sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Principais vinhos da França




Nossa sequencia de posts agora percorre as principais regiões da França.
No decorrer das semanas falaremos desse país que, como nenhum outro, possui uma enorme variedade de estilos de vinhos.
A qualidade e o caráter dessas regiões são ditados por terroir e tradição.
Mesmo pequena em tamanho, a França possuí mais de 2,2 milhões de acres plantados com parreiras e produz mais vinho do que qualquer outro país, exceto a Itália.
Climática e geograficamente, pode-se dizer que a França é dividida em três partes: ao norte, regiões como Champagne e Borgonha possuem um clima continental, com invernos rigorosos e chuvas frequentes, significando que as uvas talvez não amadureçam plenamente produzindo vinhos que podem ser delicados e até mesmo frágeis. Em compensação, o sul da França tem um clima mediterrâneo. Chegar ao amadurecimento não constituí um problema, e os vinhos são mais encorpados na boca. Finalmente, na costa atlântica, as regiões vinícolas de Bordeaux e do oeste do Loire têm um clima marítimo. Ali a Corrente do Golfo tempera um ambiente que de outro modo seria muito agreste.
Cerca de 90% dos vinhos franceses se baseiam em 36 variedades de uva que produzem vinhos do seco ao doce, do tranquilo ao espumante.
Legislação francesa, um sistema de classificação que embora tenha se tornado modelo para países produtores de vinho em todo o mundo, também tem sido criticado por ser rígido demais e estabelecer uma importante barreira para a criatividade. Porém, é fato que nem todo o vinho francês tem qualidade superior, a legislação francesa, contudo é de grande valia  para escolha dos exemplares.
No sistema AOC, as três principais categorias de vinhos estão em ordem decrescente de qualidade.

Vins d'Appéllation d'Origine Contrôlée (Vinhos de Denominação de Origem Controlada)
A categoria AOC inclui os melhores vinhos da França. Cada vinho precisa obedecer a um conjunto de regras, entre as quais:
Área de produção: cada área é definida com precisão. Só os vinhos feitos com uvas de videiras que crescem nos limites dessa denominação têm direito de usar essa denominação.
Variedade de uva: cada área tem variedades de uvas permitidas e que só podem ser usadas em determinadas porções. Se um produtor preparar vinhos com uvas não permitidas, ou se usar uma proporção não permitida, perderá a denominação.
Rendimento por hectare: o rendimento básico permitido é estabelecido, embora em alguns anos possa aumentar.
Práticas dos vinhedos: regulamenta como e quando as parreiras podem ser podadas, quais os tipos de sistemas de plantio permitidos, e se é permitido o uso da irrigação.
Teor alcoólico: todos os vinhos AOC têm um nível mínimo de álcool, e alguns, um nível máximo.
Práticas de produção: práticas de produção, como a chaptalização e, em certos casos, as exigências de envelhecimento obedecem a regra.
Degustação e análise: todos os vinhos AOC devem ser submetidos a uma análise química e passar por um teste de degustação de tipicidade - ou seja, devem ter o sabor verdadeiro do seu tipo. Os vinhos que falharem serão desclassificados.
Rotulagem varietal: as leis que governam a rotulagem varietal começam a mudar, mas em geral é proibido incluir no rótulo o nome da variedade de uva, a menos que o produtor obtenha permissão especial. Essa lei não se aplica a áreas como a Alsácia, onde a rotulagem varietal é tradicional.

Vins Délimités de Qualité Supérieure (Vinhos Delimitados de Qualidade Superior)
O grupo de vinhos da categoria VDQS fica ligeiramente abaixo dos AOC. Os rendimentos podem ser mais elevados e os níveis de álcool mais baixos.

Vins de Pays (Vinho Regionais)
Os hamados Vins de Pays são definidos pela região. Assim como os vinhos AOC, devem obedecer a certas regras, embora em geral menos rigorosas do que as dos vinhos AOC.
Os rendimentos permitidos são mais elevados, e as regras referentes às variedades de uva são mais flexíveis. No entanto, podem-se encontrar vins de pays muito bons.


Fonte: A Bíblia do Vinho
            Vinhos Franceses Robert Joseph

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