Tudo começa pela árvore de onde provém a madeira.
E como tudo na natureza as árvores são afetadas pelo clima, onde o clima é frio e seco, seu crescimento vai ser lento, formando um estreito anel de crescimento para cada ano, onde o clima é mais quente e úmido a árvore cresce mais depressa e o anel de crescimento é mais largo.
As larguras de todos os anéis de crescimento formam o veio da madeira.
Assim, uma árvore com a maioria dos anéis largos tem veios frouxos, já a árvore com a maioria dos anéis estreitos possui veios apertados.
Em geral, os produtores de vinho preferem a madeira com um anel estreito pois ela é mais densa do que a de anel largo, sendo assim o sabor do vinho é extraído mais gradualmente.
Nos vinhos amadurecidos em barris feitos de carvalhos de anéis e veios estreitos, o caráter do carvalho costuma se integrar melhor ao vinho e o sabor fica mais global e suave. Por isso os barris produzidos de árvores que crescem nos bosques franceses de Tronçais, Vosges e Nevers são tão procurados, esses três bosques são frios e secos e portanto conhecidos pelo seu carvalho de anéis estreitos e veios apertados.
Embora o carvalho americano não seja designado pelo bosque de onde provém, o melhor também provém de lugares frios como Minnesota e Iowa.
Além da espécie de carvalho utilizada, a maneira como o barril é feito afeta o sabor do vinho.
Segundo o livro " A Biblia do Vinho", em geral um carvalho é derrubado quando tem cem anos ou mais. Durante séculos, a tradicional prática europeia - ainda usada nos dias de hoje pelos melhores tanoeiros - tem sido a de cortar o carvalho à mão, em aduelas, obedecendo às linhas dos veios naturais, depois secar ao ar livre, expostas ao sol e à chuva por dois ou três anos. Durante este período em que a madeira está desprotegida, o tanino mais áspero é eliminado aos poucos - basicamente em benefício do vinho.A próxima etapa é encaixar as aduelas o mais ajustadas possível. Uma junção imperfeita pode resultar num barril que vaze, ou que permita a penetração de um grau considerável de oxigênio por entre as aduelas, oxidando e estragando o vinho.Para formar um barril usando o tradicional método europeu, o tanoeiro aquece as aduelas em fogo vivo para torná-las suficientemente maleáveis para adquirirem forma. Isso ainda é feito inteiramente à mão, apenas com a ajuda de guinchos, correntes e anéis de ferro que deverão ser forjados no local e atuar como cintos que sustentam as aduelas . É um trabalho extremamente cansativo. Um importante tanoeiro que trabalha rápido consegue fazer apenas um barril por dia.
O fogo que ajuda a vergar as aduelas também as "tosta", caramelizando o açúcar natural da madeira em sabores tostados, picantes e de baunilha, que basicamente passarão para o vinho. Os produtores de vinho podem pedir que os barris sejam leves, moderada ou fortemente tostados, dependendo do grau de sabor de tostado que querem conferir ao vinho.
Além desse método europeu tradicional, existe um segundo - que embora muito criticado atualmente, no passado foi empregado em larga escala na produção americana de barris de carvalho. Segundo este método, as aduelas secam depressa num forno, e não ao ar livre durante anos. Embora eficiente, a secagem ao forno não elimina o tanino nem o efeito de amadurecimento, como a secagem ao ar livre. Como resultado, barris secos ao forno tendem a conferir sabores ásperos.
Em geral, as aduelas dos barris americanos têm sido recurvadas a vapor, e não ao fogo. barris com aduelas recurvadas a vapor conferem ao vinho um caráter bem menos complexo e menos tostado do que barris feitos com aduelas recurvadas a fogo. Contudo, o mundo da produção de barris de carvalho americano está mudando. Desde de meados do século XX, os melhores barris de carvalho americano têm sido feitos no tradicional método europeu.
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