração da cultura judaica e para a assimilação  dos judeus em outras culturas. Para minorar isso, faziam-se duas versões do vinho kosher. A primeira, mevushal (literalmente, vinho cozido), era cozida, tornando esse vinho, num certo sentido, moralmente esterilizado. Embora o vinho mevushal fosse menos palatável do que o vinho comum , poderia ser compartilhado por não-judeus, ou por judeus não cumpridores do preceito sabático, como os judeus cumpridores desse preceito.
O outro tipo de vinho kosher seria o não-mevushal e, consequentemente, de melhor sabor. Só poderia ser servido e bebido por judeus cumpridores do preceito sabático. Se um não-judeu, ou um judeu não observador do preceito sabático, tocasse um vinho não-mevushal  mesmo que acidentalmente, esse vinho não poderia ser consumido por alguém que seguisse estritamente a lei da dieta kosher.
Inicialmente, os vinho mevushal eram praticamente cozidos. Hoje, o suco de uva não fermentado, ou o próprio vinho, passa por uma rápida pasteurização (método mais moderno de esterilização) e, depois esse vinho é envelhecido. A pasteurização rápida também é mais branda do que o cozimento, quando se trata de preservar o aroma e o sabor do vinho.
O mais famoso vinho kosher francês é chamado Baron Rothschild, um caro Bordeaux kosher produzido pelo Barão Rothschild, da família Latife-Rothschild.
Em Israel, os produtores importantes são Yarden e Golan. As garrafas da maioria dos vinhos kosher indicam nos rótulos posteriores se o vinho é mevushal ou não-mevushal.



Fonte: Almanaque do vinho
           A Bíblia do vinho

Um comentário:

  1. Tomar um vinho depois de saber tantos detalhes importantes com certeza tem outro sabor.

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